Relato de caso: Associação de tumor maligno de ovário em uma mulher portadora de neurofibromatose

Relato de caso: Associação de tumor maligno de ovário em uma mulher portadora de neurofibromatose

• Autor
• Anna Maria Andrade Barbosa
• Co-autores
• Luiza Miziara Brochi , Andressa Paes Medeiros de Freitas , Cleber Sérgio da Silva
• Resumo

• Introdução: A neurofibromatose é um conjunto de doenças genéticas que afetam, mais notadamente, a pele e o sistema neurológico, mas que podem cursar com inúmeras outras apresentações. Um dos principais sinais da doença consiste no aparecimento de nódulos e tumores na pele, de tamanho variável. Esses tumores são denominados neurofibromas. Trata-se de doença autossômica dominante e leva ao risco aumentado de desenvolver tumores benignos e malignos. O presente relato objetiva apresentar uma paciente portadora de neurofibromatose que desenvolveu em associação tumor maligno de ovário. Objetivos: Descrever caso de neoplasia maligna de ovário e mostrar associação que pode ocorrer em portadoras de neurofibromatose Método: Trata-se de um estudo observacional e descritivo do tipo relato de caso em que as infomações foram obtidas por meio de revisão do prontuário, acompanhamento do procedimento cirúrgico, registro fotográfico deste e revisão da literatura. Relato do caso: Paciente de 55 anos, portadora de neurofibromatose caracterizada por múltiplos nódulos cutâneos, compareceu ao serviço de saúde apresentando massa abdominal que se estendia da pelve até processo xifoide, ocupando toda cavidade abdominal. Ultrassonografia de abdome total mostrou útero volumoso por miomatose uterina e ovário direito com massa cística complexa de 1.765,4 cm3; ovário esquerdo também aumentado de volume 366,8 cm3 e com as mesmas características do ovário contralateral. Realizou colonoscopia que foi negativa para neoplasia. Tratamento proposto foi laparotomia exploradora com biópsia de congelação. A massa ovariana direita pesou 4193g, sendo o anátomo patoógico compatível com carcinoma seroso de alto grau associado; o ovário esquerdo pesou 541 g e também mostrou-se infiltrado pela mesma neoplasia, tendo extensão a trompa. No momento paciente em tratamento adjuvante pela oncologia clínica. Considerações finais: Neoplasias ovarianas comumente apresentam-se assintomáticas até estágios avançados, o que dificulta a elaboração de um protocolo efetivo de rastreio, e acaba atrasando o início do tratamento, como ocorreu nesse caso. A importância do caso é para alertar aos profissionais de ginecologia da associação frequente entre neurofibromatose com neoplasias. A alteração genética na neurofibromatose está associada mutações no cromossomo 17. Nesse cromossomo localiza-se também o gene supressor tumoral p53. Essa proximidade leva a co-ocorrência dessas mutações. Por isso, em pacientes portadoras de neurofibromatose, o rastreamento de tumores ovarianos através da ultrassonografia periódica deve ser considerado para propiciar diagnósticos iniciais.  clínico devido à presença de metástase evidenciada. 

• Palavras-chave
• Neurofibromatose, Neoplasia Ovariana, Rastreamento.
• Área Temática
• Clínica Cirúrgica

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