RESUMO
INTRODUÇÃO: As infecções hospitalares, também chamadas de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), são aquelas adquiridas durante a internação do paciente e que não estavam presentes ou incubadas no momento da admissão. Tais infecções representam um desafio significativo para a saúde pública no Brasil. Elas estão associadas ao aumento da mortalidade e custos hospitalares, sendo muitas vezes evitáveis com medidas eficazes de prevenção e controle. OBJETIVO: Investigar a prevalência das infecções hospitalares no Brasil, identificar suas principais causas, relacionar a gestão hospitalar com a ocorrência dessas infecções e identificar o impacto das IRAS nos custos, tempo de internação e prognóstico dos pacientes. METODOLOGIA: Revisão bibliográfica, utilizando plataformas médicas, revistas científicas e bibliotecas virtuais, selecionando materiais dos últimos 10 anos sobre o assunto. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A literatura revela que as infecções hospitalares continuam sendo altamente prevalentes no Brasil, especialmente em unidades de terapia intensiva (UTIs), onde a vulnerabilidade dos pacientes e o uso frequente de dispositivos invasivos aumentam os riscos. As infecções mais comuns incluem pneumonias associadas à ventilação mecânica, infecções do trato urinário relacionadas ao uso de sondas e de corrente sanguínea ligadas a cateteres venosos. Esse fato, está relacionado com a higienização inadequada das mãos, falhas na esterilização de materiais e as condições estruturais precárias.
Além dos impactos diretos na saúde dos pacientes, as IRAS acarretam aumento significativo dos custos hospitalares devido o prolongamento do tempo de internação. Isso ocorre porque, as infecções atrasam a recuperação e podem causar complicações que exigem novos tratamentos, ocasionando uma internação prolongada a qual exige mais despesa com alimentação, bem como com cuidados de enfermagem, exames e medicamentos. Ademais, a permanência prolongada do paciente contribui para uma superlotação hospitalar, o que compromete a capacidade dos serviços de saúde em atender novos pacientes e intensifica a sobrecarga dos profissionais, tendo em vista o aumento no número de pacientes por trabalhador, levando a jornadas exaustivas e maior nível de falhas nos cuidados básicos. Assim, é notório a necessidade de medidas eficazes, tanto no âmbito institucional quanto nas esferas governamentais, para mitigar o problema em questão. CONCLUSÃO: As infecções hospitalares permanecem como um desafio para a saúde pública brasileira, com impactos diretos na mortalidade de pacientes, na duração das internações e nos custos assistenciais.
A gestão hospitalar tem papel fundamental nessa realidade, uma vez que instituições com comissões de controle de infecção hospitalar bem estruturadas, políticas institucionais voltadas à segurança do paciente e com investimentos em capacitação continuada, tendem a apresentar índices significativamente menores de infecção. Concomitantemente a atuação interna dos hospitais, destaca-se o papel do Governo Federal na criação de políticas públicas e programas de apoio eficazes para o combate as infecções hospitalares. Um exemplo é o “Programa Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde”, que se mostrou eficaz na redução de casos quando aplicado de forma padronizada, supervisionada e integrada à rotina institucional.
Conclui-se, portanto, que a prevenção das infecções hospitalares exige apoio institucional e governamental, para alcançar ambientes hospitalares mais seguros, com redução das infecções.
Comissão Organizadora
Dr. Danilo Antônio Giarolla
Dr. Jandson Vieira Costa
Dra. Klégea Maria Câncio Ramos Cantinho
Dra. Suely Moura Melo
Comissão Científica
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Anais do I ECM
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