PREVALÊNCIA DE COLONIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DA SUSCETIBILIDADE AOS ANTIMICROBIANOS DE Streptococcus agalactiae ISOLADOS EM GESTANTES DE ALTO RISCO NA AMAZÔNIA

  • Autor
  • Brena de Almeida Costa
  • Co-autores
  • Edlainny Araujo Ribeiro , Lorrany Karen Batista de Jesus , Rodrigo Alves de Oliveira
  • Resumo
  • Introdução: Streptococcus agalactiae ou estreptococo do grupo B (GBS) é uma bactéria gram-positiva que coloniza os sistemas gastrointestinal e geniturinário, em colonizações e/ou infecções de indivíduos imunodeprimidos como os neonatos, podendo desenvolver uma série de complicações e doenças e levar até a morte. O GBS é uma importante causa de infecção em mulheres grávidas e seus recém-nascidos, apresentando vários fatores de virulência que contribuem para o aumento de sua patogênese, com destaque para resistência a antimicrobianos. Portanto, tendo em vista a prevalência de colonizações em gestantes por GBS, a transmissão vertical, a sua alta patogenicidade, os riscos inerentes a saúde da mãe e do feto e a detecção de resistência aos antimicrobianos, tornou-se imprescindível a realização desta pesquisa. Objetivo: O objetivo da pesquisa foi caracterizar o perfil clínico-epidemiológico de gestantes colonizadas por Streptococcus agalactiae e determinar o perfil de suscetibilidade desses isolados em um hospital que presta serviços de média e alta complexidade na Amazônia. Metodologia: O estudo foi do tipo descritivo, prospectivo e transversal com abordagem quantitativa, composto por 50 gestantes atendidas em um hospital regional, no município de Redenção no sudeste do Estado do Pará. Após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) sob o número CAAE: 99503018.2.0000.8104, iniciou-se as coletas das amostras de swab combinado (retal e vaginal). O teste de sensibilidade antimicrobiana foi realizado seguindo as recomendações do Clinical Laboratory Standards Institute (CLSI, 2018). Como controle foi usada uma cepa de S. pneumoniae padrão ATCC 49619. Foram coletados também dados sociodemográficos, reprodutivos e clínico obstétricos das gestantes, através de análise estatística descritiva mediante distribuições absolutas e percentuais, médias e desvios padrões. Resultados: A colonização por GBS foi detectada em 34% (n=17) das gestantes participantes, a idade média foi de 26,4 (±7,2) anos, com escolaridade igual ou acima de 9 anos, cor de pele negra, multigestas e residentes no perímetro urbano dos municípios atendidos pelo hospital. Os fatores de risco mais frequentes foram hipertensão 26,0% (n=13), seguida por diabetes 10,0% (n=5), gestação gemelar 10,0% (n=5) e doenças renais 8,0% (n=4). Com relação ao perfil de suscetibilidade dos isolados (n=17), todos mostraram-se sensíveis aos antimicrobianos meropenem, linezolida e vancomicina. No entanto, foi verificada altas taxas de resistência para ciprofloxacino 82,4% (n=14) seguido de cloranfenicol 70,6% (n=12), eritromicina e tetraciclina 58,8% (n=10), respectivamente. Das cepas analisadas 88,2% (n=15) eram multirresistentes, a classe de antimicrobianos com menor desempenho foi das quinolonas seguida dos ?-lactâmicos, clorafenicol, macrolídeos, lincosamidas e tetraciclinas. Considerações: Foi possível identificar uma considerável taxa de positividade para colonização de GBS e conhecer o perfil sociodemográfico de gestantes de alto risco. Além disso, detectou-se a presença de microrganismos multirresistentes. Esses conhecimentos possibilitarão a elaboração e implementação de políticas de saúde visando a prevenção dessas colonizações/infecções e redução da morbimortalidade associada, além de contribuir com dados para literatura nacional.

  • Palavras-chave
  • Streptococcus agalactiae, Gestantes, Resistência microbiana a drogas.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Atenção hospitalar
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