INDROTUÇÃO: A Enfermagem, devido as características da profissão onde o cuidado é a base do canário de atuação, é o grupo de profissionais que permanece um maior tempo ao lado do paciente durante todo o processo de cuidar, o que levou a caracterização em todo mundo deste profissional como o principal na linha de frente, porém é necessário ampliar a visão para um campo mais estendido, pois não é só o trabalho técnico desempenhado por estes profissionais que deve ser observado, mas também aspectos psicológicos e emocionais (BARBOSA et. al, 2020). A carga de trabalho de enfermagem tem sido mundialmente discutida nas instituições hospitalares, em razão de suas implicações na qualidade da assistência aos pacientes. Nas unidades de terapia intensiva (UTI), a preocupação é crescente, devido ao impacto das novas tecnologias no cuidado, das mudanças do perfil dos pacientes graves e da necessidade de mão de obra especializada. O tempo gasto pela equipe para a realização de suas atividades é denominado carga de trabalho de Enfermagem, sendo composta por atividades diretas e indiretas à assistência ao paciente, as quais sofrem diversas influências, entre elas, a complexidade das comorbidades, grau de dependência dos pacientes, protocolos e processos de trabalho, estrutura da instituição e características de cada equipe de profissionais (SOUZA, et al. 2018). A carga de trabalho da enfermagem abrange alguns outros fatores em que determinadas atividades não relacionadas com o paciente e seus familiares fazem parte do dever a ser cumprido pelo enfermeiro durante seu turno de trabalho. Essas atividades englobam a educação em enfermagem, o gerenciamento de protocolos clínicos a resolução de tarefas gerenciais, entre outros. Segundo Sousa, et al. (2018) na UTI, o Nursing Activities Score (NAS), é uma ferramenta de avaliação do requerimento de assistência de Enfermagem à clientela e vem desde 2009 sendo considerado o instrumento mais utilizado para a mensuração da carga de trabalho da Enfermagem, possibilitando ainda a identificação do tempo da assistência de Enfermagem aos pacientes críticos. Os índices de mensuração da carga de trabalho de Enfermagem possibilitam uma avaliação adequada da complexidade do paciente, do tempo de enfermagem requerido para a prestação dos cuidados, do npumero de enfermeiros necessários para o plantão, bem como dos recursos materiais necessários (ALTAFIN, et al. 2014) .A orientação feita por Marangoni (2018), é que em Unidades de Terapia Intensiva, a gestão do cuidado ao paciente grave deve ser direcionada pelo emprego do NAS ou outra ferramenta de mensuração de carga de trabalho e/ou classificação de pacientes, sendo incorporado de forma racional, vinculado à melhoria assistencial. É importante que os enfermeiros assistencialistas apliquem o NAS na visita diária de enfermagem para evitar um dimensionamento subestimado ou superestimado, para avaliação das condições clínicas dos pacientes, e não apenas a quantidade de internação. A partir das informações colhidas, por meio da aplicação desse instrumento, é possível verificar se as equipes de enfermagem presentes nas unidades hospitalares estão condizentes com a demanda de cuidados requerida pelos pacientes e, com isso, aprimorar o dimensionamento destes profissionais (FEITOSA, 2012). OBJETIVO: Identificar a produção científica nacional e internacional sobre a aplicação da escala NAS no dimensionamento de enfermagem em unidades de terapia intensiva, publicada no período entre 2012 a 2021 e classificar a produção científica encontrada segundo quantidade, cronologia de publicação, país de publicação, país de origem, idioma e base de dados. METODOLOGIA: Este trabalho é parte de uma pesquisa maior intitulada: Aplicação da escala NAS no dimensionamento de Enfermagem para Unidade de Terapia Intensiva. Dessa forma, traz dados de resultados parciais do trabalho de conclusão da Residência de Enfermagem em Terapia Intensiva e foi desenvolvido na perspectiva de um estudo descritivo, exploratório, do tipo pesquisa bibliométrica. O termo “bibliométrico” é utilizado para quantificar os processos de comunicação escrita e o emprego de indicadores bibliométricos para medir a produção científica justifica a sua utilização pelos seguintes motivos: a análise e avaliação das fontes difusoras dos trabalhos; a evolução cronológica da produção científica; a produtividade de autores e instituições; a propagação das publicações científicas; o crescimento de qualquer campo da ciência; o envelhecimento dos campos científicos; o impacto das publicações frente à comunidade científica internacional. Etapas para a coleta de dados: a pesquisa dos artigos que compõem a bibliometria foi feita via CAPES. Foi utilizado os descritores NAS Score e Intensive Care em todos os campos, onde encontrou-se dois mil setecentos e quarenta e seis artigos. O segundo passo foi aplicar os descritores apenas ao título, utilizando booleanos and e estratificando apenas os últimos 10 anos, onde obteve-se apenas vinte e cinco artigos. Após leitura flutuante dos artigos encontrados, foram aplicados os critérios de inclusão: artigos originais e metanalises, que contenham o tema NAS em uso de setores de Terapia Intensiva, publicados nos 10 últimos anos (2012 a 2021), encontrados em língua vernácula, inglês e espanhol, disponibilizados na íntegra, no Portal de Periódicos de CAPES com as bases: SCIELO, LILAC, PUBMED e WEB OF SCIENCE. Foi ainda aplicado os seguintes critérios de exclusão: Artigos cujo assunto após leitura prévia não responda aos questionamentos do problema, ou seja, não relacione uso do NAS e carga de trabalho e dimensionamento em UTI e artigos que apliquem NAS em pediatria. Após a aplicação de todos esses critérios, chegou-se a uma amostra com sete artigos. RESULTADOS: Foram selecionados pelos critérios de inclusão e exclusão sete artigos originais para a análise bibliométrica. Pode-se observar que houve diversidade no que diz respeito ao periódico de publicação, tendo maior predominância na Intensive & critical care nursing e Revista Brasileira de Enfermagem, cada revista com dois artigos para essa amostra. Em relação aos autores dos trabalhos, não houve repetição de autores e no que tange ao ano de publicação o ano onde houve um maior número de publicações para essa temática foi em 2014, com 2 artigos, os demais variaram de 2012 a 2021. A base de dados com maior concentração de artigos, foi a PUBMED e a SCIELO, num total de três cada, sendo seguida da base WEBOFSCIENCE. Quanto ao país com maior número de publicações, o Brasil encontra-se com destaque, com um total de quatro artigos, seguido dos Estados unidos com dois e Suíça com um. Uma possível justificativa para esse achado pode ser explicada por Souza, et al (2018), que afirma que apesar do NAS ter sido empregado em UTI´s no Brasil a partir de 2009, os debates a nível científico sobre sua aplicação e implicação no dimensionamento da Enfermagem, só passam a ser discutidos alguns anos depois. Outro ponto que chama atenção nas publicações brasileiras, é que a sua maioria se encontra na base de dados SCIELO, tendo apenas um artigo publicado na WEBOFSCIENCE. Quanto ao país de ocorrência das pesquisas, o que teve mais destaque foi também o Brasil, sendo seguido de países europeus, como Portugal, Itália e Grécia. Para idioma de publicação, não houve diferença expressiva, tendo quatro para o inglês e 3 para o português. A maioria dos trabalhos tiveram como objetivo principal a busca pela relação entre carga de trabalho e dimensionamento de equipes de enfermagem pela escala NAS, seguido de processos de avaliação e validação da escala. Houve apenas um trabalho que avaliou a carga de trabalho da enfermagem como fator preditivo de mortalidade. A metodologia mais utilizada foi a de estudo observacional, com três estudos, seguido de transversal com dois. Houve apenas um estudo longitudinal e outro metodológico, onde buscou-se a validação de instrumento. Quanto às conclusões, a maioria dos estudos mostrou que a escala NAS apresentou sucesso para pontuar as atividades de enfermagem no ambiente de terapia intensiva, indicando-a como um bom instrumento para gerenciar recursos humanos de enfermagem. Ainda sobre as conclusões, chama atenção que o estudo que avaliou mortalidade, mostrou que em comparação aos pacientes que sobrevivem, a carga de trabalho da enfermagem em UTI é relativamente maior em pacientes que foram a óbito. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Com base no exposto, pôde-se observar que a escala NAS apesar de ter sido implantada no Brasil desde 2009, os estudos a respeito de sua aplicação, validação e influência no dimensionamento de pessoas na Enfermagem e discussão a respeito da carga de trabalho, só passaram a ser mais evidentes a partir de 2014. Com o advento com COVID, a repercussão do trabalho da Enfermagem, há uma tendência ao surgimento de novos estudos que avaliem a carga de trabalho e o dimensionamento pelo NAS com base nessa realidade. No entanto, o número de estudos acerca dessa temática não só no Brasil, mas em escala global, ainda é muito pequeno, visto a tamanha importância da assistência de enfermagem dentro de uma Unidade de Terapia Intensiva. É necessário que haja uma maior produção de trabalhos sobre o uso dessa escala e de outras ferramentas com a mesma finalidade, tendo em vista a melhora no dimensionamento e carga de trabalho da enfermagem. IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: A escala NAS, mensura a carga de trabalho da enfermagem no ambiente da terapia intensiva e através da sua aplicação é possível traçar metas para um dimensionamento de pessoal mais justo e menos desgastante para essa classe profissional. A bibliometria apresentada através deste estudo, além de mostrar um panorama do que vem sendo discutido e implementado não só no Brasil, mas no mundo, poderá servir de evidência para futuras mudanças no que diz respeito ao dimensionamento de enfermagem na UTI, assim como contribuir na formulação de outros instrumentos que melhor se adequem para tal.
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