Introdução: A sífilis é uma doença sexualmente transmissível, causada pelo Treponema pallidum, e que na gestante pode, por transmissão vertical, acometer o feto. Dessa forma, o rastreamento da sífilis durante o pré-natal é de extrema importância para diminuir as chances de transmissão transplacentária. Ademais, o perfil adolescente favorece a exposição do indivíduo a atividades que o oferecem maior risco, que no contexto das relações sexuais pode representar baixa adesão a métodos contraceptivos, principalmente os de barreira, visto que são estes que impedem a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis como a sífilis. A investigação minuciosa para diagnosticar e tratar a infecção adequadamente deve ser priorizada, principalmente durante a gestação em razão dos impactos da sífilis congênita na qualidade de vida do binômio mãe e filho. Objetivos: Identificar os perfis de adolescentes com sífilis adquirida no Estado de Roraima entre os anos de 2013 a 2023, com bases epidemiológicas Métodos: Consiste em um estudo de caráter descritivo e retrospectivo. O levantamento de dados foi realizado por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação-Sinan/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR, disponível no site da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde, em 28/04/2023. O público alvo foram adolescentes de 10 a 19 anos. As variáveis de estudo foram: raça/cor, escolaridade, município de ocorrência, tempo gestacional em que foi detectado a infecção por sífilis e zona de residência. Realizou-se uma análise descritiva da frequência absoluta e percentual. Este estudo não foi submetido à análise do Comitê de Ética em Pesquisa devido ao uso de dados secundários (Resolução do Conselho Nacional de Saúde - CNS/MS nº 510, de 7 de abril de 2016). Resultados: Entre os anos de 2013 a 2023, ocorreram em Roraima, no total, 3753 casos de sífilis adquirida; sendo os adolescentes, aproximadamente, 10,44% desses casos. Dentre essa faixa etária, o município de Boa Vista foi o que mais contribui para tal (77,29%), sendo predominantemente adolescentes do sexo feminino (51,02%), com o ensino médio incompleto (24,74%), seguido pelo ensino médio completo (18,11%), da raça parda (76,02%), pertencentes a zona urbana (89,03%). A confirmação diagnóstica foi realizada por meio do diagnóstico clínico-epidemiológico (50,76%) e do diagnóstico laboratorial (47,45%). Dentre as adolescentes (51,02%), haviam 7 gestantes (3,5%), sendo o terceiro trimestre gestacional mais acometido (1,5%). Outrossim, no ano de 2014, não houve notificação de sífilis adquirida em adolescentes gestantes, em contrapartida, o ano de 2022 foi o ano que mais foi detectado (25%) desde 2013. Conclusão: Ocorreram em Roraima nos últimos 10 anos 392 casos de sífilis adquirida em adolescentes, sendo o perfil predominante pardos, de Boa vista, da zona urbana, com o ensino médio incompleto e mulheres. Dentre estas adolescentes, 7 estavam gestantes quando os casos foram notificados, e o ano de 2022 foi o que mais contribui para tal. Nesse ínterim, portanto, notou-se o aumento da prevalência de sífilis entre a adolescentes em Roraima. Por conseguinte, urge a necessidade de equipes de saúde mais qualificadas para abordar de forma diferenciada esse grupo de pacientes e, como efeito, diminuir as taxas de prevalência de sífilis adquirida e congênita.
Caros leitores e participantes da III Jornada de Obstetrícia e Ginecologia da Adolescência da Amazônia Ocidental,
É com grande satisfação que apresentamos os anais de resumos simples deste evento, que reúne profissionais de saúde, pesquisadores, educadores e demais envolvidos no cuidado da saúde das adolescentes da região amazônica. Nesta edição, buscamos promover o compartilhamento de conhecimentos e experiências, bem como estimular o diálogo e a reflexão sobre os desafios e avanços na área da saúde reprodutiva e ginecológica na adolescência.
A Amazônia Ocidental é uma região rica em biodiversidade, cultura e tradições, mas também enfrenta particularidades e desafios específicos quando se trata do cuidado à saúde das adolescentes. Neste contexto, é essencial abordar a saúde sexual e reprodutiva de forma integral, levando em consideração os aspectos biológicos, psicológicos, sociais e culturais que influenciam a vida das adolescentes.
Os resumos apresentados nesta edição abrangem uma variedade de temas, desde estratégias de prevenção e educação sexual até o cenário da gravidez na adolescência, saúde mental e bem-estar emocional. São trabalhos que refletem a dedicação e o compromisso de profissionais e pesquisadores em proporcionar cuidados de qualidade e promover o empoderamento das adolescentes na região amazônica.
Ao explorar e compartilhar essas experiências, temos a oportunidade de ampliar nosso conhecimento e aprimorar as práticas de atendimento às adolescentes. Os resumos aqui reunidos são frutos de pesquisas científicas, estudos de caso, relatos de experiência e iniciativas inovadoras que podem servir como base para a implementação de políticas públicas e intervenções efetivas voltadas para a saúde e o bem-estar das adolescentes.
Nesta jornada, é fundamental reconhecermos a importância da colaboração entre profissionais de saúde, educadores, gestores públicos, organizações da sociedade civil e, especialmente, das próprias adolescentes e suas famílias. A interdisciplinaridade e a participação ativa de todos os envolvidos são elementos essenciais para o sucesso na promoção de uma saúde sexual e reprodutiva saudável e equitativa para as adolescentes da Amazônia Ocidental.
Por fim, gostaríamos de expressar nossa gratidão aos autores e pesquisadores que contribuíram com seus trabalhos para a publicação destes anais. Também agradecemos à Comissão Científica pelo seu tempo e expertise na avaliação dos resumos submetidos. Sem o comprometimento e o esforço conjunto, essa iniciativa não seria possível.
Desejamos a todos uma leitura enriquecedora e inspiradora. Que os conhecimentos e experiências compartilhados nos resumos aqui apresentados possam impulsionar avanços significativos na saúde e no bem-estar das adolescentes da Amazônia Ocidental.
Atenciosamente,
Dra. Eugênia Glaucy Moura Ferreirao
Presidente – ASGORR
Dra. Eugênia Glaucy Moura Ferreirao
Presidente – ASGORR
Drª Luciana Cabus Arcoverde
ASGORR
Drª Ida Peréa Monteiro
ASSOGIRO
Drª Cynthia Dantas de Macedo Lins
Presidente da Comissão Científica - ASGORR
Drª Raquel Muradás
Secretária da Comissão Científica - ASSOGIRO
Drª Emilila Maria Freitas Alexandrino
Membro da da Comissão Científica - ASGORR
Drª Eugênia Glaucy Moura Rebelo
Membro da da Comissão Científica - ASGORR
contato@assogiro.com.br