AVALIAÇÃO ECOTOXICOLOGICA DE HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS AROMÁTICOS NOS GÊNEROS RHIZOPRIONODON E HYPANUS (ELASMOBRANCHII) DO ESTADO DE PERNAMBUCO

  • Autor
  • Beatriz de Mello Carvalho Rey
  • Co-autores
  • Laís Ramos Barcellos , Paulo José Duarte Neto , Rosângela Paula Teixeira Lessa
  • Resumo
  • Os tubarões e as raias são peixes cartilaginosos da classe Chondrichthyes, subclasse Elasmobranchii. Possuem fatores biológicos e populacionais (maturidade sexual tardia, crescimento lento, alta longevidade e baixa fecundidade) que os tornam propensos a concentrar contaminantes. Esses animais estão sendo expostos de maneira crônica, há décadas, a todos os tipos de compostos orgânicos e inorgânicos encontrados nos ambientes marinhos. Os compostos orgânicos de origem petrogênica podem ocorrer por derramamento, acidente e ou vazamentos de petróleo. Os HPA’s (hidrocarbonetos policíclicos aromáticos) possuem dois ou mais anéis aromáticos que representam uma família de mais de 100 compostos orgânicos e estão presentes no meio ambiente. São poluentes perigosos, cancerígenos e mutagênicos para seres humanos e animais. No ano de 2019 identificou-se no nordeste brasileiro o início de um derramamento de óleo onde 400 localidades no estado de Pernambuco foram afetadas, gerando enormes danos ambientais de curto, médio e longo prazo. Identificar as consequências e entender como os organismos são afetados tornam-se, então, cruciais principalmente em elasmobrânquios que são espécies sentinelas. Em comparação com peixes ósseos poucos trabalhos detalham doenças e ou lesões em elasmobrânquios. A histologia é uma ferramenta para acessar os graus de poluição nas células além de fornecer um método para detectar efeitos irritantes principalmente crônicos, em diferentes tecidos e orgãos. A proposta deste estudo utiliza o conceito de biomarcadores e considerando o derramamento, teve como objetivo analisar e avaliar histopatologicamente três orgãos biomarcadores (fígado, rim e brânquias) e quantificar concentrações de HPA em duas espécies (Rhizoprionodon porosus e Hypanus guttatus) no litoral norte do Estado de Pernambuco. Foram coletados 26 espécimes de R. porosus e 18 de H. guttatus a partir do recurso pesqueiro do litoral norte em Itapissuma, Itamaracá e Ponta de Pedras. Foi registrado o local de captura dos indivíduos, foram medidos morfometricamente, eviscerados e observados quanto ao estágio de maturação sexual. Foram produzidas 134 lâminas histológicas, as quais foram analisadas a fim de detectar possíveis anormalidades, lesões histopatológicas e modificações no sistema celular, como efeitos deletérios e bioacumulação de compostos nos orgãos desses animais. A quantificação de HPA foi realizada através da extração de lipídios por Soxhlet, seguindo protocolo de prevenção de contaminação da USEPA 3540, em 5 exemplares de cada espécie e, posteriormente, submetidas a quantificação por cromatografia em fase gasosa e espectrometria de massas. Os resultados foram comparados entre o somatório dos principais HPAs (?16 e ?38) classificados pela USEPA. Foram analisadas 21 lâminas com amostras de fígado e 10 lâminas de rim, resultando na identificação de parasitas, inflamações, degenerações, necroses e autólises. Estudos relatam anormalidades histologicas e morfofisiológicas após eventos de derramamento de óleo e exposição de HPAs em raias e tubarões. Ademais, pesquisas recentes de avaliação do derrame comprovam a contaminação por HPAs em peixes no litoral de Pernambuco e sabe-se que degenerações e inflamações em fígados de peixes podem ser causadas por compostos tóxicos o que corrobora com os resultados deste estudo.

  • Palavras-chave
  • HPA; Elasmobranchii; Pesca Artesanal.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Ecologia, impactos humanos e conservação
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  • Ecologia, impactos humanos e conservação
  • História natural
  • Educação ambiental e etnobiologia

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