RACISMO AMBIENTAL NO BRASIL E OS IMPACTOS PARA A SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA: UM DESAFIO PARA A CONSTRUÇÃO DA EQUIDADE

  • Autor
  • Laura Lis Nascimento Farias
  • Co-autores
  • Vinícius Cavalcante de Albuquerque , Camila Barros Brandão , Ana Clara de Melo Xavier , Mattheus Ribeiro dos Santos , Maria Clara Novaes Agra Santos , Natália Oliveira Araújo , Ana Lúcia Soares Tojal
  • Resumo
  • Introdução: O racismo ambiental refere-se à forma como a degradação ambiental e as mudanças climáticas afetam de forma desigual grupos historicamente marginalizados. Expõe populações negras a problemas de saúde, agravando desigualdades, adoecimento e morte. Objetivo: Compreender os impactos do racismo ambiental sobre a saúde da população negra, com enfoque no saneamento básico, condições de moradia, exposição a poluentes, trabalho insalubre, fatores que levam a vulnerabilidade social e comorbidades. Metodologia: Foi realizada uma revisão de literatura no SciELO com a busca “Racismo Ambiental AND Saneamento”, incluindo artigos completos publicados nos últimos cinco anos. Excluíram-se aqueles que não tratavam as questões sanitárias da população negra. Também foram utilizadas fontes como Jornal da USP e Gov.com. Resultados: A população preta e parda concentra 43% das mortes por doenças ligadas ao saneamento inadequado, como verminoses e infecções intestinais, bem como alto índice de morbimortalidade relacionado a moradia precária em área de encostas, trabalho insalubre, situações que alcançam a maioria do povo preto. Desde o período colonial, essas populações foram expostas a condições insalubres, cenário que persiste até hoje. O racismo ambiental se expressa na exclusão do acesso a coleta de lixo e esgoto, na precariedade habitacional, no trabalho degradante, ampliando desigualdades sociais. Conclusão: Dados analisados revelam que a dificuldade de acesso ao saneamento, a moradia digna e ao trabalho protegido alcança sobremaneira a população negra e parda, contudo, observou-se a escassez de estudos que abordam essa relação com enfoque racial. Avanços do estudo ao conhecimento: O estudo visibiliza o racismo ambiental como problema de saúde pública, gerando doenças evitáveis e reforçando a urgência de políticas públicas antirracistas.

  • Palavras-chave
  • Racismo ambiental. População negra. Vulnerabilidade. Saneamento básico. Saúde.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Linha 4: Saúde da população negra
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O eixo Integração Ensino, Serviço e Comunidade (ISEC) está presente na estrutura curricular do curso de Medicina do Centro Universitário Cesmac de forma transversal, acompanhando o estudante durante todo o percurso formativo. O processo atende as diretrizes curriculares nacionais, que apontam para a formação de um profissional atento à realidade sócio sanitária da população e aos princípios da ética, humanismo, reflexividade e formação integral.

Com o objetivo de proporcionar o encontro interdisciplinar de todos os módulos que compõem o eixo ISEC, que compreendem do ISEC 1 ao ISEC 8, foi realizada a III Exposição Científica do Eixo ISEC (III ExpoISEC), buscando dialogar a formação médica no âmbito da Atenção Primária à Saúde e do Sistema Único de Saúde. O evento contou com a participação dos discentes do curso apresentando trabalhos acadêmicos científicos (119 trabalhos) abordando a temática central nos espaços de discussão de cada módulo do eixo.

Com a temática “Equidade em Saúde: O Desafio da Medicina Contemporânea” a III ExpoISEC trouxe para o cenário de discussão o princípio da equidade, não apenas como uma questão teórico-metodológica, mas também como uma demanda social, deslocando o tema da periferia para a centralidade do processo formativo. Ter a equidade em saúde como tema central de discussão se justifica pela sua relação com a redução das desigualdades, a garantia de justiça social e direitos humanos e a eficácia dos sistemas de saúde. A equidade em saúde é tema fundamental para os futuros profissionais que buscam soluções para tornar a medicina mais acessível e justa para todos.

Para o desenvolvimento do evento e a discussão da temática central, os trabalhos desenvolvidos pelos discentes, orientados pelos docentes do eixo e aqui apresentados, foram distribuídos nas seguintes linhas: 1. Desigualdades em saúde e determinantes sociais da saúde; 2. Atenção integral em saúde; 3. Disparidades raciais, étnicas, socioeconômicas e geográficas na saúde; 4. Saúde da população negra e 5. Gênero, diversidades e saúde.

Estes anais constituem um registro permanente das discussões e contribuições de discentes e docentes sobre a equidade em saúde e os desafios para a Medicina Contemporânea.

  • Linha 1: Desigualdades em saúde e determinantes sociais da saúde
  • Linha 2: Atenção integral à saúde
  • Linha 3: Disparidades raciais, étnicas, socioeconômicas e geográficas na saúde
  • Linha 4: Saúde da população negra
  • Linha 5: Gênero, diversidades e saúde

Comissão Organizadora

Emanuella Pinheiro de Farias Bispo
Elaine Cristina Tôrres Oliveira
Bárbara Patrícia da Silva Lima
Rafaela Brandão Almeida Ambrosio

Comissão Científica

Adalberto Gomes das Graças Bisneto
Amanda Vasconcelos de Carvalho Souza
Ana Lúcia Soares Tojal
Andressa Pereira Peixoto Barbosa
Bárbara Patrícia da Silva Lima
Camila de Barros Prado Moura Sales
Elaine Cristina Tôrres Oliveira
Elisabete Mendonça Rêgo Peixoto
Emanuella Pinheiro de Farias Bispo
Karini Vieira Menezes de Omena
Larissa Virgínia Lins de Alencar Silva
Lúcio Vasconcellos de Verçoza
Magda Fernanda Lopes de Oliveira Andrade
Osmar Kleddson Pinheiro Canuto Rocha
Rafaela Brandão Almeida Ambrosio
Vivianne de Lima Biana de Assis

 

As edições anteriores da EXPOISEC estão disponíveis no endereço: Anais das edições anteriores da EXPOISEC