O uso indiscriminado de plantas medicinais e suas reações adversas na saúde do idoso.

  • Autor
  • Leticia de Kassia Moura Caetano
  • Co-autores
  • Eduarda Rolemberg Freitas , Ana Laura Herrera Manfredini , Franciele Lopes de Souza , Renata Soraia de Almeida Rocha , Nicole Jhenifer Ferreira da Silva , Heidi Luise Schulte
  • Resumo
  • Introdução: A Declaração de Alma-Ata, promulgada pela OMS, reconheceu a importância de práticas alternativas e complementares, e do conhecimento tradicional na saúde pública, especialmente sobre o uso de plantas medicinais, que é adotado por 80% da população, incluindo os idosos. No entanto, o uso indiscriminado dessas plantas pode ser perigoso devido às interações com medicamentos convencionais, aumentando o risco de reações adversas. Por isso, é fundamental tratar o conhecimento sobre fitoterapia com seriedade, promovendo uma integração cuidadosa entre saberes populares e científicos para garantir um tratamento seguro e eficaz, principalmente para os idosos. Objetivos: Explorar os malefícios do uso indiscriminado de práticas fitoterápicas com foco na população sênior e a atuação dos profissionais de saúde frente a essa questão. Metodologia: Este trabalho trata-se de um estudo exploratório baseado em pesquisas bibliográficas realizadas nas bases de dados PubMed, Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Springer Link. Foram utilizadas as seguintes palavras-chave: Interações medicamentosas, reações adversas, plantas medicinais e idosos. Os artigos selecionados foram publicados no período de 1999 a 2023. O estudo busca discutir o uso indiscriminado de plantas medicinais e suas potenciais reações adversas na saúde da população idosa, enfatizando a importância dos profissionais da saúde nas orientações do uso seguro desse tratamento não convencional. Resultados: Segundo dados da OMS, até 2050 o número de idosos representará um quinto da população mundial. Esse aumento na expectativa de vida se deve, principalmente, aos avanços científicos e médicos. No entanto, muitos idosos ainda utilizam saberes tradicionais, como ervas medicinais, no qual necessitam de uma atenção quanto a utilização racional. Segundo dados de uma pesquisa da RIPSA, 70% dos idosos possuem ao menos uma doença crônica, e 60% usam quatro ou mais medicamentos, caracterizando polifarmácia. A falta de comunicação entre médicos e pacientes sobre o uso de ervas pode levar a interações adversas, uma vez que princípios ativos presentes nessas plantas podem interagir de forma negativa com tais medicamentos alopáticos. Ervas populares como erva cidreira, camomila, arruda, e boldo podem interligar-se com medicamentos, causando efeitos graves, como potencialização de calmantes ou anticoagulantes e danos ao fígado e rins. A Política Nacional de Práticas Integrativas regulamenta a fitoterapia no Brasil, mas ainda há necessidade de melhorar a comunicação entre médicos e pacientes para evitar riscos, já que muitos idosos não informam que usam essas terapias alternativas. Os dados a seguir mostram algumas plantas medicinais e suas possíveis reações ao serem combinadas com medicamentos: Erva Cidreira (Melissa officinalis - Lamiaceae) - Atua no SNC afetando funções cognitivas e é contraindicada a pessoas que possuem hipotireoidismo. Camomila (Matricaria chamomilla - Asteraceae) - Potencializa efeitos de anticoagulantes e pode diminuir seus efeitos se administrado junto a anti-inflamatórios não esteroidais. Erva-de-São-João (Hypericum perforatum – Hypericaceae) - Efeitos seroninérgicos quando combinado com antidepressivos. Também diminui a concentração plasmática de contraceptivos orais. Conclusão: A análise da polifarmácia e do uso de plantas medicinais entre idosos revela uma complexidade que reflete a vulnerabilidade dessa população e a intersecção entre saberes tradicionais e práticas médicas modernas. A coexistência de práticas fitoterápicas com a polifarmácia pode potencializar riscos, com interações adversas e efeitos colaterais não antecipados em um cenário onde a informação e a educação em saúde se mostram essenciais. Visto isso, é vital promover um diálogo aberto entre pacientes e profissionais, priorizando a educação e a supervisão médica, para minimizar os riscos associados e maximizar os benefícios potenciais, possibilitando uma abordagem integrada e holística para o cuidado da saúde na terceira idade. 

  • Palavras-chave
  • Fitoterapia, Plantas medicinais, Interações, Idosos, Polifarmácia
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Revisão Integrativa
Voltar Download

A II Mostra Cietífica do Curso de Farmácia foi realizado de modo presencial no dia 30 de outubro de 2024, no auditório do Bloco K, campus Taguatinga-DF da Universidade Católica de Brasília.

 

Os trabalhos foram submetidos em três modalidades: 

 

  1.     Trabalhos experimentais: nesta categoria entra trabalhos no qual houve um meio de técnicas de coleta e análise de dados, podendo ser trabalhos desenvolvidos em laboratórios, envolvendo pessoas, grupos ou instituições.
  2.     Revisão Integrativa: nesta categoria entra trabalhos teóricos a estilo de uma revisão bibliográfica, no qual é recrutado diferentes estudos independents sobre uma temática.
  3.     Relato de caso e/ou Relato de Experiência: nesta categoria entra os trabalhos que descrevem casos de pacientes, doenças ou situações interessantes que apresentem algum aspecto original, incluindo descrição de casos raros, comportamentos atípicos, ocorrência de evento adverso não descrito com o uso de terapêutica, assim como vivência acadêmica e/ou profissional.

Os trabalhos aprovados foram apresentados na seguinte modalidalidade: apresentação oral, pôster.

 

Os trabalhos premiados como Menção Honrosa para apresentação oral: 

  1. Determinação do Perfil de Uso e Descarte de Medicamentos: um estudo experimental
  2. UNODC NA PCDF: POLÍTICA GLOBAL ANTIDROGAS E QUALIDADE DOS LABORATÓRIOS FORENSES
  3. Beneficios do uso de tecnologias no cuidado farmacêutico desenvolvido na atenção basica a saude

 

Os trabalhos premiados como Menção Honrosa para apresentação pôster: 

  1. Alvos farmacológicos inspiradora no exercício: O papel da bioinformática
  2. Evidências qualitativas sobre servições farmacêuticos clínicos hospitalares
  3. Atuação do farmacêutico na conscientização e redução do uso indiscriminado de psicotrópicos

 

O evento contou com com trabalhos produzidos pelos discentes da Univerisdade Católica de Brasília (UCB) e pela Universidade de Brasília (UnB). 

  • Trabalhos experimentais
  • Revisão Integrativa
  • Relato de caso e/ou Relato de Experiência

Comissão Organizadora

VIVIANE CORREA DE ALMEIDA FERNANDES

Comissão Científica

 

Viviane Corrêa de almeida Fernandes 

Jessica Mycaelle da Silva Barbosa

Wendell Iury Robles Marques Rocha

Héllen Cristina Almeida de Castro Alves 

Rafael Lavarini dos Santos 

Taynah Oliveira Martins 

Alessandra Godoi Cardoso Kostopoulos 

Heidi Luise Schulte 

Aline Cabral Braga de Medeiros

Lara Nascimento Leal 

Giselle Veras Lucena Vieira 

Pedro Juan Ribeiro Calisto dos Santos 

Athamy Sarah de Paula Cruz

Natália Elisabeth Kruklis

Lucas Magedanz 

Samara Haddad Simões Machado

Mary Audeny Torres Paulino

João Nicanildo Bastos dos Santos 

 

Viviane Corrêa de Almeida Fernandes

e-mail: viviane.fernandes@p.ucb.br