Manejo Dietético da Endometriose: Uma Revisão Narrativa da Literatura

  • Autor
  • Larissa Marques da Silva
  • Co-autores
  • Bruno Icaro da Silva Ruivo , Lara Beatriz Pierote Santos , João Batista Correa Vieira
  • Resumo
  • INTRODUÇÃO: A endometriose é uma doença inflamatória estrógeno dependente, caracterizada pela presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina (Troncon; Anell; Poli-Neto; Silva, 2023). Ela manifesta-se durante a vida reprodutiva com pico de diagnóstico entre 25 a 35 anos, atingindo cerca de 10% das mulheres. O tratamento usual da endometriose é terapias hormonais e cirurgias, entretanto, a taxa de recorrência é de 25 a 50% de 2 a 5 anos após o procedimento (Nirgianakis et al., 2021). A alimentação pode influenciar os níveis de estrogênio, modulando resposta inflamatória, estresse oxidativo, contração e o período menstrual (Árabe et al., 2022). Dessa forma, o entendimento da alimentação para a endometriose é necessário para o tratamento. OBJETIVO: Compreender qual a dietoterapia efetiva para o manejo da endometriose. METODOLOGIA: O presente estudo utilizou o banco de dados PUBMED, utilizando as seguintes palavras-chaves: Endometriose, tratamento, tratamento não farmacológico, alimentação, com o uso do conectivo ”e” entre os termos, no idioma português e inglês. o critério de legibilidade foi revisões sistemática, meta-analises e estudos randomizados, disponibilizados de forma integral gratuitamente publicados entre 2019 a 2024. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Em revisão sistemática e meta-análise foi identificado que o consumo de azeite de oliva extra virgem inibe o processo inflamatório da endometriose devido a presença da substância oleocanthal. O magnésio promoveu relaxamento do útero, diminuindo a intensidade da dismenorreia. A ingestão de leguminosas reduziu os marcadores de inflamação. Na investigação dietética de alimentação com baixo teor de fermentação, Low Foodmap, 72% das mulheres com endometriose apresentaram redução de 50% dos sintomas. Foi realizado a mesma investigação com padrão alimentar com baixo teor de níquel e o resultado obtido foi que em cerca de 90% das pacientes os sintomas de dores e intestinais reduziram significativamente. o padrão alimentar mediterrâneo demonstrou melhora nos sintomas gerais da endometriose. A suplementação de ômega 3, peixes, vitaminas e minerais com atividade antioxidante demonstraram redução significativa dos mediadores oxidativos (Nirgianakis et al., 2021). Em ensaio clínico randomizado, triplo-cego e controlado por placebo foi observado a eficiência do Ácido ascórbico e tocoferol na neutralização dos radicais livres na endometriose, corroborando com os achados de Nirgianakis et al. (2021) (Amini et al., 2021). De acordo com Árabe et al. (2022), houve redução de citocinas inflamatórias e fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa) com o alto consumo de frutas e vegetais e aumento de agentes antioxidantes. A ingestão de leite e derivados apresentou ação protetora, com declínio de marcadores inflamatórios, devido as altas concentrações de cálcio e caseína, a segunda apresentação característica anti-inflamatória, modulação do sistema imunológico e proteção cancerígena. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Dado os achados, uma dieta composta de alimentos anti-inflamatórios, antioxidante, suplementação de vitamina C, E, cálcio, Ômega 3, magnésio, baixo teor fermentativo e de níquel, modula de forma positiva os sintomas da endometriose.

  • Palavras-chave
  • Inflamação Crônica; Endométrio; Estrogênio; Nutrição
  • Área Temática
  • Saúde da Mulher
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