Introdução: Conviver com feridas crônicas manifesta sentimentos de preocupação, medo, insegurança, tristeza, choro, culpa, vergonha, estresse, ansiedade, depressão, raiva, sentimento de inutilidade e que na maioria das vezes pode resultar em isolamento social e tentativa de suicídio. A dor é um sintoma prevalente e marcante entre as pessoas com ferida. Essa manifestação clínica interfere nas atividades diárias, no trabalho e lazer, na diminuição da capacidade funcional, sono e repouso. Cuidar do indivíduo com dor deve envolver estratégias que garantam respeito à singularidade histórica e corporal, e ao direito de dar a voz e escuta humanizada a quem passa pelo processo doloroso. No tratamento de pessoas com feridas o alívio da dor deve ser prioridade e anteceder a troca do curativo. As respostas fisiológicas provocadas pela dor ocasionam retardo no processo de cicatrização devido ao aumento do trabalho cardíaco e diminuição da perfusão sanguínea dos membros periféricos, elevação da pressão arterial, da frequência cardíaca e respiratória. Portanto, o controle da dor deve ser a conduta imediata a ser realizada na assistência ao paciente com integridade da pele prejudicada. Objetivo: nessa perspectiva, o estudo tem como objetivo relatar a experiência de enfermeiras, do interior do Maranhão, que atuam de forma autônoma no tratamento de pessoas com feridas. Metodologia: trata-se de um relato de experiência, descritivo e qualitativo. Relato de experiência: o interesse em empreender na área de tratamento de pessoas com feridas surgiu no início da pandemia do coronavírus, em 2020. Os atendimentos são realizados em domicílio por enfermeiras especializadas na área. A demanda atendida é caracterizada por idosos, convivendo com feridas há mais de 6 meses, prevalecendo o pé diabético. Um dos fatores comuns entre os pacientes é que a maioria relata dor moderada a intensa no membro comprometido, o que causa apreensão na hora da troca do curativo. Tendo em vista esse fator estressor optou-se por inserir nos atendimentos algumas terapias complementares para alívio da dor, como a musicoterapia, aromaterapia e laserterapia pontual e sistêmica. Após inserção dessas terapias os pacientes relataram que houve melhora significativa da dor e consequentemente promoção do bem-estar e qualidade nos atendimentos, facilitando o manuseio da ferida e troca do curativo. É perceptível os benefícios oriundos do uso das terapias complementares para auxiliar no tratamento de feridas em domicílio. Após experiências positivas, a implementação dessas terapias já está inserida nos protocolos de atendimento. Conclusão: a avaliação da dor deve ser a intervenção prioritária no momento das trocas de curativo, pois essa condição interfere diretamente no cumprimento das técnicas essenciais a serem realizadas durante o manuseio da ferida. Implementar terapias que minimizam a dor é fundamental para a qualidade da assistência domiciliar. Contribuições e implicações para enfermagem: os dados deste estudo poderão contribuir com o aumento da produção científica e o despertar para o cuidado holístico e humanizado voltados para a qualidade de vida de pessoas com feridas.
Descritores: empreendedorismo; assistência domiciliar; ferimentos e lesões
Comissão Organizadora
Conselho Regional de Enfermagem do Maranhão
Comissão Científica
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