A INFLUÊNCIA DA OBESIDADE NA FERTILIDADE FEMININA E OS EFEITOS DA PERDA DE PESO

  • Autor
  • Juliana de Fatima da Conceição Veríssimo Lopes
  • Co-autores
  • Rebecca Nascimento da Silveira Gomes , Alex de Souza Borges , Kelle Figueiredo da Silva , Paulo Afonso dos Santos Júnior
  • Resumo
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    INTRODUÇÃO: A obesidade é uma patologia caracterizada pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo, definida pelo índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30 kg/m². Esta condição constitui um dos principais problemas de saúde pública global, em razão do aumento alarmante de sua prevalência nos últimos anos, resultando em diversas implicações negativas significativas tanto na qualidade de vida quanto na saúde geral dos indivíduos afetados. Além de estar associada a várias comorbidades metabólicas, incluindo diabetes tipo 2, hipertensão e dislipidemia, a obesidade tem destacado-se na literatura científica em virtude dos seus possíveis efeitos adversos na saúde reprodutiva, especialmente na fertilidade de mulheres em idade fértil. OBJETIVO: Elucidar o impacto da obesidade na fertilidade feminina e os benefícios da perda de peso para a fertilidade em mulheres obesas. METODOLOGIA: Trata-se de revisão narrativa elaborada através de pesquisa nos bancos de dados Biblioteca Virtual em Saúde, Google Scholar e PubMed. Como estratégia de busca utilizou-se descritores do DeCS/MeSH articulados por operadores booleanos, resultando na estratégia de busca: (Obesidade OR Obesity) AND (Fertilidade OR Fertility). Foram incluídos cinco artigos disponíveis integralmente online, em português ou inglês, publicados nos últimos cinco anos (2019-2024), excluindo-se revisões. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A obesidade está frequentemente associada a ciclos menstruais irregulares e anovulação, dificultando a concepção. As mulheres obesas tiveram 62% mais chances de infertilidade em comparação com as mulheres não obesas em idade reprodutiva (20-44 anos), ressaltando a importância do controle do peso para a fertilidade. Diante disso, a perda de peso pode desempenhar um papel significativo na normalização desses ciclos, promovendo a ovulação regular e, consequentemente, aumentando as chances de gravidez. Ademais, a perda de peso também tem implicações importantes na viabilidade dos óvulos, visto que a obesidade pode comprometer a qualidade ovocitária, reduzindo as taxas de fertilização e elevando o risco de abortos espontâneos. Dessa forma, em mulheres obesas programadas para fertilização in vitro, a perda de 5% a 10% do peso é capaz de reduzir a dose total de gonadotrofina (Gn), melhorar as taxas clínicas de gravidez e aumentar a taxa de nascidos vivos. Ainda, em pacientes obesas inférteis com SOP submetidas à fertilização in vitro-ET, a perda de peso superior a 5 kg foi capaz de regular a secreção de hormônios endócrinos neuroreprodutivos, reduzir a resistência à insulina e os perfis de expressão gênica das células da granulosa ovariana, de modo a melhorar a capacidade de resposta ovariana ao Gn, a qualidade do embrião, a taxa de implantação do embrião, a taxa de gravidez clínica, a taxa de nascidos vivos e reduzir a taxa de aborto espontâneo. CONCLUSÃO: Portanto, evidencia-se a influência da obesidade na fertilidade feminina, de modo que a perda de peso, mesmo que modesta, demonstra ter um impacto positivo na normalização hormonal, na viabilidade dos óvulos e nas taxas de sucesso em tratamentos de fertilidade. Assim, estratégias de controle de peso devem ser consideradas como intervenções essenciais para melhorar os desfechos reprodutivos em mulheres obesas, refletindo a necessidade de abordagens multidisciplinares na gestão da saúde reprodutiva.

  • Palavras-chave
  • Fertilidade, Obesidade, Saúde da Mulher.
  • Área Temática
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