O presente trabalho tem como objetivo analisar o papel do cooperativismo solidário em sua dimensão social e econômica, enquanto possibilidade de desenvolvimento local e regional do território. O Foco de análise é a COOPASA– Cooperativa Agropecuária dos Agricultores Familiares de Santana do Acaraú – CE, situada no Município de Santana do Acaraú região noroeste do Estado do Ceará. O tema é bastante relevante pelo destaque que o cooperativismo tem conquistado na busca de melhorar a qualidade de vida das pessoas envolvidas, na tentativa de ser alternativa viável de produção, comercialização e fortalecimento da categoria, uma alternativa ao modelo econômico vigente. Para embasar nossas análises, utilizamos autores como Singer (2002) falando sobre cooperativismo, Lesbaupim (2012), que traz o desenvolvimento como garantia de qualidade de vida para as pessoas e Singer (2004), que fala sobre economia solidária como elemento propulsor do desenvolvimento. Abramovay (1999), numa discussão sobre desenvolvimento rural, dentre outros. Metodologicamente assumiu-se uma perspectiva dialética e processual, numa abordagem qualitativa, com observação participante, rodas de conversas e diário de campo. A observação participante é uma forma de perceber entre as ações e as falas, as sensações dos sujeitos, as relações entre eles e uma série de detalhes que não é possível captar em outros locais; realizamos ainda análise documental buscando compreender o processo histórico do grupo. No desenvolvimento trazemos um breve histórico da cooperativa, o desenrolar do processo desde sua criação, alguns entraves, desafios enfrentados pelo grupo e como foram se sobressaindo a tais processos. Em seguida fazemos uma discussão da “COOPASA como alternativa e possibilidade de desenvolvimento?”. Do ponto de vista de uma discussão sobre desenvolvimento local, constatamos muitas potencialidades econômicas e sociais do empreendimento em estudo. Dessa forma percebemos o trabalho em rede e a promoção de parcerias como caminho na construção do desenvolvimento econômico da cooperativa, observando suas potencialidades econômicas e sociais distintas, embora o processo de construção, seja um desafio se considerarmos o pouco conhecimento sobre cooperativismo que os membros da instituição apresentam, o que reflete na dificuldade de participação nas atividades desenvolvidas. Assim, nossas observações corroboram o fato de que a participação é um desafio não a ser superado, mas transformado em possibilidades. Ainda como resultados alcançados chamamos a atenção para as potencialidades do empreendimento na perspectiva de um modelo econômico alternativo que se propõe sustentável dentro do viés político, econômico, social e ambiental.
Comissão Organizadora
Congresso Cooperativismo
Fernando Rocha
Uziel Barbosa
Comissão Científica