EVOLUÇÃO DA INCIDÊNCIA DA SÍFILIS CONGÊNITA NO BRASIL E MARANHÃO ENTRE OS ANOS DE 2017 E 2018

  • Autor
  • Ana Karollyne De Araújo Pontes
  • Co-autores
  • Ana Paula de Castro Ahid , Carlos Eduardo de Araújo Pontes
  • Resumo
  • INTRODUÇÃO: A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum com transmissão sexual predominante. Em gestantes não tratadas ou indevidamente tratadas, a infecção pode ocorrer via transplacentária e causar sífilis congênita. Essa doença, desde 1986, é de notificação compulsória e a gestante diagnosticada, desde 2005. Dados epidemiológicos do Brasil de 2017 e 2018 mostram aumento de 5,2% dos casos. OBJETIVOS: Avaliar a incidência da sífilis congênita comparando Brasil e Maranhão nos anos de 2017 e 2018. MÉTODOS: Para a realizar esse trabalho foram utilizados artigos da plataforma Scielo, boletim epidemiológico da sífilis de 2019 e guia de vigilância em saúde de 2019 do Ministério da Saúde. RESULTADOS: Foi observado que apesar da disseminação de programas do Ministério da Saúde para detectar gestantes soropositivas para sífilis, a incidência de grávidas infectadas e de sífilis congênita no Brasil permanece crescente. Em 2017 a incidência de sífilis congênita era de 8,5 casos/1000 nascidos vivos, já em 2018 a taxa aumentou para 9/1000 nascidos vivos. O Maranhão apresentou um aumento de 97,2% na incidência dessa patologia, passando de 3,8/1000 em 2017 para 7,5 casos/1000 nascidos vivos em 2018. No entanto, em 2018, 96,8% dos casos em neonatos no Brasil foram diagnosticados em até 7 dias e, portanto, evitado desfecho desfavorável, pois o tratamento adequado precoce pode chegar a 100% da cura. As manifestações são variáveis e estão associadas a fatores como: tempo de exposição fetal e virulência do treponema, carga bacteriana materna e tratamento da infecção materna. Esses fatores podem levar ao aborto, óbito neonatal ou natimorto e as crianças nascidas podem ser sintomáticas ou não. A sífilis congênita pode ser dividida ainda em precoce, com o quadro clínico iniciando até os 2 primeiros anos de vida e tardia, após 2 anos de idade. Das manifestações precoces, destaca-se prematuridade, baixo peso ao nascer, hepatoesplenomegalia, lesão cutânea e óssea. Tardiamente apresentam sintomas progressivos com prejuízo no desenvolvimento, dentre eles lesão óssea, articular, neurológica e ocular. CONCLUSÃO: Embora a incidência dessa patologia continue ascendente, é importante salientar que houve aumento do acesso à saúde, assim diminuindo o viés da subnotificação. De tal forma, os dados epidemiológicos refletem a melhoria do acompanhamento pré-natal. A sífilis congênita ainda representa um agravo na saúde brasileira, porém é uma doença tratável e curável.

  • Palavras-chave
  • Sífilis congênita, treponema, infecção congênita, epidemiologia
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