Gravidez na adolescência, um desafio no Estado de Roraima

  • Autor
  • Wendy Loreni Hardy Reinert
  • Co-autores
  • Lilian Mara Vieira Monsalve Moraga , Maria Soledade Garcia Benedetti , Roberto Carlos Cruz Carbonell , Yasmim Braga Pacheco
  • Resumo
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    Introdução: Estima-se que no Brasil, os adolescentes – indivíduos com idades entre 10 e 20 anos incompletos – representem 23% da população total. Entre os problemas de saúde dessa população a gravidez se destaca no cenário global, principalmente nos países em desenvolvimento. Segundo a organização Mundial de Saúde (OMS), a gravidez nesta fase exacerba problemas socioeconômicos, como também aumenta a prevalência de complicações na mãe no feto e no recém-nascido. A idade da mulher está relacionada a agravos à saúde materna e infantil. Gestações precoces podem implicar em ganho de peso materno, pré-eclâmpsia, complicações perinatais, baixo peso ao nascer e prematuridade. Objetivos: Descrever as características epidemiológicas da gravidez na adolescência em residentes no estado de Roraima, no período de 2013 a 2022. Métodos: Estudo descritivo e retrospectivo. Os dados foram levantados do Sistema de Informação de Nascidos Vivos – Sinasc, disponível no site da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde, em 28/04/2023. Foi considerado adolescente a faixa etária de 10 a 19 anos. As variáveis de estudo foram: raça/cor, escolaridade, situação conjugal, gravidez anterior, tipo de gestação, mês de início, número de consultas no pré-natal, duração da gravidez, local do nascimento, tipo de parto e peso ao nascer. Foi realizada uma análise descritiva da frequência absoluta e percentual. Não foi submetido à análise do Comitê de Ética em Pesquisa por utilizar dados secundários (Resolução do Conselho Nacional de Saúde - CNS/MS nº 510, de 7 de abril de 2016). Resultados: Ocorreram 115.396 nascimentos vivos em Roraima nos últimos 10 anos, onde 22,1% (n=25.505) foram de mães adolescentes, destes, 6,7% (n=1.683) entre 10 e 14 anos e 93,3% (n=23.822) de 15 a 19 anos. Do total de mães adolescentes, 10,5% (n=2.690) são venezuelanas, com incremento a partir de 2018. Predominaram mães pardas em 70,5% (n=17.991) e indígenas em 21% (n=5.347). A escolaridade mais prevalente foi ensino médio em 52,1% (n=13.283), seguido do ensino fundamental em 39,2% (n=10.002). Cerca de 79,2% (n=20.196) eram solteiras, e 32,5% (n=8.277) tinham de 1 a 3 filhos. Quanto à gestação, 49,1% (n=12.550) tiveram ? 6 consultas no pré-natal, 52,1% (n=13.290) iniciaram no primeiro trimestre, 34,9% (n=8.890) no segundo. Entre os partos, 96,3% (n=24.546) ocorreram em estabelecimento de saúde e 2,5% (n=638) em domicílio. Em 25,2% (n=6.435) das gestações foram parto cesáreo, em 17% (n=4.326) foram pré-maturos (idade gestacional ?36 semanas) e em 9,5% (n=2.432) foram baixo peso (?2.000g). Conclusão: A gravidez na adolescência é um grande desafio em Roraima. Um em cada 4,5 bebês que nascem é filho de mãe adolescente. A idade materna também tem relação com baixa assistência ao pré-natal, menos da metade foram consideradas assistidas no pré-natal (? 6 consultas). A prematuridade está 21% acima da média estadual em 2021, de 14%. O baixo peso é 10% maior que a média estadual, de 8,6%, a imaturidade funcional do organismo materno aumenta o risco de baixo peso no recém-nascido. A gestação precoce pode significar interrupção da trajetória escolar e dificuldade de ingresso no mercado de trabalho, refletindo em impactos em toda a vida materna.

     

     

     

  • Palavras-chave
  • Adolescência, complicações; saúde; gravidez
  • Área Temática
  • Atenção primária
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Caros leitores e participantes da III Jornada de Obstetrícia e Ginecologia da Adolescência da Amazônia Ocidental,

É com grande satisfação que apresentamos os anais de resumos simples deste evento, que reúne profissionais de saúde, pesquisadores, educadores e demais envolvidos no cuidado da saúde das adolescentes da região amazônica. Nesta edição, buscamos promover o compartilhamento de conhecimentos e experiências, bem como estimular o diálogo e a reflexão sobre os desafios e avanços na área da saúde reprodutiva e ginecológica na adolescência.

A Amazônia Ocidental é uma região rica em biodiversidade, cultura e tradições, mas também enfrenta particularidades e desafios específicos quando se trata do cuidado à saúde das adolescentes. Neste contexto, é essencial abordar a saúde sexual e reprodutiva de forma integral, levando em consideração os aspectos biológicos, psicológicos, sociais e culturais que influenciam a vida das adolescentes.

Os resumos apresentados nesta edição abrangem uma variedade de temas, desde estratégias de prevenção e educação sexual até o cenário da gravidez na adolescência, saúde mental e bem-estar emocional. São trabalhos que refletem a dedicação e o compromisso de profissionais e pesquisadores em proporcionar cuidados de qualidade e promover o empoderamento das adolescentes na região amazônica.

Ao explorar e compartilhar essas experiências, temos a oportunidade de ampliar nosso conhecimento e aprimorar as práticas de atendimento às adolescentes. Os resumos aqui reunidos são frutos de pesquisas científicas, estudos de caso, relatos de experiência e iniciativas inovadoras que podem servir como base para a implementação de políticas públicas e intervenções efetivas voltadas para a saúde e o bem-estar das adolescentes.

Nesta jornada, é fundamental reconhecermos a importância da colaboração entre profissionais de saúde, educadores, gestores públicos, organizações da sociedade civil e, especialmente, das próprias adolescentes e suas famílias. A interdisciplinaridade e a participação ativa de todos os envolvidos são elementos essenciais para o sucesso na promoção de uma saúde sexual e reprodutiva saudável e equitativa para as adolescentes da Amazônia Ocidental.

Por fim, gostaríamos de expressar nossa gratidão aos autores e pesquisadores que contribuíram com seus trabalhos para a publicação destes anais. Também agradecemos à Comissão Científica pelo seu tempo e expertise na avaliação dos resumos submetidos. Sem o comprometimento e o esforço conjunto, essa iniciativa não seria possível.

Desejamos a todos uma leitura enriquecedora e inspiradora. Que os conhecimentos e experiências compartilhados nos resumos aqui apresentados possam impulsionar avanços significativos na saúde e no bem-estar das adolescentes da Amazônia Ocidental.

Atenciosamente,

 

Dra. Eugênia Glaucy Moura Ferreirao
Presidente – ASGORR

 

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Dra. Eugênia Glaucy Moura Ferreirao
Presidente – ASGORR

Drª Luciana Cabus Arcoverde
ASGORR

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ASSOGIRO

 

Comissão Científica

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Drª  Eugênia Glaucy Moura Rebelo
Membro da da Comissão Científica - ASGORR

 

 

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