Tratamentos para a queilite actínica: uma revisão integrativa

Tratamentos para a queilite actínica: uma revisão integrativa

• Autor
• Lucas Nogueira Ramos
• Co-autores
• Isabela Coimbra Ladeira Morais , Amanda Alves Ramos , Fernanda Mombrini Pigatti
• Resumo

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  Introdução: A queilite actínica (QA) é uma desordem potencialmente maligna do vermelhão do lábio com possibilidade de evoluir para carcinoma epidermoide de lábio. Essa desordem afeta sobretudo os lábios inferiores de indivíduos excessivamente expostos ao sol, sendo mais observada em pacientes do sexo masculino com idade entre 40 e 80 anos. De progressão lenta, inicialmente apresenta-se como lábio seco, rachado e indolor, por vezes com aspecto esbranquiçado ou com manchas e placas queratóticas. Posteriormente, a demarcação entre a zona do vermelhão e a pele adjacente pode ficar turva ou desaparecer e, em alguns casos, podem surgir úlceras. Uma vez que o dano solar é cumulativo, lesões mais graves relacionam-se ao tempo de exposição solar.  Devido ao seu potencial de evoluir para uma lesão maligna, é importante tratar a QA de forma eficaz para um melhor prognóstico do paciente. Objetivos: Analisar a produção científica acerca dos principais tratamentos disponíveis para a QA. Métodos: Trata-se de um estudo de revisão integrativa de literatura, tendo como descritores de busca “actinc cheilosis”, “actinic cheilitis” e “treatment”. Foram considerando artigos em língua inglesa, disponíveis nas bases Pubmed e Lilacs e com período de publicação entre 2010 e 2020. Relatos de caso foram desconsiderados. Resultados: Foram obtidos 77 artigos, que quando submetidos à análise de título e resumo, reduziram-se a 7 selecionados para leitura exploratória, dos quais 5 foram elegidos para o presente estudo. Assim, constatou-se que a conduta não cirúrgica (70% do número total de procedimentos) inclui o uso de anti-inflamatórios, retinóides tópicos, creme à base de 5-fluorouracil e imiquimod e gel de mebutato de ingenol. Tratamentos com lasers de baixa potência, como a terapia fotodinâmica (PDT), e de alta potência, como o laser de dióxido de carbono, também são utilizados. Quanto à conduta cirúrgica (30% do número total de procedimentos), que envolve ressecção do tecido comprometido, procedimentos como vermelhectomia, criocirurgia e eletrodissecação podem ser empregados. Dos tratamentos mencionados, a vermelhectomia e a terapia com laser de dióxido de carbono são altamente eficazes e tendem a ter taxas mais baixas de recidiva de QA, embora sejam mais invasivos e proporcionem maior comprometimento estético ao paciente. Logo, a seleção da terapia deve ser guiada por achados histológicos, experiência clínica, desejos cosméticos do paciente e perfis de efeitos colaterais. Ademais, qualquer tratamento só será eficaz se o paciente estiver ciente da importância da proteção solar, bem como da adesão às consultas regulares para o controle clínico. Conclusão: O diagnóstico precoce e a prevenção da QA são de grande importância no Brasil devido ao clima tropical do país. Visto que se trata de uma desordem potencialmente maligna, tratamentos eficientes devem ser empregados. Porém, esta revisão da literatura mostrou que embora as opções sejam numerosas, cada tipo de tratamento possui níveis distintos de agressividade e efeitos colaterais. Dessa forma, percebeu-se que os estudos avaliados foram heterogêneos e suscetíveis a alto risco de viés. Portanto, as evidências disponíveis sobre o tratamento da QA são limitadas, o que não permitem estabelecer um consenso quanto às terapias disponíveis mais eficazes.

   

• Palavras-chave
• Queilite actínica; lábio; tratamento.
• Área Temática
• Clínica Médica

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