O artigo trata de um estudo comparativo entre profissionais do segmento de artesanato no Brasil e Portugal, considerando aspectos estruturais, organizacionais e socioculturais que definem as experiências de comercialização numa perspectiva de fortalecimento da economia solidária. A pesquisa, de natureza qualiquantitativa, baseou-se na combinação das técnicas de escuta de narrativa e elaboração de redes semânticas, visando a construção de um modelo analítico – interpretativo como método objetivo para compreender realidades subjetivas. Como aporte teórico, o texto transita pelos conceitos de economia solidária (HESPANHA & SANTOS, 2016; SINGER, 2002), outra gestão (FRANÇA FILHO, 2020) e subjetividade (GONZALEZ REY, 2017; MORIN, 2015). Embora os contextos apresentem diferenças em alguns aspectos, a pesquisa revelou obstáculos com significativa semelhança nas duas realidades, a exemplo de dificuldade de apoio, desvalorização da produção artesanal e fragilidade da rede de comercialização. Por outro lado, observou-se um particular encantamento dos profissionais portugueses em relação à criatividade dos profissionais brasileiros; enquanto no Brasil, observou-se a possibilidade de participação em feiras no exterior como um sonho a ser alcançado caso pudessem ter acesso a apoio e financiamento. Os resultados comprovam a importância de estratégias integradas de apoio e articulação em redes, para além das fronteiras nacionais, visando o fortalecimento da economia solidária enquanto movimento internacional de emancipação social e coletiva.
Comissão Organizadora
Congresso Cooperativismo
Fernando Rocha
Uziel Barbosa
Comissão Científica