¹Acadêmico do curso de Medicina do Centro Universitário Cesmac
²Docente do Curso de Medicina do Centro Universitário Cesmac
RESUMO
Introdução: Transexuais no Brasil enfrentam marginalização e recorrem, muitas
vezes, ao uso de hormônios sem prescrição médica. A prática reflete a busca por
afirmação de gênero e a falta de acesso a cuidados especializados, afetando sua
saúde e bem-estar. Objetivo: Analisar o uso indevido e não prescrito de hormônios
pela população transexual, assim como seu papel social para esse grupo,
destacando as principais consequências na saúde. Metodologia: Trata-se de um
estudo de revisão bibliográfica, de caráter exploratório e qualitativo, realizado por
meio da análise de publicações cientificas nas bases de dados SciELO e Pubmed.
Como critério de inclusão, foram selecionados estudos que apresentavam
simultaneamente os termos “transexual” AND “hormônios” durante a busca,
indicando foco na população transexual em uso de terapia hormonal. Resultados:
As publicações analisadas revelam uma associação significativa entre o uso não
prescrito de hormônios e as condições socioeconômicas, ligadas aos problemas de
acesso nos serviços públicos de saúde, patologização das identidades e
negligenciamento das demandas da população trans, que busca a afirmação da sua
identidade de gênero juntamente com a modificação corporal como
autorreconhecimento. Entre as principais complicações associadas ao uso
desregulado de hormônios, destacam-se trombose venosa, alterações cardíacas,
disfunções metabólicas, problemas ósseos e hepáticos, incluindo-se ainda o
aumento do risco de depressão e outros problemas de saúde mental. Conclusão:
O tratamento hormonal em pessoas trans deve ser regulamentado e ter
acompanhamento de uma equipe interdisciplinar de saúde para evitar riscos. Seu
uso vai além da estética, sendo essencial para a autoafirmação da identidade de
gênero desse grupo. Avanços do estudo ao conhecimento: O estudo oportunizou
conhecer os desafios enfrentados pela população transgênero na saúde,
contribuindo para coibir práticas médicas discriminatórias e homofóbicas.
O eixo Integração Ensino, Serviço e Comunidade (ISEC) está presente na estrutura curricular do curso de Medicina do Centro Universitário Cesmac de forma transversal, acompanhando o estudante durante todo o percurso formativo. O processo atende as diretrizes curriculares nacionais, que apontam para a formação de um profissional atento à realidade sócio sanitária da população e aos princípios da ética, humanismo, reflexividade e formação integral.
Com o objetivo de proporcionar o encontro interdisciplinar de todos os módulos que compõem o eixo ISEC, que compreendem do ISEC 1 ao ISEC 8, foi realizada a III Exposição Científica do Eixo ISEC (III ExpoISEC), buscando dialogar a formação médica no âmbito da Atenção Primária à Saúde e do Sistema Único de Saúde. O evento contou com a participação dos discentes do curso apresentando trabalhos acadêmicos científicos (119 trabalhos) abordando a temática central nos espaços de discussão de cada módulo do eixo.
Com a temática “Equidade em Saúde: O Desafio da Medicina Contemporânea” a III ExpoISEC trouxe para o cenário de discussão o princípio da equidade, não apenas como uma questão teórico-metodológica, mas também como uma demanda social, deslocando o tema da periferia para a centralidade do processo formativo. Ter a equidade em saúde como tema central de discussão se justifica pela sua relação com a redução das desigualdades, a garantia de justiça social e direitos humanos e a eficácia dos sistemas de saúde. A equidade em saúde é tema fundamental para os futuros profissionais que buscam soluções para tornar a medicina mais acessível e justa para todos.
Para o desenvolvimento do evento e a discussão da temática central, os trabalhos desenvolvidos pelos discentes, orientados pelos docentes do eixo e aqui apresentados, foram distribuídos nas seguintes linhas: 1. Desigualdades em saúde e determinantes sociais da saúde; 2. Atenção integral em saúde; 3. Disparidades raciais, étnicas, socioeconômicas e geográficas na saúde; 4. Saúde da população negra e 5. Gênero, diversidades e saúde.
Estes anais constituem um registro permanente das discussões e contribuições de discentes e docentes sobre a equidade em saúde e os desafios para a Medicina Contemporânea.
Comissão Organizadora
Emanuella Pinheiro de Farias Bispo
Elaine Cristina Tôrres Oliveira
Bárbara Patrícia da Silva Lima
Rafaela Brandão Almeida Ambrosio
Comissão Científica
Adalberto Gomes das Graças Bisneto
Amanda Vasconcelos de Carvalho Souza
Ana Lúcia Soares Tojal
Andressa Pereira Peixoto Barbosa
Bárbara Patrícia da Silva Lima
Camila de Barros Prado Moura Sales
Elaine Cristina Tôrres Oliveira
Elisabete Mendonça Rêgo Peixoto
Emanuella Pinheiro de Farias Bispo
Karini Vieira Menezes de Omena
Larissa Virgínia Lins de Alencar Silva
Lúcio Vasconcellos de Verçoza
Magda Fernanda Lopes de Oliveira Andrade
Osmar Kleddson Pinheiro Canuto Rocha
Rafaela Brandão Almeida Ambrosio
Vivianne de Lima Biana de Assis
As edições anteriores da EXPOISEC estão disponíveis no endereço: Anais das edições anteriores da EXPOISEC