Introdução; Os ambientes de assistência à saúde são locais com graduação variável de insalubridade apresentando diversos riscos ocupacionais. No entanto, o risco biológico apresenta o de maior relevância entre os trabalhadores de saúde em especial os trabalhadores de enfermagem. Objetivo; Analisar a epidemiologia dos acidentes com exposição a material biológico entre trabalhadores da equipe de enfermagem em um hospital público de referência para o atendimento desses acidentes na região sul do estado do Pará. Metodologia; Estudo transversal e descritivo, com abordagem e análise quantitativa, realizado no período de outubro e novembro de 2018. Os dados foram coletados por meio de uma entrevista com aplicação de questionário e escritos estatisticamente e representados em forma de tabelas e gráficos. Resultados; Dos 139 profissionais que participaram da pesquisa, (63; 45,3%) relataram ter sofrido algum tipo de acidente com material biológico. A maioria dos acidentes referidos ocorreram entre técnicos de enfermagem (110; 88,0%), sendo os profissionais do sexo feminino os de maior prevalência (54; 85,7%), com uma faixa etária entre 30 a 39 anos (44,5%). A ocorrência de múltiplas exposições foi relatada por 24 profissionais, com um total de 96 acidentes. O tipo de exposição mais prevalente foi em pele integra (69; 55,2%), seguido por percutânea (47; 37,6%), sendo a mão (43; 34,4%) a área corporal mais atingida. Em relação ao uso de Equipamentos de Proteção Individual, em todos os relatos o profissional estava usando algum tipo de proteção, sendo o sapato fechado e o gorro os mais referidos pelos entrevistados (102; 81,9%). A lavagem com água e sabão em associação com álcool 70% foi realizada na maioria dos acidentes (59; 47,2%), e em apenas (51; 40,8%) houve a procura de atendimento pós exposição ao material biológico, desses a maior parte (47; 92,1%) aconteceu antes de duas horas. Houve identificação do paciente-fonte em (54; 43,2%) casos, sendo realizado os exames de rotina para o conhecimento da sorologia em todos (54; 100,0%), desses (02; 3,0%) eram portadores de HIV, (01; 1,5%) HBV, e (04; 6,0%) outras doenças infectocontagiosas. Entre os que afirmaram ter sofrido acidente, (16; 25,0%) não preencheram a comunicação do acidente de trabalho. Quanto à vacinação contra hepatite B entre todos os entrevistados, (139; 100,0%) possuíam o esquema vacinal completo e realizaram o exame anti-HBs, sendo que desses (52; 37,4%) referiram resposta positiva, (43; 30,9%) negativa e (44; 31,7%) relataram não ter conhecimento sobre o resultado do exame. Segundo os entrevistados, os fatores que mais contribuíram para a exposição foi distração (21; 50,0%) e a pressa (06; 14,3%). Conclusão. Acredita-se ser de suma importância o desenvolvimento de estratégias de educação que visem melhorar a capacitação dos profissionais sobre os riscos inerentes as exposições a materiais biológicos durante a prática laboral, bem como quanto a importância da notificação desses acidentes para a realização de uma conduta adequada.
Comissão Organizadora
FESAR
Comissão Científica