Introdução: O mercado de trabalho no Brasil se caracteriza por desigualdades sociais, altas taxas de informalidade e baixas remunerações. Catadores de recicláveis fazem parte do grupo vulnerável, impactando diretamente na saúde da classe (Freitas et al., 2024). Objetivo: Analisar os principais riscos relacionados às condições de trabalho e as barreiras de acesso a rede de cuidados, enfrentadas por catadores de materiais recicláveis no Brasil, à luz dos determinantes sociais da saúde;Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica, a partir das plataformas LILACS e Scielo utilizando algoritmo: ("trabalhadores informais" OR "reciclagem") AND ("determinantes sociais da saúde" OR "determinantes sociais") or "catadores de materiais recicláveis". Foi utilizado filtro para área temática Ciências da Saúde. Como critério de exclusão, foram desconsiderados os estudos que não apresentavam relação direta com o tema proposto, além daqueles que abordavam apenas aspectos ambientais da reciclagem. Resultados: Trabalhadores informais, como os catadores de materiais recicláveis, recebem menos de um salário mínimo e não têm vínculos de proteção social, como aposentadoria ou licença remunerada. Essa classe está sujeita a condições de trabalho precárias, instabilidade, turnos mais extensos, maior responsabilidade em decisões, falta de regulamentação e de segurança. Isso impacta diretamente na saúde física e mental desses trabalhadores. Além disso, a adoção de comportamentos danosos associados à alta exposição a riscos ocupacionais, principalmente os químicos, biológicos e ergonômicos, contribuem para o aumento na incidência de acidentes e doenças ocupacionais nessa população, impactando diretamente na saúde física e mental desses trabalhadores (Centenaro et al., 2022).. Conclusão: Evidencia-se que os catadores enfrentam múltiplas barreiras de acesso à saúde, agravadas pela informalidade e exclusão social. Reforça-se a necessidade de políticas públicas específicas, baseadas nos determinantes sociais da saúde. Avanços do estudo ao conhecimento: O estudo contribui para o reconhecimento dos catadores como grupo vulnerável, e ressalta a urgência de ações intersetoriais voltadas à equidade em saúde.
O eixo Integração Ensino, Serviço e Comunidade (ISEC) está presente na estrutura curricular do curso de Medicina do Centro Universitário Cesmac de forma transversal, acompanhando o estudante durante todo o percurso formativo. O processo atende as diretrizes curriculares nacionais, que apontam para a formação de um profissional atento à realidade sócio sanitária da população e aos princípios da ética, humanismo, reflexividade e formação integral.
Com o objetivo de proporcionar o encontro interdisciplinar de todos os módulos que compõem o eixo ISEC, que compreendem do ISEC 1 ao ISEC 8, foi realizada a III Exposição Científica do Eixo ISEC (III ExpoISEC), buscando dialogar a formação médica no âmbito da Atenção Primária à Saúde e do Sistema Único de Saúde. O evento contou com a participação dos discentes do curso apresentando trabalhos acadêmicos científicos (119 trabalhos) abordando a temática central nos espaços de discussão de cada módulo do eixo.
Com a temática “Equidade em Saúde: O Desafio da Medicina Contemporânea” a III ExpoISEC trouxe para o cenário de discussão o princípio da equidade, não apenas como uma questão teórico-metodológica, mas também como uma demanda social, deslocando o tema da periferia para a centralidade do processo formativo. Ter a equidade em saúde como tema central de discussão se justifica pela sua relação com a redução das desigualdades, a garantia de justiça social e direitos humanos e a eficácia dos sistemas de saúde. A equidade em saúde é tema fundamental para os futuros profissionais que buscam soluções para tornar a medicina mais acessível e justa para todos.
Para o desenvolvimento do evento e a discussão da temática central, os trabalhos desenvolvidos pelos discentes, orientados pelos docentes do eixo e aqui apresentados, foram distribuídos nas seguintes linhas: 1. Desigualdades em saúde e determinantes sociais da saúde; 2. Atenção integral em saúde; 3. Disparidades raciais, étnicas, socioeconômicas e geográficas na saúde; 4. Saúde da população negra e 5. Gênero, diversidades e saúde.
Estes anais constituem um registro permanente das discussões e contribuições de discentes e docentes sobre a equidade em saúde e os desafios para a Medicina Contemporânea.
Comissão Organizadora
Emanuella Pinheiro de Farias Bispo
Elaine Cristina Tôrres Oliveira
Bárbara Patrícia da Silva Lima
Rafaela Brandão Almeida Ambrosio
Comissão Científica
Adalberto Gomes das Graças Bisneto
Amanda Vasconcelos de Carvalho Souza
Ana Lúcia Soares Tojal
Andressa Pereira Peixoto Barbosa
Bárbara Patrícia da Silva Lima
Camila de Barros Prado Moura Sales
Elaine Cristina Tôrres Oliveira
Elisabete Mendonça Rêgo Peixoto
Emanuella Pinheiro de Farias Bispo
Karini Vieira Menezes de Omena
Larissa Virgínia Lins de Alencar Silva
Lúcio Vasconcellos de Verçoza
Magda Fernanda Lopes de Oliveira Andrade
Osmar Kleddson Pinheiro Canuto Rocha
Rafaela Brandão Almeida Ambrosio
Vivianne de Lima Biana de Assis
As edições anteriores da EXPOISEC estão disponíveis no endereço: Anais das edições anteriores da EXPOISEC