Fundo Rotativo Solidário da COOMAFES: Crédito, Autogestão e Empoderamento Feminino no município de Valença – BA.

  • Autor
  • Aline de Oliveira Andrade
  • Co-autores
  • Evely Nascimento dos Santos , Ravena dos Santos Nascimento
  • Resumo
  • O presente trabalho discute a implementação do Fundo Rotativo Solidário (FRS) da Cooperativa Feminina da Agricultura Familiar e Economia Solidária de Valença (BA) – COOMAFES, a cooperativa foi fundada em 2017 e o FRS em 2023. Em 2025 a cooperativa tem 123 cooperadas. “O fundo rotativo solidário é como uma poupança comunitária gerida coletivamente para fortalecer a agricultura familiar. Essa poupança é formada por meio da doação voluntária de recursos por cada membro participante do fundo ou ainda pode ser constituída a partir de ações e recursos externos” (Freire, 2011). A experiência surge na cooperativa como resposta à dificuldade de acesso ao crédito pelas agricultoras familiares, realidade historicamente marcada pela exclusão das políticas de fomento que privilegiam grandes proprietários e monoculturas (Aquino; Cazolla; Schneider, 2017). A COOMAFES estruturou o FRS como uma poupança coletiva voltada ao fortalecimento produtivo e organizativo de suas cooperadas. O fundo foi formalizado em assembleia de 2023, com capital inicial de R$ 15 mil oriundo das reservas da cooperativa, acrescido de 20% das sobras anuais de 2022, totalizando R$ 16.479,38 para começar a execusão. Sua gestão é realizada por uma comissão eleita em assembleia, composta por cinco cooperadas, com mandato de dois anos, e responsável pela análise das solicitações, liberação dos créditos e acompanhamento das devoluções (COOMAFES - Relatório FRS, 2024). Entre 2023 e 2024, o FRS atendeu dezenove de cooperadas, financiando aquisição de equipamentos, insumos e capital de giro, fundamentais para ampliar a produção e a comercialização. O processo fortaleceu a autogestão, a solidariedade e a educação financeira das cooperadas, constituindo-se em prática de finanças solidárias enraizada nos princípios da economia solidária (Singer, 2002; Silva, 2017).  A experiência demonstra que os fundos rotativos solidários, além de suprirem a lacuna deixada pelo sistema financeiro formal, configuram-se como instrumentos de autonomia econômica e empoderamento feminino no campo, articulando sustentabilidade, solidariedade e geração de renda. No caso da COOMAFES, o FRS se consolida como um mecanismo de resistência frente às desigualdades de gênero e às limitações de acesso ao crédito rural, promovendo inclusão e bem viver no território, ao ltempo que fortalece as práticas produtivas e economicas das cooperadas da cooperativa. 

  • Palavras-chave
  • cooperativismo feminino, mulheres rurais, economia solidária.
  • Área Temática
  • GT 8 – Financiamento e práticas de finanças solidária
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  • GT 1 – O trabalho e suas multidimensões
  • GT 2 – Autogestão, comercialização e empreendedorismo na ESS
  • GT 3 – Inovação e tecnologia social
  • GT 4 – Direito e instituições
  • GT 5 – Movimentos sociais e redes de ESS
  • GT 6 – Desenvolvimento territorial, ruralidades e agroecologia
  • GT 7 – Políticas públicas de ESS
  • GT 8 – Financiamento e práticas de finanças solidária
  • GT 9 – Educação cooperativista
  • GT 10 – Desigualdades e gerações na ESS (gênero, raça e juventude)
  • GT 11 – Turismo e meio ambiente
  • GT 12 – Internacionalização dos empreendimentos solidários
  • GT 13 – Teoria do cooperativismo, economia social e solidária
  • GT 14 – Plataformas digitais e ESS
  • GT 15 – Relatos de experiência, práticas de incubação e extensão universitária
  • GT 16 – Implementação e mensuração dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

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