A indiferença é, para Freud, o contraponto tanto do amor como do ódio. A indiferença impede o reconhecimento do outro ser humano como um semelhante. Uma cultura da indiferença impacta o estabelecimento das bases éticas das relações intersubjetivas, transformando-se em diferentes formas de segregações sociais que desconsideram a alteridade do outro, como ocorre muitas vezes com o migrante. Tendo em vista esse conceito, este ensaio teórico objetiva articular alguns aspectos do contexto cultural contemporâneo, como os discursos veiculados pela mídia e por representantes governamentais, com os conceitos de alteridade, indiferença e diferença. Conclui-se que quando a indiferença é fomentada pela cultura, torna-se um marco no modo como as relações interpessoais se estabelecem, transformando-se em uma forma de violência. A violência da indiferença consiste em não reconhecer a alteridade, que inclusive pode vir a ser consumida, no modo do “diferente”.
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Victor Barros
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