Introdução: É crescente o tamanho do desafio que governos e sociedade têm pela frente para tirar a população da pobreza, que foi aprofundada pela pandemia de COVID-19. Neste panorama, o Maranhão é o Estado brasileiro que tem mais gente vivendo na miséria, no qual 09 de cada 10 pessoas dependem exclusivamente do SUS. Em 2019, quase 20% da população maranhense vivia com renda mensal abaixo de R$ 145,00. De acordo com a ONU, o Maranhão é o segundo Estado do país que mais depende do SUS (93,1% da população precisa da saúde pública) e possui a menor taxa de médicos por habitantes (8,1 médicos/10 mil habitantes). Objetivos: Relatar as vivências e trocas de experiências entre acadêmicos de saúde e a comunidade quanto ao atendimento em saúde em populações vulneráveis. Metodologia: trata-se de um relato de experiência de um projeto de extensão intitulado “Saude na Estrada”, que percorreu uma comunidade em situação de vulnerabilidade, com características Quilombolas, com a inserção de 120 extensionistas da escola de saúde, dos cursos de Enfermagem, Psicologia, Odontologia e Fisioterapia. Esta atividade atendeu a população nos diversos ciclos de vida, bem como ações de educação em saúde, assistência e realização de exames. Resultados: Quanto as populações vulneráveis atendidas, foram distribuídas 2 toneladas de alimentos em cestas básicas, kits de higiene intima e corporal, atualização da situação vacinal (96 doses), consultas a 59 crianças com sintomas de dermatites, desnutrição, higiene insatisfatória, consulta a 72 adolescentes, chamando atenção a 04 casos de abuso sexual e 60% com sintomas de ansiedade, 36 atendimentos médico e encaminhamento. Mutirão da saúde da mulher e realização de 10 citologias e 120 testes rápidos, com 03 testes de sífilis e 01 HIV positivo e atividades de educação e promoção em saúde. Conclusão/considerações: Este hiato de desigualdades se torna ainda maior e visível quando as políticas de saúde não chegam a comunidades e populações vulneráveis e negligenciadas. Saber enxergar além do prisma da pobreza e acolher de forma humanizada, é um compromisso coparticipe das instituições de ensino que possibilitam inserir acadêmicos junto aos serviços de saúde para maximizar a eficácia do SUS.
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