PROJETO NINHO DE CUIDADO: AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE À PUÉRPERA E AO RECÉM-NASCIDO
João Victor Lira Dias 1, Isabela Maria Aguiar Cruz 2, Lawanda Kelly Matias de Macedo3, Igor Souza Maia4, Alison de Sousa Moreira5, Rosângela Nunes Almeida6
1 Acadêmico de Enfermagem. Universidade Estadual do Maranhão- UEMA. E-mail: jvictorliradias@gmail.com
2 Acadêmica de Enfermagem. Universidade Estadual do Maranhão- UEMA. E-mail: isabelamariaaguiarcruz69@gmail.com
3 Acadêmica de Enfermagem. Universidade Estadual do Maranhão- UEMA. E-mail: lawandak360@gmail.com
4 Acadêmico de Enfermagem. Universidade Estadual do Maranhão- UEMA. E-mail: souzamaiaigor@gmail.com
5 Enfermeiro. Especialista. Secretaria Municipal de Saúde de Aldeias Altas-MA. E-mail: rosangelaenfcaxias@gmail.com
6 Enfermeira. Mestra em Biodiversidade, Ambiente e Saúde. Secretaria Municipal de Saúde de Aldeias Altas-MA e Universidade Estadual do Maranhão. E-mail: rnadasilva@hotmail.com
Introdução
O período puerperal é considerado uma fase que se inicia desde o primeiro momento após o parto até o quadragésimo segundo dia, pode perdurar até um ano pós-parto. Nesse intervalo, a mulher sofre diversas transformações fisiológicas, biológicas e sociais, que não afetam somente a puérpera, mas também todo o seu círculo familiar (MACIEL et al, 2019).
Durante o puerpério a mulher realiza o aleitamento materno. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa prática é importante para o desenvolvimento saudável do lactante, após os seis messes pós-parto deve-se associar a alimentação materna com a alimentação complementar.
Nessa fase, a mulher e a família presenciam novas experiências inesquecíveis, no entanto, podem ser acompanhada de dúvidas, incapacidades, estresse, um misto de emoções. Esse fator motiva os pais e família a buscar novas estratégias para enfrentar os desafios, buscando promover o bem-estar da puérpera e do recém-nascido (PIOTROWSKI et al, 2002).
A enfermagem possui um papel importante nesse ciclo, com a funcionalidade de identificar necessidades e buscar resolve-las de forma eficiente, através de ações para diagnosticar e promover o tratamento de anormalidades, desse modo, evitar eventos indesejados que possam futuramente prejudicar a mãe e o bebê. Ademais, deve promover a educação em saúde, juntamente com a família, a população e as demais áreas, visando colaborar para redução dos desafios e para autonomia da família no cuidado da lactante e do recém-nascido (LEAL; SKUPIEM; RAVELLI, 2017).
A assistência profissional precisa ser pautada no cuidado integral, fundamentado no contexto sociocultural de cada puérpera, buscando compreender suas crenças e práticas no autocuidado (ACOSTA et al., 2012). Neste contexto, o enfermeiro tem importante atuação como educador, avaliando a interação da puérpera com o recém-nascido, a orientação e apoio à família para a amamentação e orientação quanto aos cuidados básicos com o recém-nascido auxiliando os familiares quanto ao que observar gerando uma autoconfiança e segurança em relação à maternidade, à paternidade e ao seguimento da vida familiar (MARCACINE; ORATI; ABRÃO, 2012).
Acolher as mulheres desde o pré-natal, parto e puerpério implica na prestação de um cuidado humanizado a mãe e ao bebê, o atendimento puerperal tem por objetivo uma troca de informações e experiências assim proporcionando o bem estar materno infantil, detectando e avaliando desvios dos limites fisiológicos da puérpera. A consulta de enfermagem é diferente da consulta médica, pois proporciona o estabelecimento de uma relação mais próxima e individual, marcada pela informalidade e flexibilidade, a consulta é iniciada com a abordagem e esclarecimento das dúvidas que a puérpera tem, a seguir é realizado o exame físico, avaliando sinais vitais, mamas, detecção dos traumas mamilares, fundo do útero, lóquios e membros inferiores (RAVELLI, 2008).
Considerando os desafios enfrentados pela puérpera, nos cuidados com o recém nascido, amamentação, relação com o companheiro e cuidados com o corpo. O presente estudo teve como objetivo desenvolver ações educativas na atenção às puérperas e aos recém-nascidos na Estratégia Saúde da Família Vila Costa Pinto, em Aldeias Altas-MA.
Metodologia
Para a realização do projeto, inicialmente o grupo de pesquisa realizou uma reunião para planejar a implementação o projeto, posteriormente, uma reunião juntamente com a Estratégia de Saúde da Família (ESF) Vila Costa Pinto para efetuar o levantamento de puérperas e recém-nascidos residentes na área.
Em seguida, foram realizadas as visitas domiciliares, especificamente na equipe de saúde da família mencionada, com a coordenadora do projeto, o bolsista e os profissionais da equipe, especialmente a enfermeira e o agente comunitário de saúde, a fim de contribuir nas discussões e enriquecer o conhecimento, resultando em interdisciplinaridade. As visitas domiciliares foram realizados semanalmente. Os assuntos abordados nas visitas serão elaborados no intuito de refletir sobre as necessidades da demanda local.
Todas as atividades foram avaliadas pelas participantes semanalmente e ao final de cada mês, o projeto e as atividades que a compõem foram avaliados pelos profissionais da equipe e os membros da equipe executora.
Em cada visita domiciliar foi aplicado um pequeno questionário, simples, utilizando desenhos para identificar como Satisfeito, Pouco Satisfeito e Insatisfeito, além de um espaço para sugestões e/ou reclamações. As visitas domiciliares com as puérperas aconteceram no dia pré-agendado e conforme melhor se adequar à demanda da unidade de saúde e público alvo. Semanalmente foram agendados a consulta puerperal na Unidade Básica de Saúde e consulta da “Primeira Semana Integral em Saúde da Criança” para que a equipe de saúde da família realizasse o atendimento à puérpera e ao bebê.
Resultados
Os resultados revelaram: Identificação previamente dos problemas que assolam às puérperas e os recém-nascidos, fortalecendo ações de diagnóstico acompanhamento e tratamento, reduzindo assim, os índices de mortalidade materna e infantil à essa população; Qualificação do trabalho na rede de assistência à saúde, com abertura de espaço para a discussão/vivência interdisciplinar e multiprofissional acerca do puerpério e cuidados com os recém-nascidos; Inserção dos acadêmicos na vivência da realidade de trabalho da rede pública de saúde, nos níveis primários de atenção à saúde, através da diversificação dos cenários de aprendizagem para os estudantes; Capacitação de docentes, acadêmicos e profissionais de saúde para a excelência na Atenção Básica em Saúde; Fortalecimento da produção científica nas necessidades do SUS, através da qualificação da atenção à população por meio da análise da situação de saúde e conhecimento das formas de utilização dos serviços de saúde pela população vulnerável de puérperas e recém-nascidos.
Considerações finais
Permitiu-se um momento de trocas de experiências entre a população e os executores do projeto, dessa forma fortaleceu-se a relação profissional/usuário, ademais, proporcionou às puérperas um momento de aprendizagem que as contribuiu para enfrentar os desafios físicos e psicológicos tão presentes nesta etapa da vida.
Enfatiza-se que, medidas educativas para às puérperas são necessárias para a promoção saúde, no entanto, percebe-se um déficit com relação aos estudos e intervenções que abordem a temática, esses aspectos torna-a uma área importante para a realização novas produções científicas.
Palavras-chave: Cuidado. Educação em Saúde. Recém Nascido.
Referências
LEAL, Juliana Ferreira; SKUPIEN, Suellen Vienscoski; RAVELLI, Ana Paula Xavier. ALEITAMENTO MATERNO: Aleitamento materno: abordagem do enfermeiro para iniciantes a esta prática. Publicatio UEPG: Ciências Biológicas e da Saúde, v. 23, n. 1, p. 54-59, 2017.
MACIEL, L. P.; COSTA, J. C. C.; CAMPOS, G. M. B.; DOS SANTOS, N. M.; DE MELO, R. A.; DINIZ, L. F. B. Transtorno mental no puerpério: riscos e mecanismos de enfrentamento para a promoção da saúde. Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online, v. 11, n. 4, p. 1096–1102, 2019.
MARCACINE, K. O.; ORATI, P.L.; ABRÃO, A. C. F. Educação em saúde: repercussões no crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor do recémnascido. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 65, n. 2, p.141-147, 2012.
PIOTROWSKI, K. A.; LOWDERMILK, D.L.; PERRY, S. E.; BOBAK, I. M. O cuidado em enfermagem materna, 5. ed. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.
RAVELLI, A. P. X. Consulta puerperal de enfermagem: uma realidade na cidade de Ponta grossa, Paraná, Brasil. Revista Gaúcha de enfermagem, v. 29, n. 1, p. 54-59, 2008.
Comissão Organizadora
Conselho Regional de Enfermagem do Maranhão
Comissão Científica