PROTOCOLOS DE ATENDIMENTO À MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA: DESAFIOS E BOAS PRÁTICAS NA REDE DE SAÚDE

  • Autor
  • Rebecca Nascimento da Silveira Gomes
  • Co-autores
  • Juliana de Fatima da Conceição Veríssimo Lopes , Lívia Barbosa Pacheco Souza , Augusto Oliveira de Queiroz , Jalmes Silva Pereira dos Anjos
  • Resumo
  • Introdução: A violência contra a mulher constitui uma questão de saúde pública e uma grave violação dos direitos humanos, manifestando-se em diversas formas, dentre as quais destacam-se a violência física, sexual, psicológica, patrimonial e obstétrica. Desse modo, no âmbito da assistência em saúde, os protocolos de atendimento à mulher vítima de violência configuram-se como instrumentos normativos destinados a orientar os serviços de saúde o reconhecimento, acolhimento, manejo e encaminhamento de casos, assegurando os princípios de dignidade, confidencialidade e segurança. Esses protocolos são imprescindíveis na articulação da resposta institucional à violência, alinhando-se às diretrizes das políticas públicas de saúde e proteção social. Assim, visto o impacto multifacetado da violência sobre a saúde física, mental e social das mulheres, além das consequências para o fortalecimento da rede de saúde pública e para a promoção dos direitos humanos e reprodutivos, urge investigar os obstáculos e as práticas eficazes de atendimento dessas mulheres. Objetivo: Analisar os principais desafios e as boas práticas associadas à implementação de protocolos de atendimento à mulher vítima de violência na rede de saúde. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa elaborada a partir de pesquisa nos bancos de dados Pubmed e ScienceDirect pela articulação de descritores do DeCS/MeSH com operadores booleanos, resultando na seguinte estratégia: (Violência contra a Mulher OR Violence Against Women) AND (Protocolos Clínicos OR Clinical Protocols) AND (Atendimento Integral OR Comprehensive Health Care). Foram incluídos 7 trabalhos, disponíveis integralmente, em português ou inglês e publicados nos últimos 5 anos (2019-2024). Excluiu-se trabalhos repetidos. Resultados e discussão: Verificou-se que, entre os principais desafios enfrentados pela equipe de saúde, nos âmbitos estrutural e operacional, incluem insuficiência de recursos humanos e financeiros, carência de capacitação especializada, precariedade da rede de atendimento e subnotificação de casos. Muitos profissionais de saúde não recebem formação adequada sobre a violência contra a mulher, sendo essa lacuna de conhecimento responsável por uma assistência inadequada ou até mesmo pela revitimização das mulheres que buscam ajuda – o atendimento ético e responsável deve respeitar a dignidade e a vulnerabilidade da paciente, considerando suas especificidades culturais e sociais, a fim de ofertar apoio e assistência psicológica, jurídica e social. Quanto aos protocolos de acolhimento inicial da vítima, enfatiza-se a necessidade de criar um ambiente seguro para que a mulher possa relatar sua situação, utilizando de empatia e escuta ativa, além de coletar as informações de forma sistemática para facilitar a notificação, classificação de risco e monitoramento do caso. Por fim, ressalta-se a necessidade de integrar serviços de saúde e assistência social, colaborar com o sistema de justiça e articular com serviços de apoio psicológico para identificar e atender as mulheres em todas as suas necessidades. Conclusão: Assim, apesar dos desafios, a implementação de protocolos de atendimento é capaz de criar um sistema de suporte que atenda de forma eficaz às necessidades da mulher vítima de violência, promovendo sua proteção e recuperação.

  • Palavras-chave
  • Atendimento Integral, Protocolos Clínicos, Violência contra a Mulher
  • Área Temática
  • Violência contra a mulher
Voltar Download
  • Violência contra a mulher
  • Violência contra a mulher

Comissão Organizadora

Ananda Coelho
Bruno Luiz De Souza

Comissão Científica