A relação entre a anemia e as doenças neoplásicas: uma revisão sistemática.

A relação entre a anemia e as doenças neoplásicas: uma revisão sistemática.

• Autor
• Gil Guimarães Barbosa Trivelli
• Co-autores
• Déborah Helena Pereira Pinheiro , Izabella Gomes de Souza , Rafaela Melo Macedo , Verônica Alcântara Cardoso Duarte Oliveira , João Ormindo Beltrão Barros
• Resumo

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  Introdução: A anemia é uma alteração comumente associada a doenças neoplásicas. Até 70% dos pacientes com câncer apresentam-se anêmicos em algum momento da doença ou do tratamento. A incidência e severidade dependem do tipo de tumor, idade, estádio, do tipo e intensidade do tratamento. Ela pode ser o sintoma inicial de uma doença neoplásica, mas costuma relacionar-se com o tratamento ou com a progressão. As manifestações clínicas são variadas, como indisposição, dor de cabeça, dispneia, perda de libido, tonturas, palpitação, náusea, depressão e disfunção cognitiva. Suas etiologias são multifatoriais e, quando presente, está associada a um pior prognóstico neoplásico. Objetivos: Discutir a relação epidemiológica, etiológica  e prognóstica entre a anemia e as doenças neoplásicas. Método:  O presente estudo se trata de uma revisão sistemática da literatura, realizada por meio da pesquisa de artigos científicos, nas bases de dados virtuais: SciELO e PubMed, com os descritores “anemia” e “câncer”, publicados no período de 2015 e 2020, em língua inglesa e portuguesa. Como critério de inclusão, foram considerados artigos originais, de revisões de literatura e relatos de casos, publicados na íntegra e gratuitos, sobre a temática. Após leitura das publicações, 5 artigos foram considerados elegíveis, dos 15 selecionados,  para a elaboração desse. Resultados: Pacientes com câncer possuem alta incidência de anemia, podendo estar presente em até  90% dos casos que passam por quimioterapia, com exceção do câncer colorretal. Sendo, a presença da anemia um fator prognóstico desfavorável. Dentre as etiologias, as causas por perda sanguínea se dão pelo aumento da destruição de glóbulos vermelhos ou diminuição na sua produção, podendo ambas situações coexistirem no paciente oncológico. As causas por sangramento externo incluem tumores intraluminais primários ou metastáticos para o trato gastrointestinal (TGI) e geniturinário,  por meio de melena, hematêmese, hemoptise, hematúria e menorragia. Já por sangramento interno estão os tumores que envolvem o fígado ou o retroperitônio. As anemias ferroprivas são ocasionadas pela diminuição da capacidade de absorção de ferro pelo TGI, principalmente em tumores que envolvem a mucosa do duodeno ou jejuno, locais de absorção do ferro. Além de se ter um cenário de deficiência funcional no metabolismo do ferro, devido ao estado pró-inflamatório tumoral, que corrobora com o aumento de fatores como a hepcidina, que aprisiona ferro dentro dos macrófagos diminuindo a concentração sérica para a eritropoiese. As anemias hemolíticas são desencadeadas por quadros de coagulopatias, anemia hemolítica autoimune e anemia hemolítica microangiopática, que podem ocorrer em concomitância ao câncer. O tratamento e a prevenção da anemia em pacientes oncológicos é limitada, pois o ferro administrado por via oral é pouco absorvido. Assim, a conduta é baseada na transfusão de hemácias e nos agentes estimuladores de eritropoiese (AEEs). Conclusão: A anemia é uma comorbidade prevalente em combinação ao câncer, possuindo diferentes etiologias e manifestações clínicas. O tratamento é escasso devido à má absorção de ferro, sendo composto pela transfusão de hemácias que possuem boa eficácia e pelo uso de AEES que, contudo, é contraindicado em muitos casos, pois aumentam o risco de mortalidade e de eventos tromboembólicos e hipertensão.

   

• Palavras-chave
• Anemia; Oncologia; Câncer.
• Área Temática
• Oncologia

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