Introdução: A violência sexual consiste no ato sexual ou tentativa de realizá-lo; insinuações sexuais indesejadas ou ações para comercializar ou usar de qualquer outro modo a sexualidade do outro de forma coercitiva. Esse é um tipo de crime que afeta predominantemente crianças e adolescentes e é um problema de saúde pública no Brasil.Em decorrência disso, foi criado o Maio Laranja que faz alusão ao combate ao abuso e exploração sexual contra crianças e adolescente no Brasil objetivando a redução do números de casos desse tipo de crime. Infelizmente, isso também reflete na região Norte principalmente em Belém, Manaus e Porto velho que são as cidades mais populosas dessa Região. Por essa razão, nessas capitais ocorreram em 2020 mais de 1800 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes..Objetivos: Estimar o perfil epidemiológico das vítimas de violência sexual nas cidades de Porto Velho,Manaus e Belém Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo e comparativo entre os anos de 2020 e 2021 coletando dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), utilizando as variáveis: ano, região/UF, idade, sexo, escolaridade, raça, local de ocorrência. Ademais, foi-se usado o censo demográfico do IBGE de 2022 para definir quais seriam as 3 cidades mais populosas da região Norte. Resultados: No município de Porto Velho nos anos de 2020 e 2021 houveram 214 casos confirmados de violência sexual contra o sexo feminino, sendo que 50,9% (109) foram perpetrados contra vítimas na idade de 10 a 19 anos, destas, 44,5 % (49) têm 5º a 8º séries do ensino fundamental incompletas, 77 % (84) são de etnia parda, e 66,6 % (73) dos casos acontecem em residência. Já em Manaus, dos 967 casos totais confirmados, 55,6% (538) foram feitos contra a faixa etária de 10 a 19 anos, com 44,6 % (240) destas vítimas tendo 5º a 8º séries do ensino fundamental incompletas, 86,4% (465) sendo pardas e 82,5% (444) dos casos ocorrendo em residência. Por fim, Belém apresentou um número de casos confirmados de 1960, dos quais 54,3% (1065) contra mulheres de 10 a 19 anos, das quais 53,61% (571) têm 5º a 8º séries do ensino fundamental incompletas, 80,5% (858) são de etnia parda e 76,9% (820) dos casos ocorreram em residência. Conclusão: Portanto, no contexto regional há um perfil epidemiológico em comum entre as capitais analisadas, sendo a maior incidência de violência sexual no sexo feminino, na faixa etária entre 10 e 19 anos, predomínio na cor parda, com nível de escolaridade incompleto e ocorre em sua maioria em ambiente familiar. Ressaltamos que os dados apresentados podem apresentar divergências, visto que o período compreende a pandemia de Covid-19, onde as medidas de isolamento e restrição social, tiveram como consequências as baixas notificações de violência sexual. Dessa forma, urge uma efetivação integral dos sistemas de proteção às crianças e adolescentes vítimas de abuso de forma eficaz, assegurando a prevenção e acolhimento à criança e adolescente vítima de violência sexual.
Caros leitores e participantes da III Jornada de Obstetrícia e Ginecologia da Adolescência da Amazônia Ocidental,
É com grande satisfação que apresentamos os anais de resumos simples deste evento, que reúne profissionais de saúde, pesquisadores, educadores e demais envolvidos no cuidado da saúde das adolescentes da região amazônica. Nesta edição, buscamos promover o compartilhamento de conhecimentos e experiências, bem como estimular o diálogo e a reflexão sobre os desafios e avanços na área da saúde reprodutiva e ginecológica na adolescência.
A Amazônia Ocidental é uma região rica em biodiversidade, cultura e tradições, mas também enfrenta particularidades e desafios específicos quando se trata do cuidado à saúde das adolescentes. Neste contexto, é essencial abordar a saúde sexual e reprodutiva de forma integral, levando em consideração os aspectos biológicos, psicológicos, sociais e culturais que influenciam a vida das adolescentes.
Os resumos apresentados nesta edição abrangem uma variedade de temas, desde estratégias de prevenção e educação sexual até o cenário da gravidez na adolescência, saúde mental e bem-estar emocional. São trabalhos que refletem a dedicação e o compromisso de profissionais e pesquisadores em proporcionar cuidados de qualidade e promover o empoderamento das adolescentes na região amazônica.
Ao explorar e compartilhar essas experiências, temos a oportunidade de ampliar nosso conhecimento e aprimorar as práticas de atendimento às adolescentes. Os resumos aqui reunidos são frutos de pesquisas científicas, estudos de caso, relatos de experiência e iniciativas inovadoras que podem servir como base para a implementação de políticas públicas e intervenções efetivas voltadas para a saúde e o bem-estar das adolescentes.
Nesta jornada, é fundamental reconhecermos a importância da colaboração entre profissionais de saúde, educadores, gestores públicos, organizações da sociedade civil e, especialmente, das próprias adolescentes e suas famílias. A interdisciplinaridade e a participação ativa de todos os envolvidos são elementos essenciais para o sucesso na promoção de uma saúde sexual e reprodutiva saudável e equitativa para as adolescentes da Amazônia Ocidental.
Por fim, gostaríamos de expressar nossa gratidão aos autores e pesquisadores que contribuíram com seus trabalhos para a publicação destes anais. Também agradecemos à Comissão Científica pelo seu tempo e expertise na avaliação dos resumos submetidos. Sem o comprometimento e o esforço conjunto, essa iniciativa não seria possível.
Desejamos a todos uma leitura enriquecedora e inspiradora. Que os conhecimentos e experiências compartilhados nos resumos aqui apresentados possam impulsionar avanços significativos na saúde e no bem-estar das adolescentes da Amazônia Ocidental.
Atenciosamente,
Dra. Eugênia Glaucy Moura Ferreirao
Presidente – ASGORR
Dra. Eugênia Glaucy Moura Ferreirao
Presidente – ASGORR
Drª Luciana Cabus Arcoverde
ASGORR
Drª Ida Peréa Monteiro
ASSOGIRO
Drª Cynthia Dantas de Macedo Lins
Presidente da Comissão Científica - ASGORR
Drª Raquel Muradás
Secretária da Comissão Científica - ASSOGIRO
Drª Emilila Maria Freitas Alexandrino
Membro da da Comissão Científica - ASGORR
Drª Eugênia Glaucy Moura Rebelo
Membro da da Comissão Científica - ASGORR
contato@assogiro.com.br