Apresentação: A saúde de mulheres vulneráveis é afetada pelo desemprego e violência,
refletindo-se em sofrimento psíquico e dor física. A Atenção Primária à Saúde (APS)
deve oferecer cuidado integral, mas desigualdades sociais dificultam o acesso e a
continuidade. Objetivo: Relatar a experiência de acompanhamento de uma mulher em
sofrimento psíquico e físico em Unidade Básica de Saúde (UBS), destacando o impacto
da desigualdade social, da escuta acolhedora e do trabalho em equipe nos determinantes
sociais. Metodologia: Relato de experiência vivenciado em março de 2025 por
estudantes e docentes de Medicina da disciplina ISEC VIII, durante aula prática em uma
UBS de Maceió. Acompanhou-se uma mulher de 47 anos, em vulnerabilidade social, com
dor física sem causa orgânica. A abordagem seguiu os princípios da APS, com foco na
escuta qualificada e nos determinantes sociais envolvidos no adoecimento. Resultados:
A escuta atenta e o olhar ampliado permitiram identificar fatores como desemprego,
violência emocional e ausência de apoio familiar. A equipe adotou intervenções
interdisciplinares para fortalecer a autonomia da paciente e seu vínculo com a UBS,
visando maior adesão ao cuidado, melhora na qualidade de vida e redução dos impactos
das desigualdades sociais sobre a saúde da paciente. Análise crítica: O caso evidencia
como os determinantes sociais da saúde influenciam no sofrimento mental e físico das
mulheres. A escuta qualificada é essencial para romper barreiras invisíveis que dificultam
o acesso e a permanência no sistema de saúde. A compreensão das desigualdades pela
equipe multiprofissional, mostrou-se indispensável para promover um cuidado mais
equitativo e humano. Conclusões: A experiência reforça o papel da APS no manejo das
vulnerabilidades sociais ligadas ao sofrimento físico e psíquico. A escuta sensível e o
trabalho em equipe permitiram um cuidado além do biológico, fortalecendo vínculos,
autonomia e apoio. Aplicações ao conhecimento: O estudo mostra a importância de
reconhecer os determinantes sociais no adoecimento e nas ações em saúde, formando
profissionais com olhar integral e compromisso com a equidade.
O eixo Integração Ensino, Serviço e Comunidade (ISEC) está presente na estrutura curricular do curso de Medicina do Centro Universitário Cesmac de forma transversal, acompanhando o estudante durante todo o percurso formativo. O processo atende as diretrizes curriculares nacionais, que apontam para a formação de um profissional atento à realidade sócio sanitária da população e aos princípios da ética, humanismo, reflexividade e formação integral.
Com o objetivo de proporcionar o encontro interdisciplinar de todos os módulos que compõem o eixo ISEC, que compreendem do ISEC 1 ao ISEC 8, foi realizada a III Exposição Científica do Eixo ISEC (III ExpoISEC), buscando dialogar a formação médica no âmbito da Atenção Primária à Saúde e do Sistema Único de Saúde. O evento contou com a participação dos discentes do curso apresentando trabalhos acadêmicos científicos (119 trabalhos) abordando a temática central nos espaços de discussão de cada módulo do eixo.
Com a temática “Equidade em Saúde: O Desafio da Medicina Contemporânea” a III ExpoISEC trouxe para o cenário de discussão o princípio da equidade, não apenas como uma questão teórico-metodológica, mas também como uma demanda social, deslocando o tema da periferia para a centralidade do processo formativo. Ter a equidade em saúde como tema central de discussão se justifica pela sua relação com a redução das desigualdades, a garantia de justiça social e direitos humanos e a eficácia dos sistemas de saúde. A equidade em saúde é tema fundamental para os futuros profissionais que buscam soluções para tornar a medicina mais acessível e justa para todos.
Para o desenvolvimento do evento e a discussão da temática central, os trabalhos desenvolvidos pelos discentes, orientados pelos docentes do eixo e aqui apresentados, foram distribuídos nas seguintes linhas: 1. Desigualdades em saúde e determinantes sociais da saúde; 2. Atenção integral em saúde; 3. Disparidades raciais, étnicas, socioeconômicas e geográficas na saúde; 4. Saúde da população negra e 5. Gênero, diversidades e saúde.
Estes anais constituem um registro permanente das discussões e contribuições de discentes e docentes sobre a equidade em saúde e os desafios para a Medicina Contemporânea.
Comissão Organizadora
Emanuella Pinheiro de Farias Bispo
Elaine Cristina Tôrres Oliveira
Bárbara Patrícia da Silva Lima
Rafaela Brandão Almeida Ambrosio
Comissão Científica
Adalberto Gomes das Graças Bisneto
Amanda Vasconcelos de Carvalho Souza
Ana Lúcia Soares Tojal
Andressa Pereira Peixoto Barbosa
Bárbara Patrícia da Silva Lima
Camila de Barros Prado Moura Sales
Elaine Cristina Tôrres Oliveira
Elisabete Mendonça Rêgo Peixoto
Emanuella Pinheiro de Farias Bispo
Karini Vieira Menezes de Omena
Larissa Virgínia Lins de Alencar Silva
Lúcio Vasconcellos de Verçoza
Magda Fernanda Lopes de Oliveira Andrade
Osmar Kleddson Pinheiro Canuto Rocha
Rafaela Brandão Almeida Ambrosio
Vivianne de Lima Biana de Assis
As edições anteriores da EXPOISEC estão disponíveis no endereço: Anais das edições anteriores da EXPOISEC