FILHAS DO SILÊNCIO, MÃES DO SISTEMA: MORTALIDADE DE JOVENS NEGRAS COM GRAVIDEZ PRECOCE E A POTÊNCIA DA REDE ALYNE

  • Autor
  • Glenda Thanara Vieira dos Anjos Perete
  • Co-autores
  • Emanuella Pinheiro de Farias Bispo , Maria Farias de Oliveira Vilar , Nicolle Rocha de Araújo Paes , Maria Laura Acioli Barros , Cícero Romário Cruz da Silva , Maria Clara Domingos de Almeida , Lucila Glauber Monteiro
  • Resumo
  • Introdução: A alta mortalidade de jovens negras com gravidez precoce evidencia desigualdades e vulnerabilidades sociais, exigindo ações estatais efetivas. A Rede Alyne se destaca como ferramenta de enfrentamento e cuidado antirracista. Objetivo: Analisar a mortalidade de jovens negras gestantes e avaliar a potência da Rede Alyne como ferramenta de enfrentamento e mitigação dessas desigualdades no acesso ao cuidado integral no SUS. Metodologia: Estudo qualitativo e descritivo, baseado em revisão de literatura e análise documental de dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do DataSUS, entre 2019 e 2023, com recorte em adolescentes negras (10-19 anos). Foram selecionados artigos publicados entre 2019 e 2025 sobre gravidez precoce, juventude negra e Rede Alyne. A análise interseccional integrou dados estatísticos e bibliográficos para compreender desigualdades e itinerários de cuidado no SUS. Resultados: Mais de 70% dos óbitos gestacionais entre jovens de 10 a 19 anos ocorrem na população negra, revelando marcantes desigualdades sociais e raciais no Brasil. Esses dados refletem o acesso precário das adolescentes aos serviços de saúde, agravado pelo racismo institucional e pela falta de suporte adequado para reduzir a mortalidade materna. Nesse cenário, a Rede Alyne destaca-se como uma potência política e ética, construindo itinerários de cuidado antirracista que articulam movimentos sociais, instituições de saúde e famílias. Essa articulação promove um cuidado integral e acolhedor, fundamental para enfrentar as desigualdades e mitigar os índices alarmantes de mortalidade materna entre jovens negras. Conclusão: A mortalidade materna entre jovens negras expõe falhas estruturais e o racismo institucional no sistema de saúde. A Rede Alyne mostra que a mobilização coletiva e o cuidado integrado são essenciais para transformar essa realidade e salvar vidas. Avanços do estudo ao conhecimento: Aprofundamento da compreensão sobre as disparidades raciais na mortalidade materna juvenil, destacando a Rede Alyne como estratégia inovadora para promover justiça social e equidade no acesso e qualidade do cuidado em saúde. 

  • Palavras-chave
  • Mortalidade. Racismo. SUS.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Linha 4: Saúde da população negra
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O eixo Integração Ensino, Serviço e Comunidade (ISEC) está presente na estrutura curricular do curso de Medicina do Centro Universitário Cesmac de forma transversal, acompanhando o estudante durante todo o percurso formativo. O processo atende as diretrizes curriculares nacionais, que apontam para a formação de um profissional atento à realidade sócio sanitária da população e aos princípios da ética, humanismo, reflexividade e formação integral.

Com o objetivo de proporcionar o encontro interdisciplinar de todos os módulos que compõem o eixo ISEC, que compreendem do ISEC 1 ao ISEC 8, foi realizada a III Exposição Científica do Eixo ISEC (III ExpoISEC), buscando dialogar a formação médica no âmbito da Atenção Primária à Saúde e do Sistema Único de Saúde. O evento contou com a participação dos discentes do curso apresentando trabalhos acadêmicos científicos (119 trabalhos) abordando a temática central nos espaços de discussão de cada módulo do eixo.

Com a temática “Equidade em Saúde: O Desafio da Medicina Contemporânea” a III ExpoISEC trouxe para o cenário de discussão o princípio da equidade, não apenas como uma questão teórico-metodológica, mas também como uma demanda social, deslocando o tema da periferia para a centralidade do processo formativo. Ter a equidade em saúde como tema central de discussão se justifica pela sua relação com a redução das desigualdades, a garantia de justiça social e direitos humanos e a eficácia dos sistemas de saúde. A equidade em saúde é tema fundamental para os futuros profissionais que buscam soluções para tornar a medicina mais acessível e justa para todos.

Para o desenvolvimento do evento e a discussão da temática central, os trabalhos desenvolvidos pelos discentes, orientados pelos docentes do eixo e aqui apresentados, foram distribuídos nas seguintes linhas: 1. Desigualdades em saúde e determinantes sociais da saúde; 2. Atenção integral em saúde; 3. Disparidades raciais, étnicas, socioeconômicas e geográficas na saúde; 4. Saúde da população negra e 5. Gênero, diversidades e saúde.

Estes anais constituem um registro permanente das discussões e contribuições de discentes e docentes sobre a equidade em saúde e os desafios para a Medicina Contemporânea.

  • Linha 1: Desigualdades em saúde e determinantes sociais da saúde
  • Linha 2: Atenção integral à saúde
  • Linha 3: Disparidades raciais, étnicas, socioeconômicas e geográficas na saúde
  • Linha 4: Saúde da população negra
  • Linha 5: Gênero, diversidades e saúde

Comissão Organizadora

Emanuella Pinheiro de Farias Bispo
Elaine Cristina Tôrres Oliveira
Bárbara Patrícia da Silva Lima
Rafaela Brandão Almeida Ambrosio

Comissão Científica

Adalberto Gomes das Graças Bisneto
Amanda Vasconcelos de Carvalho Souza
Ana Lúcia Soares Tojal
Andressa Pereira Peixoto Barbosa
Bárbara Patrícia da Silva Lima
Camila de Barros Prado Moura Sales
Elaine Cristina Tôrres Oliveira
Elisabete Mendonça Rêgo Peixoto
Emanuella Pinheiro de Farias Bispo
Karini Vieira Menezes de Omena
Larissa Virgínia Lins de Alencar Silva
Lúcio Vasconcellos de Verçoza
Magda Fernanda Lopes de Oliveira Andrade
Osmar Kleddson Pinheiro Canuto Rocha
Rafaela Brandão Almeida Ambrosio
Vivianne de Lima Biana de Assis

 

As edições anteriores da EXPOISEC estão disponíveis no endereço: Anais das edições anteriores da EXPOISEC