Mortalidade materna em adolescentes: perfil epidemiológico dos óbitos ocorridos nas Regiões Norte e Nordeste entre 2012 e 2021

  • Autor
  • Gabriel Coelho de Alencar
  • Co-autores
  • Beatriz Barros de Aguiar , Hemily Vasconcelos Barreto , Maria de Fátima Marinho de Souza , Sônia Maria Tavares de Albuquerque Gomes
  • Resumo
  • Introdução: A maioria dos óbitos maternos são precoces e evitáveis, sendo a mortalidade materna um indicativo da qualidade de vida da população. Atinge as populações mais vulneráveis, como as adolescentes, com baixo nível socioeconômico e com baixa qualidade da assistência nos serviços de saúde. Objetivos: Caracterizar o perfil epidemiológico da mortalidade materna em adolescentes das Regiões Norte e Nordeste, entre os anos de 2012-2021, e determinar a Razão de Mortalidade Materna em  adolescentes. Métodos: Estudo retrospectivo transversal, de abordagem quantitativa e descritiva com levantamento de dados oriundos do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), ambos disponibilizados na plataforma virtual TABNET/DATASUS. Para caracterizar óbitos maternos em adolescentes nas Regiões Norte e Nordeste no período entre 2012-2021, foram utilizadas as variáveis: idade (10-19 anos), raça/cor, escolaridade (anos de estudo), estado civil e tipo de causa obstétrica. A Razão da Mortalidade Materna foi determinada através da divisão do número de óbitos maternos em adolescentes pela quantidade de nascidos vivos de mães adolescentes, durante o mesmo período e espaço geográfico, multiplicado por 100 mil. Resultados: Durante o período analisado, 2012-2021, as Regiões Norte e Nordeste notificaram 1.227 óbitos maternos em adolescentes, 56,7% de todos os óbitos maternos em adolescentes no Brasil. O Norte registrou 449 óbitos e uma razão de mortalidade materna (RMM) em adolescentes de 59,5 - Roraima (76,8) e Pará (62,9) são os estados com piores índices na região. Enquanto o Nordeste registrou 778 óbitos e RMM de 48,1 - maiores índices vinculados ao Maranhão (73,6) e Piauí (70,7). Ambas as regiões com RMM em adolescentes acima da nacional (44,8). Em 2013, ocorreu o maior número de óbitos (143; 11,7%). No primeiro ano da pandemia do Sars-Cov-19, 2020, foi registrado o menor número de óbitos (94; 7,7%), no ano seguinte, 2021, o número de óbitos aumentou (124; 10,1%). A maioria dos óbitos maternos ocorreu em adolescentes entre 15-19 anos de idade (91,6%), de cor/raça parda (70,3%) e solteira (66,4%). No geral, há um baixo nível de escolaridade, pois 59,2% dos óbitos maternos com idade entre 10-14 anos possuíam de 4-7 anos de estudos, e entre 15-19 anos apenas 1,3% possuíam 12 ou mais anos de estudos. Houve prevalência de mortes maternas obstétricas diretas representando 70,4% do total, seguida por obstétricas indiretas (27%) e não especificada (2,6%). Conclusão: Os altos índices de mortalidade materna em adolescentes representam um grave problema de saúde pública, tendo o Estado e a sociedade falhado duplamente, primeiro na prevenção da gravidez precoce e, segundo na assistência a essas gestantes. Verificou-se que nas regiões Norte e Nordeste, entre 2012-2021, ocorreram mais óbitos maternos por causas obstétricas diretas em adolescentes com idades entre 15-19 anos, pardas, solteiras e com poucos anos de estudo. Não sendo possível analisar, por falta de dados, o impacto da pandemia sobre essa problemática e chama atenção a possível subnotificação ocorrida nos anos de 2020 e 2021.

  • Palavras-chave
  • Gravidez na adolescência, Mães adolescentes, Saúde da mulher, Saúde do adolescente, Óbitos maternos.
  • Área Temática
  • Epidemiologia e estatística
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Caros leitores e participantes da III Jornada de Obstetrícia e Ginecologia da Adolescência da Amazônia Ocidental,

É com grande satisfação que apresentamos os anais de resumos simples deste evento, que reúne profissionais de saúde, pesquisadores, educadores e demais envolvidos no cuidado da saúde das adolescentes da região amazônica. Nesta edição, buscamos promover o compartilhamento de conhecimentos e experiências, bem como estimular o diálogo e a reflexão sobre os desafios e avanços na área da saúde reprodutiva e ginecológica na adolescência.

A Amazônia Ocidental é uma região rica em biodiversidade, cultura e tradições, mas também enfrenta particularidades e desafios específicos quando se trata do cuidado à saúde das adolescentes. Neste contexto, é essencial abordar a saúde sexual e reprodutiva de forma integral, levando em consideração os aspectos biológicos, psicológicos, sociais e culturais que influenciam a vida das adolescentes.

Os resumos apresentados nesta edição abrangem uma variedade de temas, desde estratégias de prevenção e educação sexual até o cenário da gravidez na adolescência, saúde mental e bem-estar emocional. São trabalhos que refletem a dedicação e o compromisso de profissionais e pesquisadores em proporcionar cuidados de qualidade e promover o empoderamento das adolescentes na região amazônica.

Ao explorar e compartilhar essas experiências, temos a oportunidade de ampliar nosso conhecimento e aprimorar as práticas de atendimento às adolescentes. Os resumos aqui reunidos são frutos de pesquisas científicas, estudos de caso, relatos de experiência e iniciativas inovadoras que podem servir como base para a implementação de políticas públicas e intervenções efetivas voltadas para a saúde e o bem-estar das adolescentes.

Nesta jornada, é fundamental reconhecermos a importância da colaboração entre profissionais de saúde, educadores, gestores públicos, organizações da sociedade civil e, especialmente, das próprias adolescentes e suas famílias. A interdisciplinaridade e a participação ativa de todos os envolvidos são elementos essenciais para o sucesso na promoção de uma saúde sexual e reprodutiva saudável e equitativa para as adolescentes da Amazônia Ocidental.

Por fim, gostaríamos de expressar nossa gratidão aos autores e pesquisadores que contribuíram com seus trabalhos para a publicação destes anais. Também agradecemos à Comissão Científica pelo seu tempo e expertise na avaliação dos resumos submetidos. Sem o comprometimento e o esforço conjunto, essa iniciativa não seria possível.

Desejamos a todos uma leitura enriquecedora e inspiradora. Que os conhecimentos e experiências compartilhados nos resumos aqui apresentados possam impulsionar avanços significativos na saúde e no bem-estar das adolescentes da Amazônia Ocidental.

Atenciosamente,

 

Dra. Eugênia Glaucy Moura Ferreirao
Presidente – ASGORR

 

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Dra. Eugênia Glaucy Moura Ferreirao
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Drª Luciana Cabus Arcoverde
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ASSOGIRO

 

Comissão Científica

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Drª  Eugênia Glaucy Moura Rebelo
Membro da da Comissão Científica - ASGORR

 

 

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