Avaliação da sobrecarga dos cuidadores de crianças diagnosticadas com câncer: revisão de literatura

Avaliação da sobrecarga dos cuidadores de crianças diagnosticadas com câncer: revisão de literatura

• Autor
• Tuanny Monte Brito
• Co-autores
• Alyson Samuel de Araújo Braga , Isabela Cristina de Araujo Monte
• Resumo

•  

  Introdução: O câncer é considerado como uma doença das mais debilitantes e agressivas, definida como um processo de multiplicação de células anormais. Não costuma ser frequente em crianças além de que, nesse caso, costuma apresentar sintomatologia bastante inespecífica. Quando se define o quadro clínico e o tratamento é iniciado, uma série de mudanças acontece desde o aspecto social, físico e até mesmo psicológico. O medo e a insegurança, além de grandes interferências na rotina, alimentação ou mesmo ocorrência de episódios depressivos começam a ser cada vez mais frequentes. O tratamento que embora objetiva viabilizar melhor recuperação e regressão da doença, vem acompanhado de uma gama de efeitos colaterais. Num contexto como esse, a família da criança compartilha inevitavelmente do processo, absorvendo impactos trazidos pelo câncer, dentre os quais a sobrecarga do cuidado prestado à criança. Objetivo: Avaliar a sobrecarga experienciada por cuidadores de crianças com câncer e seus fatores associados. Métodos: Trata-se de uma revisão de literatura, elaborada em setembro de 2020, utilizando as bases de dados Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (LILACS) e Base de Dados Enfermagem (BDENF), com os descritores Criança, Câncer e Cuidadores. Foram definidos como critérios de inclusão: artigos científicos publicados em português e espanhol, com recorte temporal de publicação entre 2015 a 2020. Resultados: Dos 18 artigos obtidos na LILACS, dois foram excluídos por se tratarem de dissertação; Nos resultados, foi percebido que estresse, alterações nos padrões nutricionais, tensão do papel de cuidador e medo prevaleceram nas queixas dos familiares e responsáveis. Referente ao perfil, o sexo predominante dos acompanhantes foi o feminino, mulheres casadas, que não trabalhavam para poder dedicar-se exclusivamente ao seu familiar. Apesar de mostrar ser um agravante na qualidade de vida. Por outro lado, um dos principais fatores que contribuíram para uma menor sensação de tensão foi ter um acesso melhorado para orientações referentes à como cuidar das crianças. Além disto, dividir com outro parente as responsabilidades inerentes as tarefas do dia a dia, também foi benéfico. Um fator que exacerba o nível de estresse, segundo os resultados avaliados, foi a questão da distância entre a moradia da família e do local da unidade de acompanhamento da criança, essa aproximidade viabiliza o fortalecimento da rede de apoio, fator condicionante para a diminuição da sobrecarga do cuidador. Vale salientar que aspecto socioeconômico também se mostra associado a maior ou menor vulnerabilidade do cuidador, ou seja, quanto menor a renda, maior se torna a sobrecarga e menor é a qualidade de vida dos cuidadores e familiares. Conclusão: Percebeu-se que muitos cuidadores e familiares partilham das dificuldades vividas pelas crianças sob sua tutela. A sobrecarga é um problema real, cujos reflexos podem ser aferidos através dos níveis de qualidade de vida e de saúde, no qual deve ser minimizado em conjunto aos profissionais de saúde de forma multiprofissional. O diagnóstico da doença altera toda a estrutura familiar, e sentir-se apoiado nesse difícil momento é extremamente importante para o indivíduo doente, mas também seus familiares.

   

• Palavras-chave
• Criança, Câncer, Cuidadores
• Área Temática
• Oncologia

Voltar Download