Introdução: A hidrocefalia de pressão normal (HPN) é uma condição neurológica caracterizada pelo acúmulo excessivo de líquido cefalorraquidiano (LCR) nos ventrículos cerebrais, sem elevação significativa da pressão intracraniana. Essa condição é comumente associada a um triângulo sintomático composto por demência, marcha anormal e incontinência urinária. Fatores de risco incluem idade avançada, histórico de traumatismo craniano, hemorragia subaracnoidea e infecções do sistema nervoso central. A prevalência da HPN é mais notável em idosos, com uma estimativa de 5 a 10 casos por 100.000 habitantes. Frequentemente, é subdiagnosticada, uma vez que seus sintomas podem ser confundidos com os de outras doenças neurodegenerativas. Objetivo: Analisar os desafios ao diagnosticar e tratar a hidrocefalia de pressão normal em adultos. Método: Foi realizada uma revisão de literatura com o objetivo de analisar os desafios no diagnóstico e tratamento da hidrocefalia de pressão normal em adultos. As bases de dados consultadas foram PUBMED, LATINDEX, SCIELO e Google Acadêmico, com artigos completos gratuitos publicados entre 2020 e 2024, nos idiomas inglês, espanhol e português. A estratégia PICO foi: "Adultos com hidrocefalia de pressão normal" (População), "desafios no diagnóstico e tratamento" (Intervenção), "acesso a terapias e diagnóstico" (Comparação) e "consequências clínicas" (Resultado). Os critérios de inclusão envolveram estudos sobre diagnóstico, tratamento e complicações, enquanto os de exclusão abrangeram artigos com foco em outras formas de hidrocefalia e revisões não relevantes. Após a triagem, foram aplicados 8 artigos. Resultados: A hidrocefalia de pressão normal se não tratada, pode levar a sérias consequências, incluindo a deterioração cognitiva progressiva, perda de capacidade funcional e comprometimento significativo da qualidade de vida do paciente. O diagnóstico da HPN é desafiador, uma vez que os sintomas podem ser facilmente confundidos com outras condições neurológicas, como doença de Alzheimer ou doença de Parkinson. A ressonância magnética é considerada o exame padrão ouro para diagnóstico, mas sua interpretação pode ser complexa devido à sobreposição de sinais clínicos e imagens. O tratamento habitual consiste na inserção de um shunt ventriculoperitoneal para drenar o excesso de LCR e aliviar os sintomas. No entanto, a resposta ao tratamento pode variar, com alguns pacientes apresentando complicações, como infecções e obstruções no dispositivo de drenagem. A abordagem terapêutica exige acompanhamento rigoroso e monitoramento constante para minimizar riscos e garantir a melhora clínica. A identificação precoce e o manejo adequado da HPN são cruciais para a prevenção de danos irreversíveis ao sistema nervoso central. Considerações finais: A análise dos desafios diagnósticos e terapêuticos na HPN revela a complexidade associada a essa condição, dada a sobreposição de sintomas com outras doenças neurodegenerativas. A identificação precoce e o tratamento adequado são essenciais para prevenir a deterioração cognitiva e funcional. No entanto, os desafios persistem, principalmente devido à variabilidade na resposta terapêutica e complicações associadas ao shunt ventriculoperitoneal. Investigações adicionais são necessárias para aprimorar os métodos diagnósticos e otimizar as abordagens terapêuticas, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes.
Anais do Evento: PRIMEIRO CONGRESSO INTERNACIONAL DA QUALIDADE DE VIDA E BEM ESTAR: DO NASCIMENTO A TERCEIRA IDADE
doi.org/10.55664/ida
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