NANOTECNOLOGIA FARMACÊUTICA: INOVAÇÕES NA LIBERAÇÃO CONTROLADA DE FÁRMACOS PARA O TRATAMENTO DE DOENÇAS COMPLEXAS

  • Autor
  • LUCAS CARLOS ALVES DE SOUZA
  • Co-autores
  • MARIANA NUNES LISBOA , SUYANE RAMIRO LISBOA , LAURA MEIRA DE CARVALHO SILVA , THIAGO DOS SANTOS ROSA , LYSLEINE ALVES DE DEUS , HUGO DE LUCA CORREA
  • Resumo
  •  

    Introdução
    A nanotecnologia tem revolucionado o desenvolvimento de medicamentos, especialmente no que diz respeito à liberação controlada de fármacos, promovendo maior eficácia terapêutica e redução de efeitos adversos. Estudos recentes demonstram que nanopartículas, lipossomas e polímeros podem ser utilizados como veículos de entrega que direcionam os medicamentos diretamente ao tecido-alvo, melhorando a biodisponibilidade e minimizando a toxicidade sistêmica (Saraiva et al., 2016). Este trabalho visa revisar as aplicações da nanotecnologia farmacêutica no desenvolvimento de tratamentos para doenças complexas, como o câncer e doenças neurodegenerativas, baseando-se em evidências da literatura científica.

    Métodos
    Foi realizada uma revisão integrativa da literatura utilizando as bases de dados PubMed, Scopus e Web of Science. Foram selecionados estudos publicados entre 2018 e 2023 que investigaram a utilização de nanopartículas em sistemas de liberação controlada de fármacos, com foco nas aplicações em oncologia e doenças neurodegenerativas. Os critérios de inclusão foram artigos que discutem a eficácia, segurança e benefícios das nanopartículas no tratamento dessas condições. Estudos duplicados ou sem relevância clínica foram excluídos.

    Resultados
    As evidências revisadas indicam que as nanopartículas, como lipossomas e polímeros biodegradáveis, têm mostrado resultados promissores em tratamentos de câncer. Por exemplo, a formulação lipossomal da doxorrubicina (Lipodox) demonstrou menor cardiotoxicidade em pacientes oncológicos, devido à liberação controlada do fármaco diretamente no tumor, minimizando danos ao tecido saudável (Barenholz, 2012). Além disso, nanopartículas à base de polímeros têm sido eficazes na travessia da barreira hematoencefálica, o que melhora a entrega de medicamentos para o tratamento de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson (Saraiva et al., 2016).

    Em relação à biodisponibilidade, nanopartículas de polímero têm sido empregadas para aumentar a solubilidade de fármacos hidrofóbicos. Um estudo realizado por Mishra et al. (2020) demonstrou que nanopartículas de ácido poliláctico-co-glicólico (PLGA) aumentam significativamente a biodisponibilidade de fármacos antitumorais. A nanotecnologia também foi aplicada no desenvolvimento de formulações personalizadas de quimioterápicos, permitindo maior precisão na dosagem e reduzindo os efeitos colaterais frequentemente observados em tratamentos convencionais.

    Discussão
    A nanotecnologia farmacêutica representa um avanço significativo no tratamento de doenças crônicas e de difícil manejo. No contexto do câncer, as nanopartículas possibilitam a administração de doses menores de quimioterápicos, devido à sua capacidade de se acumularem seletivamente no tecido tumoral por meio do efeito de permeabilidade aumentada e retenção (EPR) (Maeda, 2013). Essa seletividade aumenta a eficácia terapêutica e reduz a toxicidade sistêmica, como demonstrado no uso da doxorrubicina lipossomal, que diminui a cardiotoxicidade em comparação com a versão convencional do medicamento.

    Além disso, as nanopartículas têm mostrado bons resultados no tratamento de doenças neurodegenerativas, que apresentam desafios na entrega de medicamentos devido à barreira hematoencefálica. Nanopartículas à base de PLGA, por exemplo, conseguem atravessar essa barreira e liberar fármacos diretamente no sistema nervoso central, oferecendo uma abordagem mais eficiente no tratamento de condições como o Alzheimer (Saraiva et al., 2016). No entanto, ainda existem desafios, como a necessidade de maior compreensão sobre a toxicidade a longo prazo das nanopartículas e o desenvolvimento de regulamentos mais rigorosos para a aprovação desses medicamentos inovadores.

    Conclusão
    A nanotecnologia farmacêutica inaugura uma nova era de tratamentos mais eficazes e precisos, especialmente na oncologia e em doenças neurodegenerativas. A liberação controlada de medicamentos por nanopartículas reduz os efeitos adversos e aumenta a eficácia dos tratamentos, beneficiando pacientes que necessitam de terapias mais complexas e individualizadas.

    Referências

    BARENHOLZ, Y. Doxil®—the first FDA-approved nano-drug: lessons learned. Journal of Controlled Release, v. 160, n. 2, p. 117-134, 2012.

     

    MAEDA, H. The enhanced permeability and retention (EPR) effect in tumor vasculature: the key role of tumor-selective macromolecular drug targeting. Advances in Enzyme Regulation, v. 41, n. 1, p. 189-207, 2013.

     

    MISHRA, V.; SHARMA, R.; BANSAL, K. K. PLGA nanoparticles: recent advances in drug delivery. International Journal of Pharmaceutics, v. 583, p. 119-127, 2020.

     

    SARAIVA, C. et al. Nanoparticle-mediated brain drug delivery: overcoming blood-brain barrier to treat neurodegenerative diseases. Journal of Controlled Release, v. 235, p. 34-47, 2016.

     

  • Palavras-chave
  • Nanotecnologia, Liberação Controlada de Fármacos, Nanopartículas, Antineoplásicos, Doenças Neurodegenerativas
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Revisão Integrativa
Voltar Download

A II Mostra Cietífica do Curso de Farmácia foi realizado de modo presencial no dia 30 de outubro de 2024, no auditório do Bloco K, campus Taguatinga-DF da Universidade Católica de Brasília.

 

Os trabalhos foram submetidos em três modalidades: 

 

  1.     Trabalhos experimentais: nesta categoria entra trabalhos no qual houve um meio de técnicas de coleta e análise de dados, podendo ser trabalhos desenvolvidos em laboratórios, envolvendo pessoas, grupos ou instituições.
  2.     Revisão Integrativa: nesta categoria entra trabalhos teóricos a estilo de uma revisão bibliográfica, no qual é recrutado diferentes estudos independents sobre uma temática.
  3.     Relato de caso e/ou Relato de Experiência: nesta categoria entra os trabalhos que descrevem casos de pacientes, doenças ou situações interessantes que apresentem algum aspecto original, incluindo descrição de casos raros, comportamentos atípicos, ocorrência de evento adverso não descrito com o uso de terapêutica, assim como vivência acadêmica e/ou profissional.

Os trabalhos aprovados foram apresentados na seguinte modalidalidade: apresentação oral, pôster.

 

Os trabalhos premiados como Menção Honrosa para apresentação oral: 

  1. Determinação do Perfil de Uso e Descarte de Medicamentos: um estudo experimental
  2. UNODC NA PCDF: POLÍTICA GLOBAL ANTIDROGAS E QUALIDADE DOS LABORATÓRIOS FORENSES
  3. Beneficios do uso de tecnologias no cuidado farmacêutico desenvolvido na atenção basica a saude

 

Os trabalhos premiados como Menção Honrosa para apresentação pôster: 

  1. Alvos farmacológicos inspiradora no exercício: O papel da bioinformática
  2. Evidências qualitativas sobre servições farmacêuticos clínicos hospitalares
  3. Atuação do farmacêutico na conscientização e redução do uso indiscriminado de psicotrópicos

 

O evento contou com com trabalhos produzidos pelos discentes da Univerisdade Católica de Brasília (UCB) e pela Universidade de Brasília (UnB). 

  • Trabalhos experimentais
  • Revisão Integrativa
  • Relato de caso e/ou Relato de Experiência

Comissão Organizadora

VIVIANE CORREA DE ALMEIDA FERNANDES

Comissão Científica

 

Viviane Corrêa de almeida Fernandes 

Jessica Mycaelle da Silva Barbosa

Wendell Iury Robles Marques Rocha

Héllen Cristina Almeida de Castro Alves 

Rafael Lavarini dos Santos 

Taynah Oliveira Martins 

Alessandra Godoi Cardoso Kostopoulos 

Heidi Luise Schulte 

Aline Cabral Braga de Medeiros

Lara Nascimento Leal 

Giselle Veras Lucena Vieira 

Pedro Juan Ribeiro Calisto dos Santos 

Athamy Sarah de Paula Cruz

Natália Elisabeth Kruklis

Lucas Magedanz 

Samara Haddad Simões Machado

Mary Audeny Torres Paulino

João Nicanildo Bastos dos Santos 

 

Viviane Corrêa de Almeida Fernandes

e-mail: viviane.fernandes@p.ucb.br