A DINÂMICA DO COTIDIANO DE UMA COMUNIDADE RIBEIRINHA-QUILOMBOLA DO PARÁ: RELATO DE EXPERIÊNCIA

  • Autor
  • Brena de Nazaré Barros Rodrigues
  • Co-autores
  • Patrick da Costa Lima , Geovane do Rosário Ribeiro , Vitor Vila Real Santos , William Dias Borges
  • Resumo
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    Introdução: A comunidade ribeirinha-quilombola é identificada como um tipo de população tradicional. Podemos descrever o seu perfil como aquele que tem uma especificidade de morar, trabalhar e conviver na inter-relação com os rios, os igapós, os igarapés, a terra, as matas e as florestas: sujeito envolto pela natureza, que, principalmente, sobrevive dos recursos dela extraídos¹. Neste contexto, nota-se a importância da natureza no tocante à subsistência, locomoção de pessoas e mercadorias para essa população, não obstante, encontram-se vulneráveis a diversas doenças infecto-parasitárias, pois, tudo que vai para o rio, volta, já que não há saneamento básico. Além dos riscos de serem atacados por animais ofídicos, bem como acidentes de queda das árvores, por exemplo, quando precisam ir nas matas em busca de alimentos para sua necessidade ou para comércio. Muitas comunidades vivem em áreas de difícil acesso com pouca ou nenhuma infraestrutura de serviços públicos, com isso seus padrões de vida são limitados e ficam sujeitos a precariedade². Portanto, quando há acidente ou são acometidos com alguma enfermidade, as pessoas precisam se deslocar até a Unidade Básica de Saúde (UBS), a qual geralmente é distante, ou para outros munícipios, afim de obter assistência especializada à saúde, entretanto, a maioria não tem recurso suficiente para tal e preferem utilizar os conhecimentos empíricos e tradicionais, as plantas medicinais. Apesar do estilo de vida humilde, com muita dificuldade e vulnerabilidade social em que os ribeirinhos-quilombolas se encontram, estes vêm se habituando nas várzeas e nas florestas, porém é necessário intensificar políticas públicas na área da saúde, buscando a melhoria da qualidade de vida dessa população. Objetivos: Observar o cotidiano desta comunidade ribeirinha-quilombola, a fim de saber como a enfermagem pode agir na promoção e educação em saúde nesta população. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência de caráter descritivo, vivenciado por acadêmicos de enfermagem da Universidade do Estado do Pará, a partir das aulas práticas do componente curricular enfermagem e as populações tradicionais da Amazônia que ocorreu em 2018, onde pode-se observar um pouco do cotidiano da comunidade, localizada na Ilha do Combú-Pa, a partir de visitas à UBS da região, casa de algumas famílias ribeirinhas-quilombolas e os pontos de turismo que ajudam o comércio dessa comunidade. Resultados e Discussão: Observou-se que essa população era bem carente nas questões de educação e na saúde, apesar de terem uma UBS na localidade, a mesma não tinha enfermeiro e médico para atender as demandas da população. Havia problemas relacionados à questão da falta de energia, a qual comprometia o funcionamento de alguns setores da unidade, como a sala de imunização, então, a equipe de saúde precisava estar em constante deslocamento pela região para a cobertura vacinal ser eficiente, porém, encontravam alguns obstáculos, como a falta de combustível para o barco. Contudo, notou-se que pode haver um conjunto de ações a serem realizadas além dos procedimentos técnicos, a qual, visam valorizar, também, a cultura e sabedoria da comunidade, tangenciando o conhecimento empírico. Diante deste cenário, buscou-se sensibilizar os agentes comunitários de saúde (ACS), presentes no momento da visita na UBS, para que os mesmos, durante a visita domiciliar, incentivassem a melhora na qualidade de vida da população, orientando coisas singelas como a redução de sal nos alimentos, o uso de roupas compridas e bota, quando possível, ao entrar na mata, prevenindo possíveis acidentes com animais peçonhentos, andar arrastando o pé quando o rio estiver raso, evitando assim acidentes com arraias. É sempre um desafio sobrevivência nessas comunidades ribeirinha-quilombola, visto que encontram dificuldades no acesso à assistência. Considerações finais: Indubitavelmente, um dos principais problemas que afetam essa comunidade é a escassez de políticas públicas e, principalmente, voltadas à saúde. Desta forma, a experiência proporcionou a aproximação dos acadêmicos com a população tradicional, obtendo uma visão dinâmica acerca desta população, com o intuito de intensificar a importância do olhar integral, que subsidiará uma assistência de enfermagem adequada às questões socioculturais, possibilitando o cuidado pautado na equidade. Logo, o enfermeiro como educador deve promover a educação em saúde para esta comunidade através de palestras, ou orientações básicas durante as consultas de enfermagem, visando o respeito pela cultura e saberes tradicionais.

     

  • Palavras-chave
  • Educação em Saúde, Processo de Enfermagem, Enfermagem Transcultural.
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Eixo 2: Desafios para uma prática equânime e os grupos sociais heterogêneos: classes, gênero, raça/etnia e cultura.
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Anais da A BEn PA

Saudamos à Enfermagem Paraense*

A edição 80a da Semana Brasileira de Enfermagem (SBEn) teve como tema central “Os desafios da Enfermagem para uma prática com equidade”, conforme aprovado na 79a Reunião do Conselho Nacional da ABEn (79a CONABEN) realizado em 10 e 11 de novembro de 2018, em Curitiba (PR).
Também neste contexto, em agosto de 2019 ocorrerá a 16a Conferência Nacional de Saúde, que tem um dos eixos diretamente que se articula com o tema da Semana Brasileira de Enfermagem. Trata-se do eixo “Saúde como Direito” (ABEn Nacional, 2019).

Em um conjuntura de ameaça à democracia e aos direitos sociais conquistados, diante da visão sobrepujante e imedida da meritocracia, posta em um cenário injusto delineado no contexto histórico e socialmente determinado da realidade brasileira, abordar a Equidade e como a Enfermagem pode contribuir com sua prática social para superar nós de iniquidades que envolvem o processo saúde-doença das pesssoas, sua família e a sociedade-ambeinte onde estas se inserem. Assim como, os próprios nós que envolvem desafios à propria profissão na garantia de qualidade de vida e valorização do trabalho da própria enfermagem. 

Neste sentido, a Associação Brasileira de Enfermagem seção Pará realizou o I Congresso Paraense de Enfermagem no contexto da 80ª Semana Brasileira de Enfermagem, onde abriga a primeira versão do Simpósio Paraense em Atenção Primária à Saúde (I COPENF/ 80ª SBEn / I SEAPS) - ABEn PA. A programação central nos dias 13 e 14 de maio de 2019 no Auditório do Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Pará (ICJ/UFPA) e no dia e 15 de maio de 2019 no Auditório 2 da UNAMA BR. A programação integrou as instituições de ensino e serviço da enfermagem abordado temas de interesse da profissão, promovendo atualização, reflexão crítica e divulgação de resultados de pesquisas nas apresentações de trabalhos científicos. 

Neste sentido, o evento contou com ricas conferências, mesas, palestras e debates. Quanto aos trabalhos científicos foram 113 trabalhos aprovados, 1 trabalho premiado, 16 menções honrosas atribuídas. No desdobramentos do tema da 80ª SBEn os trabalhos foram dividos nos seguintes eixos:

  • Eixo 1: Desafios para a prática de justiça social e de sustentabilidade ambiental
  • Eixo 2: Desafios para uma prática equânime e os grupos sociais heterogêneos: classes, gênero, raça/etnia e cultura.
  • Eixo 3: Desafios para a produção equânime e sustentável do cuidado a pessoas, famílias e comunidades vulneráveis.

Agradecemos a todos os participantes, voluntários da organização, patrocinadores e instituições envolvidas! Assim como, como muita satisfação disponibilizamos os Anais do I COPENF/ 80ª SBEn / I SEAPS. 

Assim, com muita alegria, lançamos a 1ª Edição dos Anais da ABEn PA.

Att.,

Diretoria da ABEn Seção Pará e Equipe de Coordenação do I COPENF/ 80ª SBEn / I SEAPS - ABEn PA

 

*Texto de William Dias Borges - Diretor de Desenvolvimento de Práticas Profissionais e do Trabalho da Enfermagem da ABEn PA

  • Eixo 1: Desafios para a prática de justiça social e de sustentabilidade ambiental
  • Eixo 2: Desafios para uma prática equânime e os grupos sociais heterogêneos: classes, gênero, raça/etnia e cultura.
  • Eixo 3: Desafios para a produção equânime e sustentável do cuidado a pessoas, famílias e comunidades vulneráveis

DIRETORIA ABEn-PA:
Presidente: Regina Coeli Nascimento de Souza
Vice-presidente: Roseneide dos Santos Tavares
Secretária Geral: Nahima Castelo de Albuquerque
Diretora Financeira: Maria de Belém Ramos Sozinho
Diretora do Centro de Educação: Laura Maria Vidal Nogueira
Diretor do Centro de Desenvolvimento de Práticas Profissionais e do Trabalho da Enfermagem: William Dias Borges
Diretora do Centro de Estudos e Pesquisa de Enfermagem: Maria Goreth Silva Pereira


COMISSÃO CIENTÍFICA
Presidente: Laura Maria Vidal Nogueira
Nádile Juliane Costa de Castro
Bruna Alessandra Costa e Silva Panarra
Hellen Cristhina Lobato Jardim Rêgo
William Dias Borges
Everton Luís Freitas Wanzeler


COMISSÃO I SEMINÁRIO PARAENSE EM ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (I SEAPS):
Presidente: Nádile Juliane Costa de Castro
Secretária geral: Bruna Alessandra Costa e Silva Panarra
Victor da Graça Viana
Tamilis Feitosa Leal
Tatiane Giseli Marques da Silva
William Dias Borges


COMISSÃO DE MONITORIA
Presidente: Tatiane Giseli Marques da Silva

 

abensecaopara@gmail.com

A ABEn é uma associação de caráter cultural, científico e político, com personalidade jurídica própria, de direito privado e que congrega pessoas  Enfermeiras; Técnicas de Enfermagem; Auxiliares de Enfermagem; estudantes de cursos de Graduação em Enfermagem e de Educação Profissional de Nível Técnico em Enfermagem; Escolas, Cursos ou Faculdades de Enfermagem; Associações ou Sociedades de Especialistas que a ela se associam, individual e livremente.


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https://forms.gle/HZMcrDjzJ1erhPeU9

 

Sede da ABEn PA

Tv. Humaitá, 2205

Belem Do Pará, Para, Brazil

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