O presente artigo tem como objetivo refletir sobre modos de performar no contexto escolar, tomando como ponto de partida práticas negras e indígenas que, mais do que danças, se apresentam como dispositivos pedagógicos, capazes de tensionar e dissolver um currículo que insiste em ser eurocêntrico. A escrita aqui se move em chave poetnográfica, buscando não apenas descrever, mas também fazer sentir as pulsações, as frestas e os deslocamentos que emergem nos corpos em movimento. A partir da análise das experiências na Semana da Dança do Colégio de Aplicação da UFPE, protagonizada pelos(as) bolsistas do PIBID-Dança orientados(as) por sua supervisora, discute-se as possibilidades de instaurar outras temporalidades e sensibilidades no espaço escolar: dançar não como espetáculo a ser consumido, mas como processo compartilhado, onde quem dança também assiste, e quem assiste é convidado a dançar. Nesse atravessamento, evidencia-se a urgência de não hierarquizar danças, mas de reconhecê-las em sua pluralidade, como corpos e saberes que desestabilizam o olhar único e convocam à escuta do diverso. As reflexões dialogam com a Lei nº 11.645/2008, que torna obrigatória a inclusão da história e cultura afro-brasileira e indígena no currículo oficial da educação básica, ressaltando a necessidade de práticas pedagógicas antirracistas, decoloniais e abertas ao que pulsa na diversidade cultural.
ISBN 978-65-01-82058-3
Comissão Organizadora
Pibid/RP
Natália Santana Albuquerque LIma
Nathalia Vitoria Freire dos Santoe
Mathuanny Soares dos Santos
MARIA LORENA ARAUJO DE ANDRADE
Guilherme da Silva Carvalho
Comissão Científica