Introdução: A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema pallidum, altamente contagiosa, sendo transmitida pelo ato sexual desprotegido, material contaminado e de forma vertical. A sífilis congênita (SC) é a forma da doença que ocorre por meio da transmissão vertical, considerada um grande problema para a saúde pública, embora seja de simples diagnóstico e facilmente evitável. Dessa forma, é fundamental a qualidade da assistência durante a gestação e parto, papel que pode ser exercido por enfermeiros. Então é essencial a qualificação do enfermeiro que faz o acompanhamento das gestantes no pré-natal podendo auxiliar na prevenção da transmissão vertical da doença. Objetivo: Avaliar o conhecimento dos enfermeiros que trabalham em Unidades Básicas de Saúde (UBS) sobre SC. Metodologia: Estudo transversal quantitativo composto por 8 enfermeiros da cidade de Redenção, Pará, Brasil. Foi adotado um questionário estruturado sobre SC, permitindo caracterizar o perfil profissional de cada enfermeiro e o conhecimento dos mesmos sobre a prática clínica, o diagnóstico, tratamento, perfil epidemiológico e notificação da doença. Realizou-se análise estatística univariada por meio de distribuição de frequências. Resultados finais: Dentre os investigados, 87,5% pertencem ao sexo feminino e, em relação ao tempo de formação e de atuação na UBS, houve a predominância no período inferior a 10 anos. A pós-graduação em cuidados de saúde da família foi predominante entre os pesquisados. Todos os enfermeiros relataram familiaridade com o manual do Ministério de Saúde (MS) do Brasil com protocolos para gerenciamento de SC e 87,5% destes confirmam que sua leitura ocorreu em menos de um ano. Porém, apenas 50% apresentaram conhecimento adequado quanto a situação epidemiológica da SC no país e no município. Em relação aos aspectos clínicos da doença, apenas 25% dos profissionais responderam corretamente sobre a forma de transmissão relacionada a idade gestacional. Felizmente, observou-se que 62,5% dos profissionais conhecem a forma de transmissão da doença baseada em seu estágio, porém esse número reduz quando se compara a idade gestacional. Em relação ao conhecimento sobre testes de diagnóstico para sífilis, 37,5% afirmaram corretamente que o VDRL é um teste não treponêmico e, apenas 1 profissional respondeu adequadamente sobre a confirmação do diagnóstico da doença. Metade da população estudada acertou a classificação dos testes sorológicos para o diagnóstico de SC e 62,5% descreveram corretamente o momento exato da realização dos destes testes. Em relação ao tratamento, mais de 50% dos participantes responderam corretamente a forma de tratamento da SC de acordo com sua fase. Na avaliação das práticas de vigilância epidemiológica, 37,5% dos enfermeiros responderam corretamente sobre o prazo das notificações dos casos de SC. Considerações: Conclui-se que os enfermeiros pesquisados apresentaram familiaridade com o manual do MS sobre protocolos e gerenciamento da SC. Porém, mesmo tendo acesso ao manual seus conhecimentos são limitados acerca da transmissão da sífilis gestacional para o feto ou ao recém-nascido, sobre o diagnóstico da doença e tratamento da mesma. Dessa forma, para um bom desempenho, é necessário a implantação de capacitação técnica dos mesmos especialmente para atender as gestantes com sífilis.
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