INTRODUÇÃO: A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum com transmissão sexual predominante. Em gestantes não tratadas ou indevidamente tratadas, a infecção pode ocorrer via transplacentária e causar sífilis congênita. Essa doença, desde 1986, é de notificação compulsória e a gestante diagnosticada, desde 2005. Dados epidemiológicos do Brasil de 2017 e 2018 mostram aumento de 5,2% dos casos. OBJETIVOS: Avaliar a incidência da sífilis congênita comparando Brasil e Maranhão nos anos de 2017 e 2018. MÉTODOS: Para a realizar esse trabalho foram utilizados artigos da plataforma Scielo, boletim epidemiológico da sífilis de 2019 e guia de vigilância em saúde de 2019 do Ministério da Saúde. RESULTADOS: Foi observado que apesar da disseminação de programas do Ministério da Saúde para detectar gestantes soropositivas para sífilis, a incidência de grávidas infectadas e de sífilis congênita no Brasil permanece crescente. Em 2017 a incidência de sífilis congênita era de 8,5 casos/1000 nascidos vivos, já em 2018 a taxa aumentou para 9/1000 nascidos vivos. O Maranhão apresentou um aumento de 97,2% na incidência dessa patologia, passando de 3,8/1000 em 2017 para 7,5 casos/1000 nascidos vivos em 2018. No entanto, em 2018, 96,8% dos casos em neonatos no Brasil foram diagnosticados em até 7 dias e, portanto, evitado desfecho desfavorável, pois o tratamento adequado precoce pode chegar a 100% da cura. As manifestações são variáveis e estão associadas a fatores como: tempo de exposição fetal e virulência do treponema, carga bacteriana materna e tratamento da infecção materna. Esses fatores podem levar ao aborto, óbito neonatal ou natimorto e as crianças nascidas podem ser sintomáticas ou não. A sífilis congênita pode ser dividida ainda em precoce, com o quadro clínico iniciando até os 2 primeiros anos de vida e tardia, após 2 anos de idade. Das manifestações precoces, destaca-se prematuridade, baixo peso ao nascer, hepatoesplenomegalia, lesão cutânea e óssea. Tardiamente apresentam sintomas progressivos com prejuízo no desenvolvimento, dentre eles lesão óssea, articular, neurológica e ocular. CONCLUSÃO: Embora a incidência dessa patologia continue ascendente, é importante salientar que houve aumento do acesso à saúde, assim diminuindo o viés da subnotificação. De tal forma, os dados epidemiológicos refletem a melhoria do acompanhamento pré-natal. A sífilis congênita ainda representa um agravo na saúde brasileira, porém é uma doença tratável e curável.
Comissão Organizadora
Liga Acadêmica de Infectologia e Vigilância em Saúde
Comissão Científica
Dr. Fabrício Silva Pessoa
Dr. Lídio Gonçalves Lima Neto
Dra. Wildete de Carvalho Mayrink
Me. Mara Izabel Carneiro Pimentel
Dra. Lilaléa Gonçalves
Me. Tânia Maria Gaspar Novais
Dra. Mylena Torres
Dra. Monique do Carmo