Morfologia dentária de Potamotrygon wallacei (Chondrichthyes – Potamotrygonidae).

  • Autor
  • Ruben Dario Morales-Gamba
  • Co-autores
  • Lucas Castanhola Dias , Maria Lúcia Goes de Araújo
  • Resumo
  • Potamotrygon wallacei Carvalho, Rosa & Araújo (2016), é uma espécie endêmica do Médio rio Negro, Amazonas. Esse potamotrygoníneo tem como habitat preferencial áreas de floresta inundada denominada “igapó”. É uma espécie oportunista que se alimenta de peixes, crustáceos e insetos, que se distribuem nas áreas de liteira. Por ser uma espécie com alta especificidade ambiental, o objetivo desse trabalho foi descrever a morfologia dentária de P. wallacei e correlacionar com o seu hábito alimentar e forma de forrageio. Seis espécimes foram capturados no médio rio Negro e coletadas as placas dentárias dos maxilares superior e inferior de indivíduos em diferentes fases do ciclo de vida e analisadas por meio de microscopia eletrônica de varredura. Cada indivíduo foi medido, sexado e classificado, de acordo com o estágio maturacional recomendado pela ICES (2013). P. wallacei apresenta heterodontia dignática, ontogenética e sexual. Na fase oclusal a porção da sínfise apresenta dentes com formato triangular. Em fêmeas estes dentes apresentam as bordas arredondadas, o ápice é longo e plano e apresenta três cúspides dispostas longitudinalmente. Em machos adultos o formato triangular é mais pronunciado com um ápice primário que se projeta na direção lingual. A variação nos dentes da sínfise nos machos de elasmobrânquios auxilia a segurar a fêmea no momento da cópula. Nas regiões medianas e laterais, a morfologia dentária muda de triangular a trapezoidal, com um ápice longo que apresenta de quatro a cinco cúspides. Os dentes em ambos os sexos estão dispostos em filas paralelas e oblíquas a mandíbula, diferente do observado para outras espécies de batóides que tendem a ter arranjos em filas paralelas. Esse arranjo espacial cria um aspecto tubular entre os dentes, que em conjunto com os longos ápices parece estar relacionada a mastigação circular que permite que o alimento gire recebendo múltiplos cortes.  Adicionalmente, as cavidades interdentais podem superar as restrições impostas do igapó e serem usadas como câmaras para fluidizar o sedimento e extrair os pequenos insetos que é um dos itens alimentares dessa espécie.

  • Palavras-chave
  • heterodontia, igapó, mastigação circular.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • História natural
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  • Ecologia, impactos humanos e conservação
  • História natural
  • Educação ambiental e etnobiologia

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