Introdução: As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. Há várias formas de transmissão, a principal é por meio de contato sexual sem uso de preservativos (masculino ou feminino), com alguém infectado. Pode ser também, por transmissão vertical para a criança na gestação, no parto ou na amamentação, quando não são realizadas as medidas de prevenção ou não há um diagnostico durante as consultas de pré-natal, e por meio não sexual, como o caso de secreções corporais contaminadas entrarem em contato com mucosas ou pele não íntegra (BRASIL, 2021). Esses diferentes tipos de microrganismos responsáveis por essas patologias tem sintomas, períodos de incubação, sinais e condições clinicas específicas que podem não manifestar sintomas ( assintomáticas) por um período de tempo e isso não impede a evolução e pode comprometer a saúde com quadros mais avançados. É importante elencar que existem grupos com maior vulnerabilidade de risco e fatores que interferem e dificultam o controle dessas ISTs como gênero, orientação sexual, condições socioeconómicas desfavoráveis e até mesmo falta de informações. Estratégias voltadas para promoção da saúde com disseminação de informações com bases científicas voltadas à saúde sexual, são ações que podem diminuir as transmissões das ISTs em especial o HIV/Aids, dando oportunidade aos adolescentes, mulheres e pessoas com a vida sexual ativa a de optarem por um estilo de vida sexualmente saudável. Objetivo: A finalidade do presente resumo é relatar a experiência de atendimentos de saúde e implementação de uma ficha de atendimento para o manejo e promoção da saúde na atenção primária de uma comunidade carente durante o projeto Saúde na Estrada, realizado pelos acadêmicos da Escola de Saúde do UniFACEMA, para prevenção e diagnóstico precoce de possíveis ISTs e para otimizar a atribuição do profissional de enfermagem em proporcionar um atendimento humanizado, resolutivo e eficiente para essa população que se encontra em riscos e vulnerabilidades. Metodologia: Para esse trabalho, foi elaborada uma ficha específica pra o atendimento e intervenção de possíveis ISTs e implantada nas portas de entrada do sistema de público de saúde de uma comunidade. Foi necessária uma pesquisa mais ampla para procurar compreender as especificidades e peculiaridades das ISTs e assim abranger o máximo possível de grupos e obter uma análise mais detalhada, foram selecionados 10 materiais para a análise desse projeto todos publicados nos últimos cinco anos (2016, 2017, 2018, 2019 e 2020) e excluídos artigos mais antigos. Foi realizado uma pesquisa bibliográfica, com busca de artigos em bases de dados como Scielo (Scientific Eletronic Library OnLine), MEDLINE, LILACS, BVS, utilizando os seguintes descritores: Infecção sexualmente transmissível; comportamento sexual; promoção da Saúde. Foram utilizadas a estratégia PICo nos problemas de pesquisa ao qual analisaram-se P: Adulto or adolescentes; I: Infecção sexualmente Transmissível; Co: Identificação or Enfermagem. Logo, foi realizada pesquisas no DeCS para localizar os descritores da pesquisa em que se evidenciou como descritores: Adolescentes, mulher, infecção Sexualmente transmissível, vulnerabilidade. Em seguida, foi realizada uma pesquisa avançada na base de dados Bireme com utilização dos operadores boleanos: ( adultos ) AND (infecção sexualmente transmissível) AND (identificação OR enfermagem ) AND ( db”MEDLINE” OR “LILACS” OR “BDENF”) AND mj”Doenças Sexualmente Transmissíveis” OR “Comportamento Sexual” OR “Adolescente” OR “Promoção da Saúde” OR “Parceiros Sexuais” OR “Fatores de Risco”) AND la”em” OR “pt”)) AND (year_cluster:[2016 TO 2021]). Resultados: Com base na experiência vivenciada nessa comunidade, a falta de informações e projetos sociais acerca do assunto atrelados a precocidade da busca sexual, a multiplicidade de parceiros, a não utilização de preservativos nas relações sexuais, concomitante a uma maior liberdade sexual e outros fatores conhecidos, contribuem para o aumento da transmissibilidade destas infecções, ressaltou-se a importância de ações de prevenção e por esse motivo foram distribuídos preservativos masculinos e femininos e realizadas palestras sobre as patologias, prevenção e cuidados. O produto final, foi a elaboração de uma ficha de atendimento específica para identificação de possíveis ISTs na atenção básica de uma comunidade carente, detalhando dados pessoais do paciente como gênero e orientação sexual, para identificação de grupos com mais vulnerabilidade de contrair alguma IST ao longo da vida, deixando um espaço bem mais amplo para o prestador de cuidados fazer promoção da saúde sobre cuidados específicos para cada grupo atendido, prevenção e orientações específicas de cada IST. Para uma investigação mais profunda sobre sinais e sintomas a ficha traz de forma sintetizada os sintomas mais comuns das ISTs e o motivo da procura ao serviço de saúde. Conclusão/considerações: Concluiu-se, portanto, que a elaboração da ficha mais detalhada para identificação de possíveis ISTs, contribuiu pro levantamento de dados do motivo da não utilização do preservativo e outros fatores que são de suma importância para promoção da saúde e da saúde como um todo. A ficha teve um impacto positivo no atendimento e manejo dos dados pessoais e clínicos dos pacientes atendidos, tornando ainda mais resolutivo o atendimento de um possível diagnóstico positivo ou exames de rotina deixando um espaço mais amplo para promoção da saúde que contribuiu para aprendizagem dessa população para comportamentos e hábitos seguros da prática sexual e facilitando a atribuição do prestador de cuidados com condutas eficazes para cada grupo e suas particularidades.
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