O presente artigo discute a experiência de estudantes trabalhadores da Educação de Jovens e Adultos (EJA), no turno noturno, analisando como conciliam a formação escolar com as exigências do trabalho e da vida cotidiana. O objetivo principal é compreender os obstáculos enfrentados por esses sujeitos, suas estratégias de permanência e a maneira como atribuem sentido à escolarização em suas trajetórias. A pesquisa foi desenvolvida no âmbito do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) Interdisciplinar em Ciências Sociais e Pedagogia, na Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Diário de Pernambuco, com base em metodologia qualitativa. Foram utilizados registros de observação participante, rodas de diálogo e análise de relatórios pedagógicos, o que permitiu captar as percepções dos discentes sobre os desafios e possibilidades de estudar e trabalhar simultaneamente. Os resultados indicam que, apesar do cansaço físico, da sobrecarga de jornadas e das responsabilidades familiares, especialmente entre mulheres, os estudantes reconhecem a educação como um meio de ascensão social e de conquista de melhores condições laborais. Destaca-se ainda que muitos discentes recorrem ao empreendedorismo e a alternativas informais de trabalho como forma de compatibilizar renda e estudo. Conclui-se que a permanência na EJA noturna não pode ser compreendida de modo isolado do mundo do trabalho e das condições de vida de seus sujeitos, sendo imprescindível que as práticas pedagógicas dialoguem com suas experiências e reconheçam os obstáculos reais à escolarização.
ISBN 978-65-01-82058-3
Comissão Organizadora
Pibid/RP
Natália Santana Albuquerque LIma
Nathalia Vitoria Freire dos Santoe
Mathuanny Soares dos Santos
MARIA LORENA ARAUJO DE ANDRADE
Guilherme da Silva Carvalho
Comissão Científica