Introdução; Os ambientes de assistência à saúde são locais com graduação variável de insalubridade apresentando diversos riscos ocupacionais. No entanto, o risco biológico apresenta o de maior relevância entre os trabalhadores de saúde. Objetivo. Analisar a epidemiologia dos acidentes com exposição a material biológico (MB) entre trabalhadores que atuam direta e indiretamente na assistência à saúde em um hospital público de referência para o atendimento desses acidentes no 12º Centro Regional de Saúde (CRS) do estado do Pará. Metodologia; Estudo transversal e descritivo, com abordagem e análise quantitativa, realizado no período de outubro e novembro de 2018. Os dados foram coletados por meio de uma entrevista com aplicação de questionário e escritos estatisticamente e representados em forma de tabelas e gráficos. Resultados; Dos 259 profissionais que participaram da pesquisa, (81; 31,3%) relataram ter sofrido algum tipo de acidente com material biológico. A maioria dos acidentes referidos ocorreram entre técnicos de enfermagem (110; 42,4%), sendo os profissionais do sexo feminino os de maior prevalência (64; 79,1%), com uma faixa etária entre 30 a 39 anos (43,2%). A ocorrência de múltiplas exposições foi relatada por 31 profissionais, com um total de 109 acidentes. O tipo de exposição mais prevalente foi em pele integra (82; 55,2%), seguido por percutânea (65; 40,9%), sendo o dedo (51; 32,0%) a área corporal mais atingida. Em relação ao uso de Equipamentos de Proteção Individual, em todos os relatos o profissional estava usando algum tipo de proteção, sendo o sapato fechado e o gorro os mais referidos pelos entrevistados (124; 78%) e (122; 76,1%) respectivamente. A lavagem com água e sabão em associação com álcool 70% foi realizada na maioria dos acidentes (81; 50,9%. Houve procura de atendimento pós exposição ao material biológico em (81; 50,9%) das ocorrências, desses (59; 72,8%) aconteceu antes de duas horas. O paciente-fonte foi identificado em (70; 44%) casos, sendo realizado os exames de rotina para o conhecimento da sorologia em todos (66; 100,0%), e desses (03; 4,2%) eram portadores de HIV, (02; 2,8%) HBV, (01; 1,4%) HVC e (06; 8,5%) outras doenças infectocontagiosas. Entre os que afirmaram ter sofrido acidente, (22; 27,1%) não preencheram a comunicação do acidente de trabalho. Quanto à vacinação contra hepatite B entre todos os entrevistados, (259; 100,0%) possuíam o esquema vacinal completo e realizaram o exame anti-HBs, sendo que desses (86; 33,0%) referiram resposta positiva, (65; 25%) negativa e (195; 31,7%) relataram não ter conhecimento sobre o resultado do exame. Segundo os entrevistados, os fatores que mais contribuíram para a exposição foi distração (25; 41,7%) e a pressa (07; 11,7%). Conclusão. Acredita-se ser de suma importância o desenvolvimento de estratégias de educação que visem melhorar a capacitação dos profissionais sobre os riscos inerentes as exposições a materiais biológicos no local de trabalho, bem como quanto a importância da notificação desses acidentes para a realização de uma conduta adequada.
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