QUANDO A DOR TEM COR: A DISPARIDADE ANESTÉSICA NO PARTO DE MULHERES NEGRAS E NÃO NEGRAS

  • Autor
  • MARIA ANTÔNIA VENICIUS GOMES
  • Co-autores
  • AFRÂNIO DE LIMA SOARES NETO , BEATRIZ DE JESUS LEAL FARIA , ISABELLA CRESCENCIO DUARTE RODRIGUES , KAIQUE LISBOA ARAÚJO , YASMIN LYRIO SANTOS CORREIA , BÁRBARA PATRÍCIA DA SILVA LIMA , EMANUELLA PINHEIRO DE FARIAS BISPO
  • Resumo
  • Introdução: Lançada em 2024, a Rede Alyne foca na saúde materna e infantil, com ênfase na mulher negra. Ela trouxe visibilidade para a desigualdade anestésica, que reflete o racismo institucional, sustentado pelo mito da maior resistência à dor dessas mulheres.

    Objetivo: Analisar como o racismo institucional contribui para a disparidade no uso de anestesia em gestantes negras, evidenciando práticas discriminatórias que impactam o manejo da dor e a qualidade do cuidado obstétrico.

    Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura realizada na base de dados PubMed com janela temporal de 2020 até 2024, com a utilização dos termos “pregnancy” AND “anesthesiology” AND “black women, sendo encontrados 37 artigos, dos quais 27 foram excluídos e 10 foram incluídos com base no título, mas somente foram selecionados com base no resumo e analisados. Resultados: A disparidade anestésica em gestantes negras se manifesta na subvalorização de suas dores, tendo oferta desigual de técnicas anestésicas e na escuta clínica limitada durante o parto e procedimentos obstétricos. Ademais, estudos apontam que essas mulheres têm suas queixas desconsideradas ou minimizadas, enfrentando assim, maiores resistências no acesso à analgesia adequada em comparação a gestantes não negras. Posto isso, essa disparidade está associada ao racismo institucional, que se expressa nas práticas cotidianas dos profissionais de saúde, o qual reforça estigmas históricos que normalizam a resistência à dor e invisibilizam o sofrimento da mulher negra no contexto obstétrico. Conclusão: Desta forma, a análise sugere que o racismo institucional é um fator determinante na disparidade anestésica vivenciada por gestantes negras, perpetuando assim, em práticas que desvalorizam sua dor e comprometem a equidade no cuidado obstétrico. 

    Avanços do estudo ao conhecimento: O estudo aponta o racismo institucional na anestesia obstétrica entre negras e não negras, reforçando a urgência de ações por equidade, como as promovidas pela Rede Alyne.

  • Palavras-chave
  • Gestantes; Anestesia; Mulheres Negras.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Linha 4: Saúde da população negra
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O eixo Integração Ensino, Serviço e Comunidade (ISEC) está presente na estrutura curricular do curso de Medicina do Centro Universitário Cesmac de forma transversal, acompanhando o estudante durante todo o percurso formativo. O processo atende as diretrizes curriculares nacionais, que apontam para a formação de um profissional atento à realidade sócio sanitária da população e aos princípios da ética, humanismo, reflexividade e formação integral.

Com o objetivo de proporcionar o encontro interdisciplinar de todos os módulos que compõem o eixo ISEC, que compreendem do ISEC 1 ao ISEC 8, foi realizada a III Exposição Científica do Eixo ISEC (III ExpoISEC), buscando dialogar a formação médica no âmbito da Atenção Primária à Saúde e do Sistema Único de Saúde. O evento contou com a participação dos discentes do curso apresentando trabalhos acadêmicos científicos (119 trabalhos) abordando a temática central nos espaços de discussão de cada módulo do eixo.

Com a temática “Equidade em Saúde: O Desafio da Medicina Contemporânea” a III ExpoISEC trouxe para o cenário de discussão o princípio da equidade, não apenas como uma questão teórico-metodológica, mas também como uma demanda social, deslocando o tema da periferia para a centralidade do processo formativo. Ter a equidade em saúde como tema central de discussão se justifica pela sua relação com a redução das desigualdades, a garantia de justiça social e direitos humanos e a eficácia dos sistemas de saúde. A equidade em saúde é tema fundamental para os futuros profissionais que buscam soluções para tornar a medicina mais acessível e justa para todos.

Para o desenvolvimento do evento e a discussão da temática central, os trabalhos desenvolvidos pelos discentes, orientados pelos docentes do eixo e aqui apresentados, foram distribuídos nas seguintes linhas: 1. Desigualdades em saúde e determinantes sociais da saúde; 2. Atenção integral em saúde; 3. Disparidades raciais, étnicas, socioeconômicas e geográficas na saúde; 4. Saúde da população negra e 5. Gênero, diversidades e saúde.

Estes anais constituem um registro permanente das discussões e contribuições de discentes e docentes sobre a equidade em saúde e os desafios para a Medicina Contemporânea.

  • Linha 1: Desigualdades em saúde e determinantes sociais da saúde
  • Linha 2: Atenção integral à saúde
  • Linha 3: Disparidades raciais, étnicas, socioeconômicas e geográficas na saúde
  • Linha 4: Saúde da população negra
  • Linha 5: Gênero, diversidades e saúde

Comissão Organizadora

Emanuella Pinheiro de Farias Bispo
Elaine Cristina Tôrres Oliveira
Bárbara Patrícia da Silva Lima
Rafaela Brandão Almeida Ambrosio

Comissão Científica

Adalberto Gomes das Graças Bisneto
Amanda Vasconcelos de Carvalho Souza
Ana Lúcia Soares Tojal
Andressa Pereira Peixoto Barbosa
Bárbara Patrícia da Silva Lima
Camila de Barros Prado Moura Sales
Elaine Cristina Tôrres Oliveira
Elisabete Mendonça Rêgo Peixoto
Emanuella Pinheiro de Farias Bispo
Karini Vieira Menezes de Omena
Larissa Virgínia Lins de Alencar Silva
Lúcio Vasconcellos de Verçoza
Magda Fernanda Lopes de Oliveira Andrade
Osmar Kleddson Pinheiro Canuto Rocha
Rafaela Brandão Almeida Ambrosio
Vivianne de Lima Biana de Assis

 

As edições anteriores da EXPOISEC estão disponíveis no endereço: Anais das edições anteriores da EXPOISEC