O estresse pode ser definido como uma condição em que a homeostase é ameaçada ou perturbada em decorrência da ação de estímulos intrínsecos e/ou extrínsecos denominados estressores. Quando um animal detecta um estressor, se inicia uma cascata de respostas ao estressor, caracterizada por respostas fisiológicas na tentativa de retomar a homeostase. Os aspectos fisiológicos dessa resposta são mediados pelo sistema endócrino, que atua como sistema de controle e regulação homeostática, através da produção e liberação de hormônios, produzidos por glândulas endócrinas, neurônios especializados e células endócrinas em tecidos não endócrinos, que podem estimular ou inibir funções celulares. Diante disso, o objetivo deste trabalho é caracterizar a resposta fisiológica do estresse de captura em machos de Potamotrygon amandae. Para a realização do trabalho, machos de Potamotrygon amandae foram capturados no Rio Paraná (UHE Engenheiro Souza Dias – Ilha Solteira/SP) com o uso de tarrafas (CEUA –FEIS/UNESP 03/2021 e Licença ICMBio 81165-2). Imediatamente após a captura dos exemplares, realizou-se a primeira coleta de sangue. Em seguida, os animais foram acondicionados em caixas plásticas. Após o intervalo de uma hora depois da captura, coletou-se a segunda amostra de sangue. Com as amostras de sangue, realizou-se a análise de hematócrito. Analisou-se também, a concentração de glicose e lactato do plasma sanguíneo através de kits comerciais. Os parâmetros foram estatisticamente comparados utilizando o Teste T de Student, através do Sigma. Os espécimes amostrados (n=10) apresentaram comprimento total de 51,3±9,8 cm; comprimento de disco de 32,2±2,6 cm; largura de disco de 29,8±2,3 cm e peso de1,4±0,3 kg. A análise de hematócrito não apresentou diferença significante entre os tempos de coleta (p=0,100), sendo: momento de captura (30,3±3,3%) e após uma hora de captura (27,2±3,4%). A glicose também não apresentou diferença significante entre os tempos de coleta (p=0,106), sendo: momento da captura (23,3±15,5 mg/dL) e após uma hora de captura (34,1±13,6 mg/dL). Diferentemente da glicose e hematócrito, o lactato mostrou-se significativamente diferente entre os tempos de coleta (p=0,004), apresentando maiores concentrações no plasma após uma hora de captura (41,8±26,2 mg/dL) comparado com o momento de captura (8,02±7,2 mg/dL). Diante disso, nossos resultados mostram que o hematócrito e a concentração de glicose não são alterados em situações de estresse. Entretanto, a alteração da concentração de lactato no sangue, corrobora com estudos que demonstram que elevados níveis deste é um dos efeitos fisiológicos da resposta secundária ao estresse em peixes; sendo o lactato, um possível marcador fisiológico para o estresse no grupo.
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