COMPARATIVO DA PROPORÇÃO DA INADEQUAÇÃO NO NÚMERO DE CONSULTAS PRÉ-NATAL NA POPULAÇÃO NEGRA E BRANCA DO ESTADO DE ALAGOAS ENTRE OS ANOS DE 2019 E 2023: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA

  • Autor
  • Renato Martins Pedrosa
  • Co-autores
  • Maria Eduarda Andrade Cardoso de Queiroz Ferino , Daniel Altoé Casado Gama , Maria Clara Risco Bert de Mendonça , Sérgio Rodrigues da Rocha Neto , Elaine Cristina Tôrres Oliveira , Camila de Barros Prado Moura Sales
  • Resumo
  • Introdução: A assistência pré-natal é essencial para reduzir a morbimortalidade materno-infantil. O Ministério da Saúde recomenda ao menos seis consultas, sendo ideal sete ou mais, para identificar riscos, monitorar a saúde da gestante e do feto, e promover um parto seguro. No Brasil, mulheres negras (pretas e pardas) enfrentam barreiras que limitam o acesso ao pré-natal adequado, reflexo do racismo estrutural, o que reforça a necessidade de políticas voltadas à equidade. Objetivo: Comparar a proporção do número de consultas pré-natal na população negra e branca do Estado de Alagoas entre os anos de 2019 e 2023. Metodologia: Foi realizado um estudo ecológico retrospectivo, que utilizou o Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC) como fonte. Foi avaliado o número de consultas pré-natal na população negra e branca nos anos de 2019-2023 no estado de Alagoas e assim, feita a proporção do número de 7 ou mais consultas pré-natal sobre o número de nascidos vivos do estado no ano analisado para fazer a comparação entre os dados obtidos. Resultados: Entre 2019 e 2023, persistem desigualdades no acesso ao pré-natal em Alagoas entre mulheres negras e brancas. Em 2019, 30,35% das gestantes negras não realizaram sete ou mais consultas, frente a 20,76% das brancas (diferença de 9,59 pontos). Em 2020, a diferença subiu para 14,73 pontos (37,83% negras e 23,10% brancas). Em 2021, foi de 11,79 pontos (32,78% e 20,99%); em 2022, 10,41 pontos (29,06% e 18,65%); e em 2023, caiu para 4,81 pontos (24,10% e 19,29%). Ao longo do período, as gestantes negras mantiveram piores indicadores, evidenciando barreiras estruturais que refletem desigualdades sociais e raciais com impacto nos desfechos maternos. Conclusão: Com base nos resultados, conclui-se que as desigualdades no pré-natal entre gestantes negras e brancas em Alagoas permanecem significativas. A maior inadequação entre mulheres negras pode ser reflexo de barreiras estruturais, sociais e raciais no acesso à saúde, reforçando a necessidade de políticas públicas que promovam equidade, acesso e cuidado integral às populações historicamente vulnerabilizadas. Avanços do estudo ao conhecimento: A análise da proporção de consultas pré-natais entre gestantes negras e brancas é um indicador da utilização do cuidado obstétrico, permitindo avaliar políticas públicas, identificar falhas na assistência e orientar estratégias de equidade em saúde.

  • Palavras-chave
  • Cuidado Pré-Natal, População Negra, Epidemiologia
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Linha 4: Saúde da população negra
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O eixo Integração Ensino, Serviço e Comunidade (ISEC) está presente na estrutura curricular do curso de Medicina do Centro Universitário Cesmac de forma transversal, acompanhando o estudante durante todo o percurso formativo. O processo atende as diretrizes curriculares nacionais, que apontam para a formação de um profissional atento à realidade sócio sanitária da população e aos princípios da ética, humanismo, reflexividade e formação integral.

Com o objetivo de proporcionar o encontro interdisciplinar de todos os módulos que compõem o eixo ISEC, que compreendem do ISEC 1 ao ISEC 8, foi realizada a III Exposição Científica do Eixo ISEC (III ExpoISEC), buscando dialogar a formação médica no âmbito da Atenção Primária à Saúde e do Sistema Único de Saúde. O evento contou com a participação dos discentes do curso apresentando trabalhos acadêmicos científicos (119 trabalhos) abordando a temática central nos espaços de discussão de cada módulo do eixo.

Com a temática “Equidade em Saúde: O Desafio da Medicina Contemporânea” a III ExpoISEC trouxe para o cenário de discussão o princípio da equidade, não apenas como uma questão teórico-metodológica, mas também como uma demanda social, deslocando o tema da periferia para a centralidade do processo formativo. Ter a equidade em saúde como tema central de discussão se justifica pela sua relação com a redução das desigualdades, a garantia de justiça social e direitos humanos e a eficácia dos sistemas de saúde. A equidade em saúde é tema fundamental para os futuros profissionais que buscam soluções para tornar a medicina mais acessível e justa para todos.

Para o desenvolvimento do evento e a discussão da temática central, os trabalhos desenvolvidos pelos discentes, orientados pelos docentes do eixo e aqui apresentados, foram distribuídos nas seguintes linhas: 1. Desigualdades em saúde e determinantes sociais da saúde; 2. Atenção integral em saúde; 3. Disparidades raciais, étnicas, socioeconômicas e geográficas na saúde; 4. Saúde da população negra e 5. Gênero, diversidades e saúde.

Estes anais constituem um registro permanente das discussões e contribuições de discentes e docentes sobre a equidade em saúde e os desafios para a Medicina Contemporânea.

  • Linha 1: Desigualdades em saúde e determinantes sociais da saúde
  • Linha 2: Atenção integral à saúde
  • Linha 3: Disparidades raciais, étnicas, socioeconômicas e geográficas na saúde
  • Linha 4: Saúde da população negra
  • Linha 5: Gênero, diversidades e saúde

Comissão Organizadora

Emanuella Pinheiro de Farias Bispo
Elaine Cristina Tôrres Oliveira
Bárbara Patrícia da Silva Lima
Rafaela Brandão Almeida Ambrosio

Comissão Científica

Adalberto Gomes das Graças Bisneto
Amanda Vasconcelos de Carvalho Souza
Ana Lúcia Soares Tojal
Andressa Pereira Peixoto Barbosa
Bárbara Patrícia da Silva Lima
Camila de Barros Prado Moura Sales
Elaine Cristina Tôrres Oliveira
Elisabete Mendonça Rêgo Peixoto
Emanuella Pinheiro de Farias Bispo
Karini Vieira Menezes de Omena
Larissa Virgínia Lins de Alencar Silva
Lúcio Vasconcellos de Verçoza
Magda Fernanda Lopes de Oliveira Andrade
Osmar Kleddson Pinheiro Canuto Rocha
Rafaela Brandão Almeida Ambrosio
Vivianne de Lima Biana de Assis

 

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