Introdução: A Declaração de Alma-Ata, promulgada pela OMS, reconheceu a importância de práticas alternativas e complementares, e do conhecimento tradicional na saúde pública, especialmente sobre o uso de plantas medicinais, que é adotado por 80% da população, incluindo os idosos. No entanto, o uso indiscriminado dessas plantas pode ser perigoso devido às interações com medicamentos convencionais, aumentando o risco de reações adversas. Por isso, é fundamental tratar o conhecimento sobre fitoterapia com seriedade, promovendo uma integração cuidadosa entre saberes populares e científicos para garantir um tratamento seguro e eficaz, principalmente para os idosos. Objetivos: Explorar os malefícios do uso indiscriminado de práticas fitoterápicas com foco na população sênior e a atuação dos profissionais de saúde frente a essa questão. Metodologia: Este trabalho trata-se de um estudo exploratório baseado em pesquisas bibliográficas realizadas nas bases de dados PubMed, Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Springer Link. Foram utilizadas as seguintes palavras-chave: Interações medicamentosas, reações adversas, plantas medicinais e idosos. Os artigos selecionados foram publicados no período de 1999 a 2023. O estudo busca discutir o uso indiscriminado de plantas medicinais e suas potenciais reações adversas na saúde da população idosa, enfatizando a importância dos profissionais da saúde nas orientações do uso seguro desse tratamento não convencional. Resultados: Segundo dados da OMS, até 2050 o número de idosos representará um quinto da população mundial. Esse aumento na expectativa de vida se deve, principalmente, aos avanços científicos e médicos. No entanto, muitos idosos ainda utilizam saberes tradicionais, como ervas medicinais, no qual necessitam de uma atenção quanto a utilização racional. Segundo dados de uma pesquisa da RIPSA, 70% dos idosos possuem ao menos uma doença crônica, e 60% usam quatro ou mais medicamentos, caracterizando polifarmácia. A falta de comunicação entre médicos e pacientes sobre o uso de ervas pode levar a interações adversas, uma vez que princípios ativos presentes nessas plantas podem interagir de forma negativa com tais medicamentos alopáticos. Ervas populares como erva cidreira, camomila, arruda, e boldo podem interligar-se com medicamentos, causando efeitos graves, como potencialização de calmantes ou anticoagulantes e danos ao fígado e rins. A Política Nacional de Práticas Integrativas regulamenta a fitoterapia no Brasil, mas ainda há necessidade de melhorar a comunicação entre médicos e pacientes para evitar riscos, já que muitos idosos não informam que usam essas terapias alternativas. Os dados a seguir mostram algumas plantas medicinais e suas possíveis reações ao serem combinadas com medicamentos: Erva Cidreira (Melissa officinalis - Lamiaceae) - Atua no SNC afetando funções cognitivas e é contraindicada a pessoas que possuem hipotireoidismo. Camomila (Matricaria chamomilla - Asteraceae) - Potencializa efeitos de anticoagulantes e pode diminuir seus efeitos se administrado junto a anti-inflamatórios não esteroidais. Erva-de-São-João (Hypericum perforatum – Hypericaceae) - Efeitos seroninérgicos quando combinado com antidepressivos. Também diminui a concentração plasmática de contraceptivos orais. Conclusão: A análise da polifarmácia e do uso de plantas medicinais entre idosos revela uma complexidade que reflete a vulnerabilidade dessa população e a intersecção entre saberes tradicionais e práticas médicas modernas. A coexistência de práticas fitoterápicas com a polifarmácia pode potencializar riscos, com interações adversas e efeitos colaterais não antecipados em um cenário onde a informação e a educação em saúde se mostram essenciais. Visto isso, é vital promover um diálogo aberto entre pacientes e profissionais, priorizando a educação e a supervisão médica, para minimizar os riscos associados e maximizar os benefícios potenciais, possibilitando uma abordagem integrada e holística para o cuidado da saúde na terceira idade.
A II Mostra Cietífica do Curso de Farmácia foi realizado de modo presencial no dia 30 de outubro de 2024, no auditório do Bloco K, campus Taguatinga-DF da Universidade Católica de Brasília.
Os trabalhos foram submetidos em três modalidades:
Os trabalhos aprovados foram apresentados na seguinte modalidalidade: apresentação oral, pôster.
Os trabalhos premiados como Menção Honrosa para apresentação oral:
Os trabalhos premiados como Menção Honrosa para apresentação pôster:
O evento contou com com trabalhos produzidos pelos discentes da Univerisdade Católica de Brasília (UCB) e pela Universidade de Brasília (UnB).
Comissão Organizadora
VIVIANE CORREA DE ALMEIDA FERNANDES
Comissão Científica
Viviane Corrêa de almeida Fernandes
Jessica Mycaelle da Silva Barbosa
Wendell Iury Robles Marques Rocha
Héllen Cristina Almeida de Castro Alves
Rafael Lavarini dos Santos
Taynah Oliveira Martins
Alessandra Godoi Cardoso Kostopoulos
Heidi Luise Schulte
Aline Cabral Braga de Medeiros
Lara Nascimento Leal
Giselle Veras Lucena Vieira
Pedro Juan Ribeiro Calisto dos Santos
Athamy Sarah de Paula Cruz
Natália Elisabeth Kruklis
Lucas Magedanz
Samara Haddad Simões Machado
Mary Audeny Torres Paulino
João Nicanildo Bastos dos Santos
Viviane Corrêa de Almeida Fernandes
e-mail: viviane.fernandes@p.ucb.br