INTRODUÇÃO: A hemorragia
pós-parto (HPP) é caracterizada pela perda de mais de 500 mL de sangue em 24 horas após um parto vaginal ou mais de 1000 mL após uma cesárea. Sendo uma emergência obstétrica, a HPP pode provocar complicações, como pressão arterial baixa, anemia e cansaço, prejudicando a recuperação no pós-parto e, em casos graves, colocando em risco a vida da puérpera. Diversos são os fatores de risco para a ocorrência da HPP, como pré-eclâmpsia, placenta aderente, lesões no trato genital, problemas de coagulação e a atonia uterina. Por isso, identificar mulheres com maior risco de HPP é essencial para melhorar as intervenções e reduzir a mortalidade materna e outros fatores associados. OBJETIVO: Avaliar os fatores de risco e desfechos em mulheres com hemorragia pós-parto no cenário de urgências obstétricas. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão da literatura do tipo integrativa, sendo realizada através de busca na base de dados Pubmed, usando os descritores: “Postpartum”, “Hemorrhage”, “Risk factors”. Foram incluídos 4 artigos disponíveis na íntegra e publicados nos últimos 5 anos, sendo excluídos aqueles que abordavam os descritores de forma isolada e que não atendiam ao objetivo da pesquisa. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A prevalência de HPP varia de acordo com cada país, uma vez que a epidemiologia desta complicação está relacionada com o cenário do parto, acesso à assistência obstétrica, status socioeconômico e qualidade das instalações. Dentre os fatores de risco para essa problemática podemos citar o parto vaginal, especialmente em casos de trabalho de parto prolongado, que aumenta o risco de HPP devido a razões como anormalidades placentárias e distúrbios de coagulação. Esse tipo de parto pode enfraquecer o útero, aumentando a perda de sangue e, procedimentos como episiotomia e o uso de fórceps também aumentam o risco de HPP. Outros fatores relevantes são o descolamento prematuro de placenta e a placenta retida, que pode causar hemorragia maciça com instabilidade hemodinâmica. A idade materna avançada também leva a um risco maior de HPP, que pode ser causado pela diminuição da elasticidade do canal de parto mole e piora da contração uterina, sendo que um feto de tamanho excessivo pode levar a uma distensão exagerada das fibras uterinas, afinamento da parede miometrial e contração miofibra deficiente, resultando em HPP. Os desfechos variam de acordo com cada caso e compreendem sequelas físicas, choque e até fatalidades. Ademais, a identificação de fatores de risco para HPP pode contribuir de forma significativa no desfecho de um bom prognóstico nas urgências obstétricas, como por exemplo o monitoramento rigoroso das alterações cardíacas fetais e a observação do líquido amniótico que podem identificar sofrimento fetal precoce para prevenir o quadro de HPP a tempo. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A HPP é uma emergência obstétrica grave e uma das principais causas de mortalidade materna, influenciada por fatores como trabalho de parto prolongado, complicações placentárias, atonia uterina e procedimentos operatórios. A identificação precoce dos fatores de risco é essencial para reduzir as complicações e melhorar os desfechos. Intervenções adequadas podem prevenir consequências fatais, sendo fundamental garantir cuidados obstétricos de qualidade.
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Ananda Coelho
Bruno Luiz De Souza
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