ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E ADEQUAÇÃO DA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL ENTRE ADOLESCENTES QUE TIVERAM PARTO NO HOSPITAL MATERNO INFANTIL NOSSA SENHORA DE NAZARÉ

  • Autor
  • Fernanda Pacheco de Souza
  • Co-autores
  • Carla Mariana de Melo Beeck , Erisnara Ferreira dos Santos Costa , Cynthia Dantas de Macedo Lins , Vinicius da Costa Faustino
  • Resumo
  • Introdução: A adolescência, período entre 10 e 19 anos segundo a OMS, é uma fase muito importante para o desenvolvimento psicossocial e sexual. O mau uso de métodos contraceptivos ou a sua não-adoção, associados com a falta de educação sexual e o desconhecimento da fisiologia reprodutiva, tornam essa fase um período de risco para uma gravidez indesejada. Ademais, é na Atenção Primária em Saúde (APS), em Unidades Básicas de Saúde, que essas jovens irão procurar atendimento por meio da consulta pré-natal. Esse acompanhamento é fundamental para diminuição da morbimortalidade materno-fetal, realização de procedimentos clínico-obstétricos e para ações educativas voltadas à gestação e puerpério. Dessa forma, fica clara a importância da assistência pré-natal voltada para adolescentes, principalmente no âmbito da atenção primária em saúde. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico e adequação da assistência pré-natal pública oferecida a adolescentes que tiveram parto no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazaré (HMINSN). Metodologia: O estudo está vinculado ao parecer de número 5.902.954 CEP/UFRR. A coleta de dados ocorreu no período de Março a Abril de 2023, realizada em três etapas: entrevista sociodemográfica, análise da caderneta pré-natal e consulta ao prontuário. Foram entrevistadas 434 puérperas neste período, sendo incluídas no presente estudo as puérperas com idade menor ou igual a 19 anos, brasileiras, venezuelanas e guianenses que tiveram parto no HMINSN e que realizaram pré-natal exclusivamente em serviço público, correspondendo a 55 amostras. A análise dos dados referentes ao pré-natal foi feita com base no escore “Sumário de adequação do índice de utilização do cuidado pré-natal” proposto por Kotelchuck, adaptado para estimativa de consultas segundo a Nota Técnica de Saúde da Mulher na gestação, parto e puerpério (2019). Resultados: Das puérperas entrevistadas, 69% eram brasileiras e 31% eram venezuelanas; com uma média de idade de 17,7 anos, 69% apresenta idade maior ou igual a 18 anos. Três quartos delas eram de cor parda; pouco mais da metade era dona de casa (53%), mais de um quarto estava desempregada (27%) e 18% eram estudantes. Do total, 82% eram primíparas e 78% declararam gestação não planejada. O score de Kotelchuck evidenciou que  40% das puérperas apresentaram pré-natal inadequado; 36% apresentaram adequação intermediária; e apenas 24% apresentaram pré-natal adequado ou mais que adequado. Analisando-se exclusivamente a idade gestacional (IG) de iniciação do pré-natal, 78% das puérperas contaram com um pré-natal adequado ou mais que adequado, com início do acompanhamento entre 0 e 16 semanas de gestação; e 5% apresentaram pré-natal inadequado, com início a partir de 28 semanas de gestação. Conclusão: A gravidez indesejada permanece como fator de grande relevância, sendo necessárias ações efetivas de educação em saúde com foco no público adolescente. Há uma taxa importante de inadequação da assistência pré-natal, principalmente no que tange ao número insuficiente de consultas realizadas. Ademais, infere-se a limitação da análise por refletir a utilização assistência e não a qualidade do cuidado, sendo necessários estudos complementares.

  • Palavras-chave
  • Adolescência; Gestação; Kotelchuck; Pré-natal.
  • Área Temática
  • Atenção primária
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Caros leitores e participantes da III Jornada de Obstetrícia e Ginecologia da Adolescência da Amazônia Ocidental,

É com grande satisfação que apresentamos os anais de resumos simples deste evento, que reúne profissionais de saúde, pesquisadores, educadores e demais envolvidos no cuidado da saúde das adolescentes da região amazônica. Nesta edição, buscamos promover o compartilhamento de conhecimentos e experiências, bem como estimular o diálogo e a reflexão sobre os desafios e avanços na área da saúde reprodutiva e ginecológica na adolescência.

A Amazônia Ocidental é uma região rica em biodiversidade, cultura e tradições, mas também enfrenta particularidades e desafios específicos quando se trata do cuidado à saúde das adolescentes. Neste contexto, é essencial abordar a saúde sexual e reprodutiva de forma integral, levando em consideração os aspectos biológicos, psicológicos, sociais e culturais que influenciam a vida das adolescentes.

Os resumos apresentados nesta edição abrangem uma variedade de temas, desde estratégias de prevenção e educação sexual até o cenário da gravidez na adolescência, saúde mental e bem-estar emocional. São trabalhos que refletem a dedicação e o compromisso de profissionais e pesquisadores em proporcionar cuidados de qualidade e promover o empoderamento das adolescentes na região amazônica.

Ao explorar e compartilhar essas experiências, temos a oportunidade de ampliar nosso conhecimento e aprimorar as práticas de atendimento às adolescentes. Os resumos aqui reunidos são frutos de pesquisas científicas, estudos de caso, relatos de experiência e iniciativas inovadoras que podem servir como base para a implementação de políticas públicas e intervenções efetivas voltadas para a saúde e o bem-estar das adolescentes.

Nesta jornada, é fundamental reconhecermos a importância da colaboração entre profissionais de saúde, educadores, gestores públicos, organizações da sociedade civil e, especialmente, das próprias adolescentes e suas famílias. A interdisciplinaridade e a participação ativa de todos os envolvidos são elementos essenciais para o sucesso na promoção de uma saúde sexual e reprodutiva saudável e equitativa para as adolescentes da Amazônia Ocidental.

Por fim, gostaríamos de expressar nossa gratidão aos autores e pesquisadores que contribuíram com seus trabalhos para a publicação destes anais. Também agradecemos à Comissão Científica pelo seu tempo e expertise na avaliação dos resumos submetidos. Sem o comprometimento e o esforço conjunto, essa iniciativa não seria possível.

Desejamos a todos uma leitura enriquecedora e inspiradora. Que os conhecimentos e experiências compartilhados nos resumos aqui apresentados possam impulsionar avanços significativos na saúde e no bem-estar das adolescentes da Amazônia Ocidental.

Atenciosamente,

 

Dra. Eugênia Glaucy Moura Ferreirao
Presidente – ASGORR

 

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Dra. Eugênia Glaucy Moura Ferreirao
Presidente – ASGORR

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Membro da da Comissão Científica - ASGORR

 

 

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