MORTALIDADE E DEMOGRAFIA DO CAÇÃO RABO-SECO, RHIZOPRIONODON POROSUS (POEY, 1861), NA COSTA DE PERNAMBUCO

  • Autor
  • Heitor Rodrigues Silva
  • Co-autores
  • Rosângela Paula Teixeira Lessa , Francisco Marcante Santana da Silva
  • Resumo
  •  

    O tubarão rabo-seco, Rhizoprionodon porosus é uma espécie com grande distribuição geográfica, cujas áreas de ocorrência compreendem desde o Caribe até o Sul do Uruguai. Apesar da espécie ser abundante nos desembarques da pesca artesanal na costa do Brasil, R. porosus foi avaliado como vulnerável (VU) e dados deficientes (DD) nas listas vermelhas da IUCN e ICMBio, respectivamente. Assim, o presente estudo propôs realizar análise demográfica de R. porosus com base em métodos estocásticos e, assim, auxiliar na adoção de medidas de manejo necessárias para o uso sustentável dos estoques remanescentes. Redes de emalhar com malhas que variaram de 80 mm a 120 mm (período de 1996-2001) e 35 mm a 45 mm (período de 2009-2012) foram utilizadas para capturar os espécimes. O nível de vulnerabilidade de R. porosus foi analisado através de diferentes cenários para permitir investigar a resiliência da espécie. As amostras coletadas nos anos de 1996 a 2001 e 2009 a 2012 totalizaram 838 espécimes.  As taxas de mortalidade estimadas resultaram em valores médios de M = 0,351 ano1 e Z = 0,623 ano-1 para sexos combinados.  Em relação à projeção demográfica baseada nas idades tanto de recrutamento pesqueiro quanto biológico, o terceiro cenário foi o único que apresentou crescimento populacional intrínseco (r = -0,096) e crescimento populacional finito (? = 0,917) abaixo do equilíbrio. Por outro lado, o primeiro e segundo cenários exibiram valores de taxa de crescimento populacional acima do equilíbrio, com r = 0.172 e ? = 1.172 correspondentes ao primeiro, ao passo que r = 0.000 e ? = 1.003 corresponderam ao segundo. O equilíbrio populacional já era esperado para o primeiro cenário, uma vez que a mortalidade por pesca (F) foi ausente. A elasticidade mais significativa para todos os cenários demográficos correspondeu à sobrevivência dos jovens, cujos valores do primeiro e segundo cenários foram exatamente os mesmos (56,2%) e o do terceiro cenário foi de 57,6%. Adicionalmente, as taxas de declínio (D) foram de 77,5% em 3 gerações (15.608 anos) e 61,6% em 10 anos. A taxa intrínseca de resiliência (rz) foi 0.0826 e 0.737 correspondeu ao Fextinct. Esses resultados evidenciam uma tendência de queda desta subpopulação de R. porosus, que pode estar ocorrendo desde 2012 até os dias atuais, tendo em vista a diminuição no tamanho da malha das redes usadas na pesca direcionada a Scomberomorus brasiliensis e Cynoscion acoupa, onde R. porosus participa como bycatch, sobretudo, os indivíduos imaturos. Desse modo, é de suma importância reestabelecer as estatísticas pesqueiras, monitorar a pesca com redes de emalhar, assim como criar planos de ação que envolvam potenciais áreas de berçário utilizadas pela espécie, e regulações que incidam diretamente no tamanho das malhas dos apetrechos de pesca.

     

    Palavras-chave: Resiliência, pesca, recrutamento.

     

  • Palavras-chave
  • Rhizoprionodon, demografia, mortalidade
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Ecologia, impactos humanos e conservação
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  • Educação ambiental e etnobiologia

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