O termo ecstasy é a denominação mundialmente mais conhecida da 3,4-metilenodioximetanfetamina (MDMA), uma droga sintética derivada de anfetamínicos. No Brasil, o tráfico de ecstasy surgiu no início dos anos 90, com poucas apreensões. A partir de 2000, esse perfil mudou, uma vez que as apreensões têm aumentado de forma considerável. Essa tendência é motivo de grande preocupação, uma vez que, de maneira geral, o combate às drogas sintéticas é considerado muito mais difícil do que a repressão às drogas tradicionais, pois oferecem maiores vantagens aos traficantes: são relativamente fáceis de fabricar e, principalmente, não há necessidade de amplos espaços para o cultivo de plantas que são utilizadas como matéria-prima. Além do mais, são facilmente transportadas e comercializadas com maior discrição. O ecstasy é comercializado, de maneira ilegal e clandestina, geralmente sob a forma de comprimidos dos mais variados aspectos, dimensões e cores, contendo um logotipo sulcado. Em vista disso, o projeto visou avaliar quais os maiores desafios enfrentados pela Polícia Científica do Estado do Amapá (PCA) na identificação de ecstasy apreendido no estado. Foi realizado um artigo de revisão de abordagem qualitativa com artigos indexados nas bases de dados científicas PubMed e SciELO. Os idiomas utilizados foram português e inglês, e os descritores foram “Ecstasy”, “MDMA”, “Polícia Científica” e “Identificação Analítica”. Os artigos selecionados apontam que a produção científica acerca do ecstasy no Brasil ainda é inferior quando comparada à de outras drogas, como a maconha e cocaína, por exemplo. No entanto, esse número tem crescido conforme aumenta a necessidade de mais profundos estudos sobre o ecstasy e sua extensa gama de variabilidade na composição dos comprimidos que são apreendidos rotineiramente. Além disso, é importante lembrar que novas substâncias surgem o tempo todo no mercado e que, muitas vezes, pouco se conhece sobre suas características e propriedades físico-químicas. Por isso, são necessários certos cuidados durante as análises e durante a escolha das técnicas que farão parte do esquema analítico. Além disso, do ponto de vista toxicológico, é evidente que a incerteza na composição química aumenta muito o risco no consumo dessa droga. A análise toxicológica do ecstasy exige uma maior complexidade, possuindo padrões mínimos necessários para um adequado esquema de análises. Assim, por se tratar de uma droga sintética que constantemente é fabricada através de sínteses variadas, a produção de um padrão de referência é dificultada. Somado isto à falta de equipamentos analíticos adequados, é um grande desafio caracterizar e identificar se a droga apreendida é, de fato, ecstasy. Deste modo, atualmente é possível analisar na PCA apenas qualitativamente as amostras, por meio de cromatografia em camada delgada e infravermelho. No entanto, ainda se faz necessário o estabelecimento de técnicas analíticas mais utilizadas para análise de compostos anfetamínicos e misturas de compostos, como o uso de cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas, que possui um eficiente poder de separação, detecção e identificação das substâncias, garantindo uma alta sensibilidade e especificidade nos resultados obtidos.
Comissão Organizadora
Guilherme da Mota Carvalho
Pablo Abdon da Costa Francez
INSTITUTO NACIONAL DE PERÍCIAS E CIÊNCIAS FORENSES
Marco Simoes Jr
Comissão Científica
Pablo Abdon da Costa Francez