Apresentação: As desigualdades sociais influenciam significativamente a saúde, sobretudo entre populações vulneráveis. A Atenção Primária à Saúde (APS) deve atuar de forma integral, considerando fatores físicos, socioeconômicos, culturais, étnicos e territoriais. Objetivo: Relatar a experiência de cuidado de um paciente em vulnerabilidade social e sofrimento psíquico crônico, destacando os impactos dos determinantes sociais e a importância do acolhimento integral na Atenção Básica. Metodologia: Relato de experiência realizado por acadêmicos de medicina do oitavo período, durante consulta na APS, abordando-a de forma integral, considerando histórico de saúde, contexto familiar, escolaridade, condição socioeconômica e acesso a serviços de saúde. Finalizando com discussão entre os integrantes e orientador sobre o momento vivenciado, ainda com apoio técnico de evidências científicas. Resultados: Paciente do sexo masculino, 58 anos, ensino fundamental incompleto, residente de área periférica de Maceió. Paciente com histórico de vulnerabilidade social, incluindo situação de rua, negligência e violência. Relata insônia severa, narrativa confusa e indícios de dissociação psíquica. Cuida do neto com autismo nível 3, o que amplia sua sobrecarga emocional, apesar de exames clínicos normais. Análise crítica: O caso evidencia a influência dos determinantes sociais sobre a saúde dos indivíduos. A negligência desses fatores perpetua as iniquidades em saúde. A ausência de diagnósticos e a escassez de encaminhamentos especializados afetam as demandas específicas na APS. Assim, o acolhimento, a escuta ativa e o fortalecimento da rede de apoio são estratégias essenciais para garantir o acesso amplo à saúde. Conclusões: O trabalho evidencia como as desigualdades sociais impactam o serviço de saúde, ilustrando como tais adversidades intensificam o sofrimento psíquico. Logo, defende-se políticas públicas para reduzir desigualdades e promover um atendimento equitativo. Avanços do estudo ao conhecimento: O estudo reforça a importância da escuta sensível e da abordagem dos determinantes sociais na APS, contribuindo para práticas humanizadas e equitativas para pacientes vulneráveis.
O eixo Integração Ensino, Serviço e Comunidade (ISEC) está presente na estrutura curricular do curso de Medicina do Centro Universitário Cesmac de forma transversal, acompanhando o estudante durante todo o percurso formativo. O processo atende as diretrizes curriculares nacionais, que apontam para a formação de um profissional atento à realidade sócio sanitária da população e aos princípios da ética, humanismo, reflexividade e formação integral.
Com o objetivo de proporcionar o encontro interdisciplinar de todos os módulos que compõem o eixo ISEC, que compreendem do ISEC 1 ao ISEC 8, foi realizada a III Exposição Científica do Eixo ISEC (III ExpoISEC), buscando dialogar a formação médica no âmbito da Atenção Primária à Saúde e do Sistema Único de Saúde. O evento contou com a participação dos discentes do curso apresentando trabalhos acadêmicos científicos (119 trabalhos) abordando a temática central nos espaços de discussão de cada módulo do eixo.
Com a temática “Equidade em Saúde: O Desafio da Medicina Contemporânea” a III ExpoISEC trouxe para o cenário de discussão o princípio da equidade, não apenas como uma questão teórico-metodológica, mas também como uma demanda social, deslocando o tema da periferia para a centralidade do processo formativo. Ter a equidade em saúde como tema central de discussão se justifica pela sua relação com a redução das desigualdades, a garantia de justiça social e direitos humanos e a eficácia dos sistemas de saúde. A equidade em saúde é tema fundamental para os futuros profissionais que buscam soluções para tornar a medicina mais acessível e justa para todos.
Para o desenvolvimento do evento e a discussão da temática central, os trabalhos desenvolvidos pelos discentes, orientados pelos docentes do eixo e aqui apresentados, foram distribuídos nas seguintes linhas: 1. Desigualdades em saúde e determinantes sociais da saúde; 2. Atenção integral em saúde; 3. Disparidades raciais, étnicas, socioeconômicas e geográficas na saúde; 4. Saúde da população negra e 5. Gênero, diversidades e saúde.
Estes anais constituem um registro permanente das discussões e contribuições de discentes e docentes sobre a equidade em saúde e os desafios para a Medicina Contemporânea.
Comissão Organizadora
Emanuella Pinheiro de Farias Bispo
Elaine Cristina Tôrres Oliveira
Bárbara Patrícia da Silva Lima
Rafaela Brandão Almeida Ambrosio
Comissão Científica
Adalberto Gomes das Graças Bisneto
Amanda Vasconcelos de Carvalho Souza
Ana Lúcia Soares Tojal
Andressa Pereira Peixoto Barbosa
Bárbara Patrícia da Silva Lima
Camila de Barros Prado Moura Sales
Elaine Cristina Tôrres Oliveira
Elisabete Mendonça Rêgo Peixoto
Emanuella Pinheiro de Farias Bispo
Karini Vieira Menezes de Omena
Larissa Virgínia Lins de Alencar Silva
Lúcio Vasconcellos de Verçoza
Magda Fernanda Lopes de Oliveira Andrade
Osmar Kleddson Pinheiro Canuto Rocha
Rafaela Brandão Almeida Ambrosio
Vivianne de Lima Biana de Assis
As edições anteriores da EXPOISEC estão disponíveis no endereço: Anais das edições anteriores da EXPOISEC