INTRODUCÃO: A Doenca de Chagas, ou tripanossomiase americana, é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e transmitida principalmente por triatomineos. No Brasil, observa-se uma mudançaa no perfil epidemiológico, com destaque para a Região Norte, onde a transmissão oral tem superado a vetorial, estando associada ao consumo de alimentos contaminados como açaí e caldo de cana. Classificada como doenca tropical negligenciada, afeta especialmente populações vulneraveis, com ausência de saneamento básico e acesso precário a saúde. O estado do Pará lidera os casos da forma aguda, geralmente em surtos sazonais ligados a safra do açaí. OBJETIVO: Identificar os fatores que contribuem para o aumento da incidência da Doenca de Chagas no Norte do Brasil e reconhecer as formas de transmissão da doenca. METODOLOGIA: Estudo observacional, descritivo e retrospectivo com abordagem quantitativa, utilizando dados secundários do SINAN/DATASUS sobre casos registrados entre 2015 e 2020 na Regiao Norte. A amostra considerou todos os registros disponiveis, analisando variaveis como sexo, idade, raca, zona de residencia e forma de transmissão. A análise estatística baseou-se em estatísticas descritivas simples, utilizando os softwares Excel e BioEstat 5.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os dados evidenciam a predominância da transmissão oral da DCA, principalmente pelo consumo de alimentos contaminados. O estado do Pará destaca-se em numero de casos, correlacionando-se com fatores como baixos índices de desenvolvimento humano e vulnerabilidade social. A maior incidência em areas rurais e entre individuos de raca/cor parda aponta a necessidade de ações preventivas especificas. Surtos identificados em regioes como o Rio Grande do Norte ressaltam a importância da vigilância epidemiológica e do controle vetorial. CONCLUSÃO: A maior incidência da Doenca de Chagas no Norte brasileiro esta ligada a fatores socioambientais como desmatamento, uso do solo, expansão urbana desordenada e atividades como garimpo e extrativismo. Esses elementos favorecem o desequilibrio ambiental e a aproximação dos vetores as areas urbanas. A transmissão oral, principalmente via alimentos contaminados como o açaí, tem sido responsavel por surtos agudos na região. O enfrentamento da doenca requer ações integradas que envolvam vigilância sanitaria, controle alimentar, educação em saúde, preservação ambiental e fortalecimento das políticas públicas voltadas as populações mais vulneraveis.
Comissão Organizadora
Dr. Danilo Antônio Giarolla
Dr. Jandson Vieira Costa
Dra. Klégea Maria Câncio Ramos Cantinho
Dra. Suely Moura Melo
Comissão Científica
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Anais do I ECM
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