A doença falciforme em mulheres em situação de menopausa: revisão sistemáticaA doença falciforme em mulheres em situação de menopausa: revisão sistemática

A doença falciforme em mulheres em situação de menopausa: revisão sistemáticaA doença falciforme em mulheres em situação de menopausa: revisão sistemática

• Autor
• Maria Clara Rocha Elias Dib
• Co-autores
• Cid de Lana Leão , João Pedro Carrijo Cunha Câmara , Mônia Rieth Corrêa , Yuri Borges Bitu de Freitas , Antonio Márcio Teodoro Cordeiro Silva
• Resumo

• Introdução: A menopausa, fim do ciclo menstrual, ocorre em mulheres, comumente, com 50 anos idade. A anemia falciforme é uma doença hereditária, caracterizada pela alteração morfológica dos glóbulos vermelhos, que adquirem formato de foice. Assim, busca-se estabelecer uma relação intrínseca entre ambos ao associar a menopausa e a dificuldade de fertilidade apresentadas por mulheres com anemia falciforme. Por fim, concernente à menopausa, relata-se insuficiência ovariana primária como causa de níveis baixos de estrogênio sérico, elevados de FSH (>40 UI/L) e irregularidade menstrual, principalmente, em populações com hemopatias hereditárias transplantáveis prevalentes. Objetivos: Analisar dificuldades apresentadas por mulheres, com doença falciforme, que vivenciam a menopausa. Métodos: Revisão sistemática da literatura, com a seleção de artigos científicos na base de dados PubMed. Utilizaram-se descritores: “sickle cell disease” AND “menopause”. Selecionaram-se 12 artigos, dos quais, 2 foram excluídos por disparidade temática. Resultados: A falcização do ovário foi citada como causa de insuficiência ovariana primária, em casos em que, a falcização intravascular, a oclusão de vaso e o infarto seriam fatores responsáveis pela disgenesia ovariana e insuficiência ovariana primária. Tal elemento foi citado, também, em relato de caso, no qual foi sugerida associação entre a sobrecarga férrica, em pacientes do sexo feminino, com doença falciforme (DF) e desenvolvimento de disfunção gonadal. Obteve-se significância estatística, na predisposição de mulheres, com dispareunia, com histórico de dor crônica, reportarem número maior de dores, por semana, e tomarem dose oral de morfina maior e concluiu-se que dispareunia é mais comum em mulheres pré-menopausais com DF e, mais ainda, em mulheres com DF e dor crônica. Em análise dos níveis de hormônio anti-mülleriano (AMH) e hormônio folículo-estimulante (FSH), em mulheres com DF, que tinham reserva ovariana diminuída e 89% das mulheres com transplante de medula óssea, tiveram insuficiência ovariana prematura. A média da idade de início da menopausa, em mulheres com DF, é menor que da população geral. Além disso, a média da idade da menopausa, em mulheres, que fazem tratamento com hidroxiureia (HU), tende a ser menor do que a das mulheres que não o fazem, fato consistente com o achado de que HU diminui AMH. Mulheres com DF têm níveis diminuídos de AMH e a HU diminui ainda mais. Relatou-se restauração da atividade ovariana após enxerto de tecido ovariano criopreservado, em paciente com DF e TMO, portanto, procedimento pode ser usado para preservar a fertilidade, com alto risco de falência ovariana prematura, resultante do tratamento gonadotóxico. Relatou-se que causa majoritária de falência ovariana prematura foi quimioterapia induzida, em razão da prevalência de hemopatias hereditárias transplantáveis, como DF. Conclusão: Mulheres com DF requerem atenção especial devido ao fato de que importantes questões ginecológicas e obstétricas estão associados a esse distúrbio hematológico complexo. Assim, evidenciou-se a importância da temática, pelo impacto em patologias ovarianas, disfunções gonadais, taxas hormonais e problemas de fertilidade, na mulher. Nesse contexto, com aumento da expectativa de vida das mulheres, com DF, a otimização de tratamento e novos estudos são essenciais para reduzirem essas disfunções e proporcionar melhor qualidade de vida a essas mulheres.

• Palavras-chave
• Anemia Falciforme; Menopausa; Fertilidade
• Área Temática
• Hematologia

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