Introdução: com os desafios para inserção do enfermeiro no mercado de trabalho e a dinâmica social atual o empreendedorismo empresarial tem ganhado grande destaque nos últimos anos. Este caracteriza-se pela prática autônoma de enfermeiros em consultórios, atendimento domiciliar, clínicas, nas mais diversas áreas de atuação. É pertinente destacar que tivemos um grande avanço e incentivo para a prática autônoma do enfermeiro por meio da Resolução nº 0568/2018, regulamentada pelo Conselho Federal de Enfermagem, que determina o funcionamento dos consultórios e clínicas de enfermagem no Brasil. O perfil empreendedor exige principalmente habilidades como autoconfiança, criatividade, inovação, gestão, capacidade de negociação e a enfermagem dispõem de potencial para desenvolvê-las em seu processo de cuidar em saúde. É nítida a necessidade de ampliar as discussões relacionadas ao empreendedorismo na enfermagem. Objetivo: relatar a experiência, vivenciada durante a pandemia da COVID-19, de enfermeiras do interior do Maranhão que viram a oportunidade de aumentar a renda empreendendo na área de tratamento de feridas. Metodologia: trata-se de um relato de experiência, descritivo e qualitativo. Relato de experiência: com o início da pandemia do coronavírus em 2020 e paralisação das atividades profissionais, enfermeiras de Bacabal – MA enxergaram a necessidade de levar assistência em domicílio àqueles idosos, grupo de risco, que tinham feridas crônicas e estavam vulneráveis ao buscar ajuda nas instituições. Os serviços eram desenvolvidos cumprindo todas as normas de segurança, objetivando acelerar a cicatrização e promover o bem-estar e qualidade de vida dos pacientes. Com a crescente procura dos serviços e após alinhamento de propósitos nasceu a Wound – tratamento de feridas, fruto de uma parceria entre enfermeiras insatisfeitas com o alto índice de amputações causadas por feridas tratadas inadequadamente e com anseio de serem autônomas e realizadas profissionalmente. A partir de então foi necessário aperfeiçoar os conhecimentos na área de empreendedorismo, buscar capacitação em gestão, especializar em estomaterapia e permanecer em constante atualização. É válido destacar que não somente várias feridas vêm sendo cicatrizadas, mas principalmente vidas vêm sendo transformadas, inclusive das enfermeiras que renunciaram ao comodismo para empreender. Inúmeros são os desafios para quem empreende, mas poder contribuir com a melhoria da qualidade de vida de portadores de feridas e ampliar a visibilidade e autonomia da profissão é extremamente gratificante. Conclusão: o empreendedorismo na enfermagem é mais um caminho a ser explorado pelo enfermeiro necessitando o aprofundamento de discussões, incentivo e reflexões envolvendo essa área. Contribuições e implicações para enfermagem: aumento das discussões acerca do empreendedorismo empresarial na enfermagem voltado à assistência domiciliar.
Descritores: empreendedorismo; assistência domiciliar; estomaterapia.
Comissão Organizadora
Conselho Regional de Enfermagem do Maranhão
Comissão Científica